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Futebol

Pia celebra conquista da Copa América: ‘Muito orgulhosa’

Foi o primeiro título oficial da técnica à frente seleção do Brasil. Além disso, ela passa a ser a primeira mulher a comandar uma equipe campeã e sem levar gols na história do torneio

Pia Sundhage seleção brasileira de futebol feminino seleção feminina de futebol Copa América
(Thais Magalhães/CBF)

A noite deste sábado (30) reservou algumas “primeiras vezes” à experiente treinadora Pia Sundhage. A vitória sobre a Colômbia, que garantiu o octacampeonato da Copa América, foi o primeiro título oficial da técnica à frente seleção feminina de futebol do Brasil. Além disso, fez com que ela entrasse para a história como a primeira treinadora mulher campeã do torneio. Ela também comandou da primeira equipe da história a finalizar a competição sem sofrer gols.

“É sempre muito bom fazer algo que ninguém conseguiu fazer antes. Não ceder gols é impressionante e isso se deve a uma defesa sólida, com jogadoras experientes como a Tamires. Temos jogadoras mais jovens na frente da última linha e, para mim tem sido fantástico vivenciar a Copa América. Por tudo que já vi estando nos EUA, na China e na Suécia, em todas aquelas Copas e Olimpíadas, estou muito grata pela final e pela atmosfera, porque as duas equipes mereciam isso. E estou muito orgulhosa de ter vindo lá da Suécia e ganhado essa bela medalha, graças às minhas jogadoras. Muito obrigada”, comemorou.

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(Thais Magalhães/CBF)

A treinadora também analisou a partida que definiu a Copa América. Para ela, a seleção feminina de futebol pode atuar melhor, mas os méritos das anfitriãs não passaram despercebidos. “Não conseguimos manter a posse no meio de campo. Elas roubaram a bola nesse setor e nós não mudamos o ponto de ataque para usar as alas e alargar o campo. A Colômbia teve 12 ou mais contra-ataques na primeira meia hora de jogo. Isso significa que estamos perdendo a bola lá na frente, quando estamos avançando, e não fazemos o balanço defensivo. A Colômbia fez um ótimo jogo e foi muito inteligente ao recuperar a bola, ir ao ataque e nos pressionar”, disse.

Evolução tática

Pia Sundhage também comentou sobre os próximos passos na evolução da equipe. “O principal é o aspecto tático, especialmente quando começamos o jogo e em relação ao ataque. A defesa é sólida e fomos bem nisso durante a partida, mas precisamos ser mais táticas e ter mais capacidade de mudar essa tática. As jogadoras que vêm do banco às vezes vão bem e, em outras, não vão como queríamos. É um desafio para jogadoras mais novas, porque atletas dessa idade, principalmente as brasileiras, têm muitos sentimentos. Se jogam com base nas emoções e vão bem, é fantástico. Mas se vão mal, precisam confiar na compactação e na tática. Para melhorar isso, precisamos de jogadoras experientes e de confrontos com adversários fortes.”

Final professora

A treinadora falou, ainda, sobre a renovação do elenco da seleção feminina. “Esse jogo nos deu um ótimo ponto de partida, porque as jogadoras jovens, junto às mais experientes, como a Tamires, tiveram a chance de manter esse 1 a 0 diante de uma grande torcida. É um contexto de muita emoção e, taticamente, podemos ser melhores, mas todo jogo nos ensina e essa final foi uma ótima professora para todas nós. Se você olhar para as jogadoras mais novas, acredito que elas aprenderam algumas coisas que nos ajudarão a evoluir na preparação para a Copa do Mundo.”

Ela ainda aproveitou para agradecer o país anfitrião. “Gostaria de agradecer a essa cidade, à Colômbia e seus torcedores, porque fizeram um ótimo jogo, um ótimo evento, ainda que nós não tenhamos jogado tão bem. Tivemos alguns problemas desde os primeiros minutos, mas tivemos o pênalti a nosso favor e conseguimos não sofrer gols da Colômbia com uma boa atuação na defesa”, falou Pia Sundhage

Debinha

A experiente atacante Debinha, autora do gol do título da Copa América e agora com 54 pela seleção feminina de futebol, sendo 25 na era Pia, também falou. “Desempenho nota 10! A gente conseguiu o que precisava, primeiro a classificação (para a Copa e a Olimpíada), depois a vitória na final e, é claro, o título. Fiquei muito feliz pela equipe, acho que desempenhamos um bom trabalho. Sempre temos o que melhorar, e trabalharemos nisso até o Mundial, mas a equipe está de parabéns, estou muito feliz pela vitória e pelo título”, comemorou.

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Debinha bate o pênalti do título (Thais Magalhães/CBF)

A artilheira também falou sobre a renovação. “A gente vê aquelas carinhas novas no vestiário e nós, que somos mais experientes, tentamos sempre conversar com elas, colocá-las para cima e tranquilizá-las. Sempre dizemos: ‘Entrem com alegria, façam o que sabem’ e elas fizeram isso. Depois dos primeiros 20 minutos, elas se acalmaram um pouco, mas é claro que sempre tem pressão, foi assim também quando cheguei e tenho certeza que elas também sentiram. Primeiro campeonato delas aí com a Seleção e estou muito feliz por elas, agora é daqui para frente ganhar mais títulos e sempre dar o melhor.”

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