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Yeltsin Jacques conquista oitavo ouro do Brasil no Mundial de Paris

Campeão paralímpico, Yeltsin Jacques leva ouro nos 1.500m T11 no Mundial de Paris, com direito a novo recorde do campeonato

Yeltsin Jacques e atleta-guia Edelson Ávila com bandeira do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico
Yeltsin e o guia Edelson Ávila com a bandeira do Brasil (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Depois de uma quarta-feira com dez medalhas, a quinta-feira também amanheceu dourada para o Brasil em Paris. O sul-mato-grossense Yeltsin Jacques, com o guia Edelson Ávila, conquistou a oitava medalha de ouro do país no Mundial de atletismo paralímpico, ao vencer a prova dos 1.500m da classe T11, com 4min03s83, novo recorde do campeonato. Raissa Rocha Machado também medalhou no dia, faturando uma prata no lançamento de dardo F56.

Atual campeão paralímpico nos 1.500m T11 (deficiência visual), Yeltsin Jacques unificou os títulos e agora também é campeão mundial da prova. Para vencer em Paris, ele superou a concorrência de outros cinco atletas na final. Um de seus principais adversários na final seria o também brasileiro Júlio César Agripino, medalhista de ouro em Dubai 2019, mas o corredor não completou a prova porque a guia (cordão que une o atleta e o atleta-guia) quebrou logo após a largada.

Yeltsin Jacques e atleta-guia Edelson Ávila com bandeira do Brasil no Mundial de atletismo paralímpico
Yeltsin Jacques ao lado de seu atleta-guia, Edelson Ávila (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Sem Agripino, Yeltsin sobrou na prova e venceu com mais de quatro segundos de diferença para o segundo colocado. O brasileiro anotou 4min03s83, novo recorde da competição. O japonês Kenya Karasawa foi prata, com 4min08s26, enquanto o polonês Aleksander Kossakowski levou o bronze, com 4min08s34. Dessa forma, Yeltsin conquistou sua segunda medalha nesta edição do Mundial de atletismo paralímpico, depois de ter sido bronze nos 5.000m T11.

Palavra do campeão

“Muito feliz com o resultado. Sensação de missão cumprida. Não estava muito em ritmo de competição, mas conseguimos fazer um bom trabalho junto com toda a nossa equipe multidisciplinar. A rivalidade com o japonês [Kenya Karasawa] é muito boa dentro da pista, porque somos amigos fora dela. Eu fiquei na frente o tempo todo, mas sabia que ele iria vir atrás. Mas meu biotipo e minha genética me ajudam bastante, consigo ser rápido na chegada. Eu sabia que se chegasse nos últimos 500 metros na frente, dificilmente perderia. Agora é ajustar os detalhes para os próximos desafios. No ano que vem, teremos dois ouros aqui em Paris se Deus quiser”, afirmou o atleta, que nasceu com baixa visão.

Raissa Machado leva terceira medalha no dardo

Raissa Rocha Machado com a bandeira do Brasil após medalha no Mundial de atletismo paralímpico
Raissa Rocha Machado comemora terceira medalha em Mundiais (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

A outra medalha brasileira na manhã desta quinta-feira veio com Raissa Rocha Machado, que levou a prata no lançamento de dardo da classe F56 (atletas que competem sentados). A atleta, que nasceu com má-formação nas pernas, atingiu a marca de 23,05m. A letã Diana Krumina ficou com o ouro, com 25,81m, enquanto a iraniana Hashemiyeh Motaghian levou o bronze, com 22,95m. Foi o terceiro pódio da baiana em Mundiais, após a prata de 2015 e o bronze de 2019.

“O meu objetivo foi cumprido, que era subir no pódio independentemente da cor da medalha. Obviamente, pensamos no ouro quando participamos de uma competição como essa. Estudei muito as minhas adversárias e fiz o meu melhor. Estou muito feliz”, completou Raissa, que também foi medalhista de prata nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020.

Raissa Rocha Machado durante lançamento no Mundial de Paris
Raissa Machado em ação em Paris (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Com as conquistas, o Brasil chega à marca de 22 medalhas neste Mundial de atletismo paralímpico, agora com oito ouros, seis pratas e oito bronzes. O país aparece em segundo lugar no quadro geral de medalhas, atrás apenas da China, que tem 24 pódios no total, sendo 11 ouros, sete pratas e seis bronzes. A melhor participação brasileira em um Mundial da modalidade foi em Dubai 2019, quando teve 14 ouros, nove pratas e 16 bronzes (39 no total).

Outras provas

Outros três brasileiros participaram de finais nesta manhã em Paris. Edenilson Floriani ficou em sétimo lugar no lançamento de dardo da classe F64 (deficiência nos membros inferiores), com 58,63m. O vencedor foi o indiano Sumit Antil, com recorde mundial de 70,83m. Já Izabela Campos foi sexta no lançamento de disco da classe F11 (cegas), com 32,02m. A chinesa Liangmin Zhang (38,57m) foi ouro. Por fim, Bruno Christian ficou em oitavo lugar no salto em distância T47 (amputados de braço), marcando 6,65m. O cubano Robeil Cervantes levou ouro com 7,63m.

Além das finais, atletas brasileiros entraram em ação por disputas eliminatórias. Bartolomeu Silva venceu sua bateria nos 400m T37 (paralisados cerebrais), com 54s48, e foi para a final, que ocorrerá nesta sexta-feira (14), às 6h03 (de Brasília). Fernanda Yara e Maria Clara Augusto também lideraram suas baterias nos 400m T47, com 58s29 e 59s38, respectivamente. A final acontecerá na sexta-feira (14), às 14h20.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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