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Flamengo cala Arena do Praia e fica perto da final da Superliga

Time comandado pelo técnico Bernardinho impõe derrota ainda não sofrida pelo Praia em toda a competição, mesmo diante de mais de 2 mil torcedores, e agora joga em casa para fechar a melhor de três semifinal

Sesc RJ Flamengo, time de Bernardinho
(Marcelo Cortes/Flamengo/arquivo)

O Flamengo impôs um sonoro 3 a 0 sobre o Praia Clube na noite desta sexta-feira (8), fora de casa, e está a uma vitória da grande final da Superliga feminina de vôlei. Diante de uma Arena Dentil lotada, as rubro-negras fizeram 25/23, 31/29 e 25/22 no primeiro duelo da série melhor de três válido pela semifinal. O segundo jogo será na terça-feira (12) no Ginásio Tijuca Tênis Clube, Rio de Janeiro. Se o time mineiro devolver a derrota, o terceiro e decisivo confronto está marcado para na sexta (15) novamente em Uberlândia, Minas Gerais.

Foi a primeira derrota por 3 a 0 do Praia Clube em toda a Superliga. A equipe foi o melhor da primeira fase com 20 vitórias e apenas duas derrotas, sendo uma delas, a segunda, justamente para o Sesc Flamengo no final de fevereiro. De lá pra cá, as mineiras estavam invictas. As cariocas foram a quinta melhor equipe da fase de classificação. Nas quartas de final, o Praia despachou o Pinheiros em dois jogos e o Flamengo precisou fazer 2 a 1 de virada no confronto contra Osasco.

Na noite desta sexta, a Arena Dentil estava com lotação máxima, cerca de 2,3 mil torcedores, pela primeira vez desde o início da pandemia. Animada por um incansável locutor, a galera fez a parte dela, mas não conseguiu empurrar as anfitriãs para a vitória. Brayelin foi a maior pontuadora, com 18 para o Praia, seguida por Penha com 17 para o Flamengo. Jineiry anotou 14 para as donas da casa. Curiosamente, as três jogadoras são da República Dominicana.

Despedida?

O jogo pode ter marcado a despedida de Walewska da torcida do Praia Clube uma vez que a meio de rede de 43 anos já anunciou que vai se aposentar após o fim da competição. Vale lembrar que as finais da Superliga nesse ano serão em Brasília. Dentre as principais conquistas dela estão a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008 e a de bronze em Sydney 2000 defendendo a seleção brasileira. Com o time mineiro, foi campeã da Superliga na temporada 2017/2018 justamente sobre o Rubro-Negro.

Flamengo na frente

A primeira vantagem do jogo foi para o lado do Flamengo. As comandadas de Bernardinho primeiro abriram 6 a 4 em uma cravada de Mika, depois 9 a 6 em um erro de ataque de Brayelin e escalaram o placar até 13 a 7 valendo-se de dois contra-ataques aproveitados por Maira e de um erro de recepção das donas da casa. O time de Paulo Coco, porém, reagiu rápido e com Brayelin batendo forte da entrada e da saída cresceu e encostou no 14 a 12. A essa altura, a dominicana já tinha sete pontos, terminou a parcial com dez. O volume das anfitriãs seguiu alto e a virada veio no 17 a 16 em um ace de Kasiely.

O Flamengo não sentiu, marcou três vezes seguidas e não só recuperou a ponta como fez 19 a 17. Mais uma vez o Praia reagiu e buscou o empate, no 19 a 19, e foi de maneira inusitada. O técnico Bernardinho pediu desafio por toque na rede no meio da disputa de um ponto, mas ele não foi confirmado e o ponto foi para o Praia. O Flamengo novamente não sentiu a reação das rivais e voltou a escapar no placar até fazer 24 a 21. As mineiras ainda salvaram dois set points, um deles com o saque, mas no terceiro Monique matou da saída de rede.

Teste pra cardíaco

No segundo set, quem abriu primeiro foi o Praia. Fez 8 a 3 com Jineiry, a irmã de Brayelin, e Kasiely comandando o bom início do time, ajudadas por um ace venenoso de Carol. A vantagem caiu para 9 a 7 em dois lances de Maira para o Flamengo – primeiro ela pegou Brayelin no bloqueio e depois explorou o bloque mineiro – e depois para 12 a 11 com Penha. E foi Penha, também dominicana, que comandou o Rubro-Negro até a virada no 16 a 14. As visitantes conseguiram manter-se à frente até Kasiely empatar no 19 a 19 forçando um erro de recepção das adversárias. As donas da casa fizeram 21 a 19 em dois erros de ataque do Flamengo, mas tomaram o empate no 22 em uma bolaça de Penha.

+ Confira a tabela da Superliga feminina

Dali em diante o jogo foi teste pra cardíaco. O Praia chegou primeiro ao set point, no 24 a 23, e teria fechado no 25 a 23 se não fosse o desafio. O time mineiro teve mais três chances seguidas, todas com o contra-ataque, mas não conseguiu fechar. O Flamengo, então, tomou a vantagem, não aproveitou a primeira oportunidade, precisou salvar mais um a favor das rivais, mas recuperou a vantagem no 30 a 29 e desta vez conseguiu matar.

Vitória e moral

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O roteiro de equilíbrio não permaneceu na terceira parcial. O Flamengo abriu uma pequena distância já no 4 a 2 e fez 10 a 5 em dois bloqueios – um em cima de Anne e outro após erro na recepção do Praia – além de um ace de Milka com a ajuda da fita. O Praia ainda buscou no 11 a 10, as rivais voltaram a escapar no 14 a 11 e o equilíbrio voltou no 15 a 14 pras rubro-negras. Mas o Flamengo desgarrou uma vez mais no 18 a 14, chegou com folgas ao match point e fechou mesmo após perder três deles.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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