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O que podemos aprender sobre autoconfiança com atletas olímpicos?

Rebeca Andrade optou por não disputar o Mundial de ginástica artística de 2025
(Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Muito antes de conquistar medalhas, recordes e vitórias, atletas olímpicos precisam vencer um desafio invisível: a dúvida interna.
A autoconfiança é o alicerce do alto rendimento — e também da vida fora do esporte.
É ela que sustenta o foco nos momentos de pressão, o controle emocional diante dos erros e a coragem para tentar de novo depois de uma derrota.

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Segundo o Comitê Olímpico Internacional, 90% dos atletas de elite consideram a autoconfiança o fator mental mais determinante do desempenho.
Mas como ela é construída? E o que pessoas comuns podem aprender com essa mentalidade?

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A seguir, cinco lições que mostram como a confiança olímpica é formada — e como aplicá-la no cotidiano.

🧩 1. Confiança é treino, não talento

A autoconfiança não é um dom, mas o resultado de repetição e disciplina.
Atletas constroem segurança a partir da prática diária, da superação de falhas e do aprimoramento constante.
Cada treino concluído e cada obstáculo superado reforçam o senso de capacidade, criando uma base sólida de confiança.

Na ginástica, por exemplo, a campeã olímpica Rebeca Andrade se tornou símbolo de consistência e resiliência. Sua trajetória mostra que a confiança vem da constância — não da perfeição.
Cumprir pequenas metas diárias é o primeiro passo para fortalecer o mesmo tipo de confiança que move os grandes atletas.

🧘 2. Foco no que se pode controlar

Durante uma competição, há inúmeros fatores imprevisíveis: clima, arbitragem, comportamento dos adversários.
Os atletas olímpicos aprendem a canalizar energia apenas para o que está sob seu controle — esforço, preparo e atitude.
Esse foco reduz a ansiedade e aumenta o domínio emocional.

No judô, por exemplo, Rafaela Silva tornou-se referência em foco e superação. Depois de enfrentar derrotas e críticas, ela voltou mais forte ao concentrar-se no que podia melhorar: técnica, preparo físico e autoconfiança.
É uma lição valiosa para qualquer área da vida: concentrar-se no que depende de você é o que mantém a mente estável sob pressão.

🔁 3. Erro é aprendizado, não ameaça

No alto rendimento, o fracasso é tratado como parte natural da jornada.
Atletas sabem que cada erro é uma oportunidade de ajuste, e não um atestado de incapacidade.
Essa mentalidade fortalece a autoconfiança verdadeira — a que resiste às derrotas e aprende com elas.

Nadadores, corredores e ginastas acumulam centenas de tentativas malsucedidas antes de atingir o topo. O que os diferencia é a disposição de seguir treinando, analisando e evoluindo.
Em vez de temer o erro, eles o transformam em combustível.

🎯 4. A visualização mental é uma ferramenta poderosa

A técnica de visualização positiva é amplamente usada no ambiente olímpico.
Antes de competir, atletas imaginam cada detalhe da execução — o movimento, o ritmo da respiração, o som do ambiente.
O cérebro interpreta essa simulação como experiência real, fortalecendo os mesmos circuitos neurais ativados durante o treino.

Boxeadores e ginastas, por exemplo, costumam visualizar não só a vitória, mas também situações de erro e recuperação. Isso cria uma sensação de preparo total — tanto físico quanto emocional.
É uma prática simples e eficaz: imaginar o sucesso antes de agir ajuda o corpo a responder com mais confiança no momento decisivo.

🧠 5. Mentalidade de crescimento: o segredo da constância

A chamada mentalidade de crescimento, conceito popularizado pela psicóloga Carol Dweck, é um traço comum entre atletas olímpicos.
Eles acreditam que o talento é apenas o ponto de partida e que o verdadeiro diferencial está em aprender continuamente.
Essa visão faz com que o foco saia do resultado e se concentre no processo.

O canoísta Isaquias Queiroz costuma destacar que o objetivo é sempre ser melhor do que ontem. Essa busca constante pelo progresso mantém viva a autoconfiança e a motivação.
Quando a evolução se torna o foco, o medo de falhar perde força — e o progresso vira hábito.

🏁 Conclusão

A autoconfiança dos atletas olímpicos não nasce da vitória, mas do processo que leva até ela.
É construída em silêncio, nos treinos longos, nas tentativas frustradas e nos ajustes invisíveis.
Eles ensinam que acreditar em si mesmo é resultado de preparo, paciência e autocompaixão — não de sorte.

No esporte e na vida, confiança é o que conecta o esforço ao resultado.
E, como mostram os campeões, ela pode (e deve) ser treinada todos os dias.

Consultora de wellness do Olimpíada Todo Dia. Profissinal de educação física, fundadora do Yoga Para Atletas, co-fundadora do Rachão Basquete Feminino, criadora de conteúdo do A Quadra É Delas e personal training

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