O Campeonato Mundial de vôlei de praia começa dentro de dez dias e o cenário atual mostra um grande equilíbrio de forças no planeta. Em 11 etapas Elite-16 do circuito mundial, sete duplas diferentes foram campeãs no masculino e seis no feminino. Ao todo, 14 parcerias foram ao pódio entre os homens e 13 entre as mulheres. E todas elas estarão e ação na Austrália a partir do dia 13 de novembro. Serão ao todo 96 duplas participantes, 48 de cada naipe, com 40 países representados na competição. E as chances do Brasil? São boas, especialmente no feminino, mas os homens também podem buscar uma medalha. Neste texto, destrinchamos o atual estágio dos brasileiros e os principais adversários no caminho rumo ao sonhado título mundial.
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A delegação brasileira conta com seis medalhistas em Mundiais. Duda e Ana Patrícia (ouro em 2022 e prata em 2023) são as mais bem-sucedidas entre as mulheres, enquanto Evandro (ouro em 2017 e bronze em 2015), André (ouro em 2017 e bronze em 2022), Renato (prata em 2022) e George (bronze em 2022) já foram ao pódio entre os homens.
O Brasil é ainda o maior vencedor no Campeonato Mundial tanto entre os homens, com sete ouros, quanto entre as mulheres, com seis. Em 14 edições do torneio, o país teve duplas no pódio em 35 ocasiões, com 13 ouros, 11 pratas e 11 bronzes.
Três duplas brasileiras com chances de medalha no feminino

Não tem como não pensar em Duda e Ana Patrícia quando falamos de Mundial de vôlei de praia. Afinal, elas foram finalistas das duas últimas edições: campeãs em 2022 e vice em 2023. Além disso, foram campeãs olímpicas em Paris-2024. De lá para cá, no entanto, sofreram com algumas lesões e só disputaram sete torneios em 2025. Por conta disso, estão em nono no ranking, mas, ainda assim, subiram quatro vezes ao pódio com medalhas de bronze nas etapas de Brasília, Montreal, Hamburgo e João Pessoa. Se estiverem 100% saudáveis na Austrália certamente estarão na briga pelo ouro.
Junto com Duda e Ana Patrícia estão Thamela/Victoria e Carol Solberg/Rebecca, que atualmente são, respectivamente, líderes e vice-líderes do ranking mundial. Cada dupla foi campeã de duas etapas em 2025. As primeiras levaram ouro em Saquarema e Ostrava e foram prata em Hamburgo e no Rio de Janeiro, enquanto as segundas foram campeãs em Quintana Roo e no Rio e ficaram com o vice em Brasília.
Para completar, Hegê e Vitória também estarão em ação no Mundial de vôlei de praia. Atualmente em 24º lugar no ranking mundial, elas tiveram como melhor resultado em 2025 o nono lugar em Ostrava. A dupla vai entrar na competição como franco-atiradora em busca de tentar surpreender as favoritas.
Principais rivais

Com três duplas no top-10, uma delas atual campeã olímpica, as chances do Brasil de chegar ao pódio são muito boas. Mas algumas adversárias serão duras de serem batidas. É o caso, por exemplo, das americanas Nuss e Brasher. Assim como Duda e Ana Patrícia, elas disputaram apenas sete torneios e, por isso, estão apenas em sexto lugar no ranking. Apesar disso, são as maiores vencedoras do ano com três ouros (Brasília, Gstaad e Newport Beach), uma prata (Saquarema) e um bronze (Quintana Roo).
Também aparecem como fortes candidatas as americanas Cannon e Kraft, terceiras colocadas no ranking, as canadenses Melissa e Brandie, as alemãs Miller e Tilmann e as italianas Gottardi e Orsi.
Luta contra o jejum

