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Vôlei

“Luta por igualdade”, diz Natália sobre processo contra CBV

Natália é a capitã da seleção brasileira de vôlei. Foto: Leandro Martins/MPIX/CBV

Capitã da seleção brasileira, Natália é uma das jogadoras mais experientes no grupo comandado por José Roberto Guimarães. A ponteira e Adenízia foram as únicas da atual equipe a disputar o vôlei feminino no Rio-2016. Ciente da responsabilidade, Natália passa todo o seu conhecimento do cenário internacional para as jogadoras mais jovens. Após sessão de treinos aberta à imprensa em Barueri, na manhã desta terça-feira (20), ela garantiu que o desafio não é só para as “novinhas”.

“A gente tem meninas que estão na seleção brasileira pela primeira vez, então tentamos mostrar como é o mundo lá fora, que é muito diferente do que acontece aqui no Brasil. É uma responsabilidade grande, mas esse é um grupo que está muito animado, que veio com gás. Apesar de eu já estar aqui há muito tempo, é um desafio novo para mim também”, explicou a atleta.

Ranking da CBV

Natália também exerce a liderança fora de quadra. Ela é uma das representantes do movimento contra o ranking da CBV, que limita o número de jogadoras com sete pontos por clube. Em entrevista, a ponteira comentou o momento do processo judicial movido por atletas contra a Confederação.

“Se todas as jogadoras de sete pontos quiserem voltar para o Brasil, a gente não vai conseguir o merece nem escolher o time que quer jogar. Eles só podem ter duas jogadoras de sete pontos, então se eu quisesse jogar, não conseguiria. A gente luta mesmo por igualdade, para poder ser livre e escolher onde a gente quer jogar”, apontou.

Experiência internacional

Aos 28 anos, Natália vai começar a sua segunda temporada no Fenerbahçe, da Turquia. Segundo a jogadora, defender um clube fora do país permite que ela aprenda novas técnicas no vôlei. “Cada jogo, cada treino é um desafio novo para você. Você tem que aprender golpes novos, tem que se virar, e nós que somos estrangeiras lá fora temos uma responsabilidade maior. Nos momentos decisivos, a gente é quem tem que resolver, isso me ajudou bastante. Foi uma experiência não só profissional, mas de vida também, porque eu pude conhecer muita coisa lá fora”, avaliou. Depois de anos de carreira, Natália garante que está em sua melhor forma física.

“Eu preciso do meu corpo. Não sou mais uma menininha de 21 anos, como as novinhas aqui. Eu sei que preciso cuidar dos meus joelhos, do meu ombro, do corpo todo, pegando peso, porque isso me ajuda dentro de quadra. Hoje eu tenho essa consciência, muito mais do que eu tinha alguns anos atrás. Fisicamente, estou na minha melhor forma. Os anos vão passando e a gente sabe o que é melhor, então realmente hoje eu já me encontro em melhor forma”, concluiu.

O Grand Prix de vôlei acontece entre os dias 7 de julho e 5 de agosto. A primeira parada da seleção brasileira é em Ancara, onde enfrenta Bélgica, Sérvia e Turquia. Antes, no Brasil, o grupo recebe a Polônia para dois amistosos em Belo Horizonte e São Paulo. O primeiro acontece no próximo dia 27, a partir das 20h30, no ginásio do Mineirinho. Já o duelo na capital paulista será realizado às 21h30 do dia 29, no Ibirapuera. Clique aqui para acessar a tabela completa do Grand Prix.

Jornalista baiana, soteropolitana, faconiana. Mestrado em jornalismo esportivo pela St. Mary's University, do Reino Unido. Bolsista Chevening 2015/2016.

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