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Esportes de Neve

Saltos de Esqui realiza o ‘Grand Slam’ de inverno

Conhecido como o Grand Slam de Saltos de Esqui, torneio Four Hills desafia covid-19 e reúne elite do esporte na Alemanha e Áustria

Halvor Granerud lidera Copa do Mundo de Saltos de Esqui
Líder da temporada, norueguês Halvor Granerud é um dos favoritos ao título do Four Hills de Esqui Saltos (Divulgação/FIS)

Um evento que reúne a elite da modalidade em quatro grandes competições em arenas tradicionais. Parece a descrição dos torneios de Grand Slam de tênis, mas refere-se ao Four Hills de Saltos de Esqui. A competição começa nesta segunda-feira, 28 de dezembro de 2020, e é considerada o Grand Slam dos esportes de inverno.

Ao todo, são quatro provas em duas montanhas na Alemanha e mais duas na Áustria. A primeira etapa será em Oberstdorf. Depois, prossegue para Garmisch-Partenkirchen (1º de janeiro de 2021) e cruza a fronteira para a Áustria, com saltos em Innsbruck (3 de janeiro) e Bischofshofen (6 de janeiro).

Evento mais antigo do que a própria Copa do Mundo da modalidade, o Four Hills ganhou o apelido de Grand Slam justamente pela similaridade com o tênis. São os eventos mais aguardados pelos atletas e torcedores e perdem em importância apenas para o Mundial e a disputa dos Jogos Olímpicos.

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O norueguês Halvor Egner Granerud, líder do ranking de Saltos de Esqui nesta temporada, entra como principal favorito. Ele venceu as últimas cinco provas da Copa do Mundo e espera devolver o título para a Noruega após 14 temporadas. “Não faço saltos bons. Eles são estáveis, mas nada excepcionais”, comentou com modéstia.

Jejum maior vive a Alemanha, uma das fundadoras da competição. O último título de um atleta do país foi em 2002. De lá para cá, nenhuma conquista e apenas três vitórias em 72 etapas. Markus Eisenbichler, vice-líder do ranking e com dois triunfos no ano, espera quebrar esse incômodo tabu.

Já a equipe polonesa, outra favorita, teve um problema de última hora. Um de seus integrantes foi diagnosticado com covid-19 na véspera da competição e, por medidas de precaução, nenhum atleta do país irá competir na primeira etapa. Dessa forma, Kamil Stoch, dono de três ouros olímpicos e bicampeão do Four Hills em 2017 e 2018, e Dawid Kubacki, atual campeão do torneio, estão fora da disputa em Oberstdorf.

Por que o Four Hills é importante?

Além de contar pontos para o circuito da Copa do Mundo de Saltos de Esqui, é um dos eventos mais aguardados entre os fãs dos esportes de inverno. Não fosse a pandemia de covid-19, mais de 25 mil pessoas seriam aguardadas nas arquibancadas das quatro arenas esportivas que recebem o torneio. 

Para os atletas, representa um importante ponto na temporada, com chances de reviravoltas. Em 2016, por exemplo, o esloveno Domen Prevc era o líder absoluto no ranking, com 158 pontos de vantagem sobre o segundo colocado. Contudo, um desempenho ruim no “Grand Slam” fez a diferença cair para 13 – e ele perdeu a primeira posição logo na prova seguinte.

Em contrapartida, o triunfo também não representa sucesso no fim da temporada. Neste século, apenas em 8 das 20 temporadas o vencedor do Four Hills também foi o campeão da Copa do Mundo de Saltos de Esqui. O último a conseguir esse feito foi o japonês Ryoyu Kobayashi em 2019.

Grand Slam de Saltos de Esqui surgiu como agradecimento alemão

O Four Hills surgiu como prova de amizade entre Alemanha e Áustria. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, os alemães estavam proibidos de competirem internacional nos esportes de neve. Contudo, o clube de Innsbruck, na Áustria, convidou os representantes do clube de Partenkirchen, da Alemanha, para participarem de provas regionais no local.

Em 1º de janeiro de 1949, já liberados a competirem internacionalmente, os alemães retribuíram a cortesia e convidaram os austríacos para um novo torneio. Com o sucesso dos dois eventos, em 1952 os dois países resolveram criar um Grand Slam com suas melhores montanhas de saltos de esqui: Innsbruck e Bischofshofen, na Áustria, e Partenkirchen e Oberstdorf, na Alemanha.

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A Copa do Mundo da modalidade surgiu em 1980 e rapidamente incorporou o evento, ainda que mantendo suas particularidades. Diferentemente das demais etapas, em que os 30 melhores da classificação avançam à final, os 50 competidores inscritos são divididos em 25 chaves. Apenas os campeões e os cinco perdedores com maior pontuação seguem na disputa. Além disso, ainda não há disputa feminina – algo já em discussão também.

Após a realização das quatro provas, o atleta com o maior número acumulado de pontos é o vencedor do Four Hills. Dessa forma, o campeão não necessariamente é quem tem mais vitórias. Em oito oportunidades o troféu ficou com quem não venceu nenhuma prova da competição. A última vez foi em 1999, com o finlandês Janne Ahonen.

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