Siga o OTD

Dia das Mães

Todas as mães são atletas, mas algumas vestem o uniforme

Cobranças, medos e a rotina das mães atletas que decidiram fazer uma pausa na carreira para serem vencedoras na maternidade

Um turbilhão de emoções. Ser mãe exige demais do corpo e da mente da mulher. É tão prazeroso quanto desgastante. Um caminho de vitórias e derrotas. Todas as mães são atletas todos os dias. Assista ao vídeo!

E para as que já são atletas profissionais, tudo fica mais acentuado, inclusive as cobranças, de técnicos, família e, pasmem, até de torcedores.

O calendário é apertado, uma temporada atrás da outra. É preciso se afastar momentaneamente para ser mãe. Perde-se o ritmo, ganha-se uma vida. A maternidade chega e pede passagem. Mas no final de cada dia, a sensação é de pódio.

As mamães escolhidas

Nada melhor do que dar voz para as mamães falarem. Para o Dia das Mães, o Olimpíada Todo Dia escolheu Susana Schnarndorf, da natação paralímpica, Jaqueline, Tandara e Camila Brait, do vôlei, para contarem sobre os desafios e emoções de serem atletas profissionais e mães, tudo junto e misturado.

Susana Schnarndorf, 52 anos, é mãe de três: Kaillani, 22, Kaipo, 18 e Maila, 15.

Tandara, 31 anos, é mãe de Maria Clara, de quatro anos.

Jaqueline, 36 anos, é mãe de Arthur, de seis anos.

Camila Brait, 31 anos, é mãe de Alice, de dois anos.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, NO INSTAGRAM E NO FACEBOOK

Quero ser mãe

“Eu sempre tive muita vontade e um desejo enorme de ser mãe. Desde 2012 eu falava, ano que vem eu engravido, mas sempre tinha uma competição importante e não dava. Falei para o Luizomar, meu técnico. ‘Em 2017 eu vou parar de tomar remédio’. Ele disse para esperar até maio, porque teria o Mundial. Chegou abril, olhei minha cartela de remédio e falei, ah, eu vou parar de tomar remédio, não vou engravidar nos próximos dois meses. Em 15 dias fiquei grávida”, conta Camila Brait.

“Eu não quis ser mãe, eu senti que era o momento de ser mãe”, diz Jaqueline com um sorriso enorme no rosto. “Desde pequenininha eu tinha esse sonho.”

Gravidez não é uma barreira

“Eu ainda joguei a final da Superliga grávida”, diz Camila Brait. E com Susana não foi diferente. “Fiz exercícios até o final da gravidez. No dia que eu fui para o hospital ter o Kaillani, eu ainda nadei pela manhã.”

Amamentação

“A partir do momento que eu tive o Arthur e tive que voltar a treinar foi um período bem complicado e difícil de adaptação”, conta Jaqueline. “Tive que parar de dar o leitinho para ele. Um momento muito marcante e difícil na minha vida. É um elo muito forte amamentar para a mãe. Mas eu sabia que era para um bem maior”.

Cobranças

“Meu medo era como eu iria cuidar, como eu iria conciliar. Minha família também tinha receio: como você vai cuidar dessa criança? E eu tinha que avisar o clube também e o técnico da seleção, que é o Zé Roberto. No começo, ele quis me matar, mas depois se acalmou”, conta gargalhando Tandara.

Com Camila Brait foi mais ou menos igual. “Cheguei e contei para o Luiz: estou grávida. Ele ficou muito feliz. Temos uma relação de mais de 15 anos, ele é meu amigo além de técnico. Mas depois ele disse: quem que eu vou colocar no seu lugar???”

Distância

As mães atletas sofrem. “Em Londres 2012 foi bem difícil ficar longe dos meus filhos. Fiquei quase três meses longe deles, foi bem complicado. Eles eram pequenos na época e doía na alma a saudade”, contra Susana.

“O ponto mais difícil foi ficar longe da Alice por um mês”, relata Camila Brait. “Eu queria voltar para a seleção brasileira. Fui pro Japão no fim do ano, foram 30 dias mais intensos da minha vida. Tinha acabado de voltar para a seleção, era muita coisa acontecendo junto. Mas eu chorava todos os dias. Eu ligava todo dia pra minha filha, ela tinha um ano e meio.”

Rotina

“É muito difícil conciliar tudo. Porque eu me desdobro em três ainda: mãe, atleta e esposa”, diz Tandara. “De manhã eu saio para treinar e ela ainda está dormindo. Eu faço sempre uma musculação mais rápida só para almoçar com ela antes da escola. De noite eu chego e ela já está quase pronta para dormir. Brinco de uma forma mais leve para não deixá-la muito agitada. Depois que ela deita, chega a minha hora de namorar e curtir o marido.”

Mais em Dia das Mães