O Brasil é o maior vencedor da história do Mundial de vôlei de praia tanto no feminino quanto no masculino. Entre os homens, no entanto, o país vive um jejum de oito anos sem título. A última conquista aconteceu em 2017 com Evandro e André. Ambos estarão na Austrália, mas em duplas diferentes. Enquanto o primeiro vai jogar com Arthur Lanci, o segundo terá Renato como parceiro.
Das três duplas brasileiras, apenas Evandro e Arthur conseguiram bons resultados em 2025. Eles foram campeões do Elite-16 de João Pessoa e ficaram com o vice-campeonato tanto em Brasília como em Newport Beach. Atualmente, ocupam a quarta colocação no ranking mundial, enquanto George e Saymon estão em 24º e André e Renato ocupam apenas o 135º lugar, mas disputaram apenas três torneios em 2025.
Para complicar, George/Saymon e André/Renato serão adversários na primeira fase. O sorteio os colocou no Grupo C junto com os campeões olímpicos Åhman e Hellvig, da Suécia, e os australianos Hodges e Burnett. Com tudo isso, é possível dizer que Evandro e Arthur Lanci chegam ao Mundial de vôlei de praia com chances de medalha, mas sem estarem entre os favoritos ao título, e que as outras duplas brasileiras no masculino vão tentar surpreender.
Favoritos

Apesar de terem apenas um ouro e uma prata na temporada e de estarem em quinto no ranking, os atuais campeões olímpicos Åhman e Hellvig certamente estão entre os favoritos. Seus principais adversários serão Mol e Sorum, campeões olímpicos em Tóquio e que foram campeões mundiais em 2022. Em 2025, os noruegueses foram cinco vezes ao pódios de torneios Elite-16. Eles ganharam três ouros (Saquarema, Montreal e Hamburgo), uma prata (Ostrava) e um bronze (Brasília). Quem também têm três títulos na temporada são os cataris Cherif e Ahmed, que foram campeões em Gstaad, Rio de Janeiro e Newport Beach.
Por tudo isso, essas três duplas podem ser consideradas as favoritas no Mundial de vôlei de praia, enquanto Evandro e Arthur entram no grupo de candidatos a medalha em que se incluem também os suecos Holting Nilsson e Anderson, os holandeses Boermans e De Groot e os cubanos Díaz e Alayo.
Campeões mundiais em 2023, os tchecos Perusic e Schweiner não têm conseguido muitos bons resultados nos últimos anos. Em 2025, por exemplo, foram apenas duas vezes ao pódio com dois bronzes, mas vão tentar surpreender novamente na Austrália.
Primeira Fase

Cada naipe contará com 48 duplas, divididas na primeira fase em 12 grupos de quatro. A equipes jogam entre si dentro de suas chaves para determinar quem avança no Mundial de vôlei de praia. As duplas classificadas em primeiro e segundo lugares em seus grupos e os quatro melhores terceiros colocados avançam direto à primeira rodada da fase eliminatória. Os outros oito terceiros colocados participarão da repescagem, que terá quatro confrontos diretos entre eles, com os vencedores juntando-se aos outros 28 times. A partir daí, o torneio segue em sistema de eliminatória simples, incluindo também as oitavas-de-final, as quartas-de-final e as semifinais.
Grupo da morte no masculino
O Grupo C, que terá George/Saymon e André/Renato junto com os campeões olímpicos suecos David Åhman e Jonatan Hellvig e os australianos Thomas Hodges e Paul Burnett é certamente o grupo da morte do Mundial de vôlei de praia.
Cabeças de chave do Grupo D, Evandro e Arthur Lanci terão vida bem mais tranquila na primeira fase contra Paul Henning e Lui Wüst, da Alemanha, Bautista Amieva e Maciel Bueno, da Argentina, e Ruben Mora e Dany López, da Nicarágua.
Adversárias das brasileiras no feminino

No feminino, as quatro duplas brasileiras foram alocadas em grupos diferentes. Líderes do Ranking Mundial, Thamela e Vic encabeçam o Grupo A, que também conta com as ucranianas Tetiana Lazarenko e Daria Romaniuk, as paraguaias Michelle Valiente e Giuliana Poletti e as peruanas Claudia Gaona e Lisbeth Allcca.
Carol e Rebecca estão no Grupo B, ao lado das ucranianas Valentyna Davidova e Anhelina Khmil, das holandesas Mila Konink e Desy Poeisz e das egípcias Marwa Abdelhady e Nada Hamdy.
No Grupo C, Vitória e Hegê enfrentarão a concorrência das americanas Taryn Brasher e Kristen Nuss, das holandesas Emi van Driel e Wies Bekhuis e das nigerianas Pamela Bawa e Esther Mbah.
As campeãs olímpicas Duda e Ana Patrícia caíram no Grupo F, onde terão como adversárias as tchecas Marie-Sára Štochlová e Markéta Svozilová, as polonesas Malgorzata Ciezkowska e Urszula Lunio e as australianas Tara Phillips e Kayla Mears.
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