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Beisebol brasileiro busca bons resultados no Pan de Santiago

Pedro Ivo Okuda é um dos atletas convocadora para defender o Brasil no beisebol em Santiago. Foto: Carol Coelho/CBSB

* Com colaboração de Gabriel Gentile, direto de Santiago.

Na última sexta-feira, 13, o beisebol, junto com o softbol e mais quatro modalidades, foram anunciados como novidades no programa olímpico para Los Angeles 2028. Assim, como em Tóquio 2020, o beisebol volta como apelo popular para o país sede. 

A seleção brasileira de beisebol já sente o “clima olímpico” agora nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023. O Brasil garantiu vaga nos Jogos ao conquistar o título sul-americano em 2022, uma das conquistas mais importantes da história recente na modalidade. Em Santiago, os brasileiros estão no Grupo B, ao lado de Colômbia, Cuba e Venezuela.

Para o veterano Paulo Orlando, defensor de campo externo da seleção, voltar ao Pan é uma satisfação. “A gente teve um tempo de treinamento longo para jogar o Pan. Vai ser o meu segundo Jogos Pan-Americanos, o meu primeiro foi lá em 2007. E para o beisebol, o Pan é uma competição muito importante pela visibilidade, para trazer mais jovens para conhecer o esporte” explicou o jogador.

Orlando esteve no time de 2012 que venceu as classificatórias para o World Baseball Classic de 2013, considerada a Copa do Mundo do beisebol, que conta com atletas profissionais que atuam nas maiores ligas do mundo, como EUA e Japão. A classificação mundial é até hoje considerada um marco histórico. “Sempre estive disposto a representar o Brasil. Já era profissional em 2013 e mesmo não sendo um país tão desenvolvido na modalidade, a gente teve um grupo de jogadores experientes e jovens talentos”

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Depois de 2013, o beisebol brasileiro não obteve resultados tão expressivos em nível continental. Apenas nove anos depois da conquista histórica, o Brasil voltou a figurar entre os melhores do continente, levando o título sul-americano e carimbando passaporte direto para os Jogos Pan de Santiago, primeira participação brasileira desde que sediou o evento em 2007 no Rio de Janeiro. Orlando vê uma recente evolução no Brasil, que chegou a uma das competições prioritárias do Beisebol. “Teve um trabalho grande para preparar os jogadores, academias e times desenvolvendo os atletas nos últimos anos. Isso trouxe resultados na seleção brasileira adulta”, contou o atleta.

Para o arremessador e capitão André Rienzo, desenvolver os campeonatos brasileiros já seria um grande passo para o beisebol local. “Nosso sonho é que o beisebol cresça e a gente tenha uma liga forte. Assim, os atletas brasileiros não precisariam sair do país para jogar em ligas dos EUA, Japão, México”, explicou o capitão.

André Rienzo participou da cerimônia de hasteamento da bandeira na Vila Pan-Americana. (Foto: Gabriel Gentile)

Volta aos Jogos Olímpicos

O beisebol, ao lado do softbol, voltou ao programa olímpico após a ausência em 2024. O retorno se deu pela sugestão do comitê organizador dos Jogos de 2028, em Los Angeles, onde o esporte é muito popular. Antes disso, estiveram presentes em 2021, na edição japonesa dos Jogos, além das edições de entre 1984 e 2008. 

Para Pedro Ivo Okuda, defensor interno da seleção, voltar ao maior evento esportivo do mundo é uma vitória para a modalidade. “É muito bom voltar pra Olimpíada. Agora que nos classificamos para o Pan de Santiago, parece que aumentou a visibilidade no Brasil. É uma motivação maior dentro do esporte, antes era só a Copa do Mundo que existia pro Beisebol de alto rendimento, agora a gente tem a oportunidade de participar de uma Olimpíada, é um grande incentivo”, declarou.

Para Rienzo, que o retorno da modalidade é mais que positiva, mas acredita que não deve estar no elenco que vai em busca da vaga olímpica no próximo ciclo. “Fico muito feliz que o esporte que eu amo voltar a ser um esporte olímpico agora em 2028. Acho que não devo estar lá, já vou estar muito velho”, brincou o jogador de 35 anos. “Mas espero contribuir para o time, pra que possamos nos classificar.”

No Pan

Em Jogos Pan-Americanos, o beisebol é um esporte tradicional, presente desde a edição de 1951 em Buenos Aires. Muito popular entre os países caribenhos e centro-americanos, como Cuba, República Dominicana, Venezuela e Panamá, o esporte não tem muita visibilidade no Brasil. As maiores forças para os Jogos de 2023, essas nações devem lutar pelas medalhas, com os brasileiros correndo por fora por um lugar no pódio.

“A gente está com um time forte, três arremessadores vieram do Japão, alguns dos EUA. Nossa comissão técnica está bem preparada, a gente espera fazer bons jogos e trazer bons resultados”, finalizou Rienzo.

O beisebol brasileiro será o primeiro esporte a entrar em ação no Pan de Santiago. A estreia é antes mesmo da Cerimônia de Abertura, contra a Venezuela, nesta quinta-feira, dia 19 de outubro às 15h. O jogo será transmitido no Canal Olímpico do Brasil.

Formada em Jornalismo pela Unesp-Bauru, participou da Rio-2016 como voluntária, cobriu a Olimpíada de Tóquio-2020 pelo Olimpíada Todo Dia e hoje coordena as Redes Sociais do OTD.

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