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Ginástica Artística

Websérie tem Diego Hypolito: A medalha certa por vias tortas

Atleta Diego Hypolito é retrato da capacidade de reinvenção. Bicampeão mundial, ele tropeçou em duas chances olímpicas em que entrou como favorito. No Rio, quando se via como figurante, saiu com a prata. Assista!

“Um campeão nasce nas atitudes. Nasce em acreditar e, principalmente, em não desistir”. A frase de Diego Hypolito poderia ser a linha de abertura de sua biografia. Poucos atletas encarnaram de forma tão intensa esse mantra quanto o paulista de Santo André, quarto personagem da websérie Ninguém Nasce Campeão, do rededoesporte.gov.br. O conjunto de 17 vídeos, com 21 entrevistas com atletas olímpicos e paralímpicos, resgata momentos em que os atletas ainda não sabiam que teriam a projeção e o destaque que alcançaram, e busca o que foi essencial para a caminhada dar certo.

Diego é do tipo que muito cedo descobriu a vocação. Influenciado pela irmã, Daniele, encontrou na ginástica artística uma razão para acordar todos os dias e querer ser melhor. “Eu sempre soube o que queria. E sempre amei o que fazia. Fazia não pelo brasão, mas pela satisfação”, define.

Sempre incentivado pelos pais, conheceu a primeira medalha em Cuba, quando tinha nove anos. “Foi no Atletas del Futuro. E foi muito especial. Eu nunca tinha viajado nem de avião nem para fora do Brasil”, recorda.

A obsessão pelos treinos, pelas repetições, pela busca do movimento mais perfeito e acrobático, muitas vezes cobrou um alto preço. “Eu me dedico muito. Treino diariamente. Tenho várias lesões. Passei por 11 cirurgias. Fiz tudo o que podia para chegar aos Jogos Olímpicos”, diz.

Especialista nos exercícios de solo, Diego tocou duas vezes o topo do mundo. Primeiro em Melbourne, na Austrália, no Campeonato Mundial de 2005. No ano seguinte, manteve a consistência e saiu de Aarhus, na Dinamarca, com a prata. Em 2007, na Alemanha, confirmou que era um dos grandes na história da modalidade ao conquistar o bicampeonato em Stuttgart.

Exatamente por isso, chegou aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, com status de favorito. Na fase de classificação na China, obteve a melhor nota entre todos os competidores. Na final, contudo, sofreu uma queda difícil de digerir e acabou com a sexta colocação. Teve nova chance olímpica quatro anos depois, em Londres, já aos 26 anos. Sofreu nova queda e ficou fora do pódio.

No Brasil, nos Jogos do Rio, já aos 30 anos, ele mesmo encarava a sua participação como a de um coadjuvante. Mas foi exatamente em solo brasileiro, por vias tortas, que o sonho do pódio olímpico se tornou realidade. “Eu tinha 30 anos. Nunca imaginei que com essa idade seria medalhista olímpico. Caí de bunda, caí de cara, e dessa vez caí de pé”, resume o atleta, que conquistou a medalha de prata. Uma festa bem brasileira, porque o pódio teve ainda Arthur Nory na terceira colocação. O ouro ficou com o britânico Max Whitlock. “Por simplesmente ter acreditado no meu sonho desde criança, isso fez com que eu passasse por cima de todos os obstáculos”.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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