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Basquete

Vitor Benite joga sábado para ser bicampeão da Copa Intercontinental

Campeão pelo Flamengo em 2014, Vitor Benite defende o San Pablo Burgos neste sábado na final da Copa Intercontinental contra o Quimsa, da Argentina

Após ganhar a Champions em outubro, Vitor Benite pode ser o primeiro brasileiro bicampeão intercontinental (Divulgação Champions League de Basquete)

Vitor Benite está perto de fazer história no basquete internacional. O capitão do San Pablo Burgos, da Espanha, pode se tornar o primeiro brasileiro bicampeão intercontinental e por duas equipes diferentes.

O ala enfrenta neste sábado o Quimsa, da Argentina, em Buenos Aires, na decisão da Copa Intercontinental da FIBA 2021, podendo repetir o feito de 2014, quando atuava pelo Flamengo.

Vitor Benite e o grupo desembarcaram na capital portenha nesta quinta, após a vitória pela liga espanhola sobre o BAXI Manresa (101 a 87) no último final de semana. Aos 30 anos, o ala chega mais experiente e tranquilo para a nova decisão internacional.

“Eu e todo o time estamos confiantes e concentrados. Jogar uma final e disputar um título é algo que sempre motiva o jogador. Temos que nos preparar bem e concentrar o máximo possível para trazer mais esta conquista para a cidade de Burgos”, diz Vitor Benite.

O San Pablo Burgos classificou-se para a Copa Intercontinental após vencer a Champions League 2020, título mais importante de sua história, derrotando o AEK, da Grécia, na decisão. Neste sábado, diante do Quimsa, o time tem a chance de continuar fazendo história.

Benite conquista a Champions League de Basquete
Capitão, Benite levantou a primeira taça internacional da história do San Pablo Burgos (Divulgação Champions League de Basquete)

“O time sabe muito bem a importância para a cidade e para o clube de ganhar um título intercontinental. A gente vem se preparando bastante pra isso, sabendo que o jogo único muda a forma de enfrentar o adversário, principalmente com a pressão de uma final. Precisamos estar preparados com os diferentes ânimos psicológicos dentro do jogo para sairmos com a vitória”, opina Vitor Benite, que também analisa o adversário deste sábado:

“É um time argentino com talento e jogadores que podem nos trazer problemas. Mas, por ser um jogo único, creio que o mais importante seja a parte psicológica, a nossa concentração e como vamos trabalhar os altos e baixos dentro da partida. Isso vai ser mais importante que qualquer outra coisa. O fato de não haver torcida faz com que seja uma final diferente. Acredito que isso torne o jogo mais frio, pensado e equilibrado”, completa.

Há sete anos, Vitor Benite fazia parte do elenco do Flamengo que derrotou o Maccabi Tel-Aviv, de Israel, em duas partidas. Conhecedor das equipes sul-americanas, o ala vê nisso um fator positivo para tentar neutralizar os argentinos.

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“Eu sei muito bem como funciona a cabeça de quem enfrenta um time europeu. Existe uma certa obrigação de quem vem da Europa em ganhar esse jogo, e isso faz com que o time da casa entre com aquele ânimo a mais, de ser o conquistador de algo que ninguém espera”, alerta.

“Por ter estado do lado de lá, aprendi que o time europeu precisa vir bem preparado, sabendo da qualidade dos times latinos e, que se vier desconcentrado, a chance de perder é muito grande. Espero passar um pouco dessa experiência, sabendo que vai ser um jogo muito duro”, completa Vitor Benite.

CAMPEÃO COM BENITE PELO FLAMENGO, JOSÉ NETO RELEMBRA A CONQUISTA

Comandante da conquista rubro-negra em 2014, o técnico José Neto, hoje na Seleção Brasileira Feminina e no Petro de Luanda, de Angola, lembra com carinho do título e do ala:

“Sempre serei grato por ter trabalhado com o Vitor, que fez parte de forma efetiva daquele título. Lembro que ele foi decisivo na segunda partida, quando roubou a bola e converteu cesta e falta, anotando pontos importantíssimos que nos deixaram muito próximos do título”, conta Neto.

“Conquistar um título intercontinental da FIBA é algo que vai ficar para sempre na memória, ainda mais vencendo o campeão da Euroliga, na época, que havia passado por equipes como o Real Madrid, o que torna esse título ainda mais especial e mostra a grandeza do basquete brasileiro”, completa o treinador.

O próprio Vitor Benite também se recorda:

“São situações muito diferentes. Ali (em 2014), por mais que eu já tivesse bastante experiência com seleção, eu ainda tentava buscar meu espaço, buscando assinar com clube europeu. Agora, já venho consolidado, como capitão do meu time, com algumas derrotas e vitorias a mais de bagagem na minha carreira. Tudo isso faz com que eu seja um Benite muito motivado e um pouco mais tranquilo com decisẽes e e em jogar partidas importantes como essa”, diz.

Neto destaca a evolução de Vitor Benite nestes sete anos:

“O Vitor do Flamengo e do Burgos são pessoas bem diferentes. Ele aproveitou muito bem as oportunidades que teve para ser um jogador e uma pessoa melhores. Hoje a gente vê um Vitor Benite muito mais maduro, experiente, conhecedor e seguro de tudo que é capaz de fazer. Não tenho dúvidas de que essa versão é muito melhor”, elogia o técnico.

“Ter a possibilidade de um brasileiro ser campeão intercontinental é sempre bom para o basquete brasileiro. Sendo o Vitor, é uma alegria ainda maior para mim, pois é um jogador que tem trabalhado muito para poder evoluir e muito importante para a geração que ele faz parte. Fico muito feliz e vou torcer muito para que isso aconteça”, vibra José Neto.

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