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Parapan 2019

Fundista do T11 busca medalha no Parapan com guia olímpico

Lutimar Abreu Paes, atleta-guia de Júlio César Agripino. Foto: Ale Cabral/CPB

Atletas do atletismo que possuem deficiência visual podem correr acompanhados de um atleta-guia. Se o competidor for classificado como T11, o que significa não ter visão alguma, ter um guia é obrigatoriedade. É o caso do Júlio César Agripino, que tem Lutimar Abreu Paes como guia há apenas três meses. Apesar de guiar Júlio há pouco tempo, os Jogos Parapan-Americanos de Lima não serão a primeira competição continental de Lutimar, que correu nos Jogos Pan-Americanos Guadalajara 2011, além de competir nas Olimpíadas Rio 2016, mas como atleta convencional.

Lutimar começou no atletismo aos 12 anos de idade, em um projeto social em Cruz Alta, sua cidade natal no Rio Grande do Sul. Ele conquistou alguns títulos em campeonatos juvenis e foi convidado para treinar em São Paulo aos 16 anos, onde mora desde então.

Em maio deste ano, o atleta foi convidado por Luís Alberto, treinador de Júlio César Agripino, para guiá-lo: “O Júlio está com o tempo muito próximo de ser campeão parapan-americano e até paralímpico. São títulos que eu não tive no convencional e aceitei de pronto a ideia. O projeto é muito bacana. Há um mês, comigo guiando, ele fez a melhor marca da vida dele (4’05”), então está sendo uma experiência muito boa. A alegria dele está sendo a minha”, conta o gaúcho de 30 anos.

Entretanto, a mudança de atleta convencional para atleta-guia não é tão simples. Além de precisar aprender a guiar, a responsabilidade, segundo Lutimar, também aumenta. “Ainda apanho bastante na parte de guiar. Ainda não aprendi algumas coisas, mas estou me dedicando e me empenhando para termos uma boa sincronia. É uma responsabilidade grande, maior do que sozinho. Quando você corre sozinho é uma coisa. Agora, estou auxiliando uma pessoa, então não posso errar.”

Assim como o atleta, o objetivo de Lutimar também é trazer a medalha de ouro: “Nós queremos ser campeões. Como ele é líder do ranking mundial, não buscamos nada diferente disso.” O paulista de Diadema é um dos favoritos nos 1.500m em sua classe. Ele também já tem vaga para o Mundial da modalidade, que será de 7 a 15 de novembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.

O atleta-guia já tem meta definida para o ano que vem: medalha nas Paralimpíadas. “Eu imagino que no Mundial já vamos correr melhor do que no Parapan e iremos aprimorar até o grande objetivo, que são as Paralimpíadas. No próximo ano, vou tentar voltar a correr no convencional e conciliar isso com guiar. Mas a prioridade vai ser guiar o Júlio e ganhar a medalha com ele nas Paralimpíadas” comenta Lutimar.

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