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Vela

Retrospectiva 2016: Martine Grael e Kahena Kunze são campeãs olímpicas na Vela

Martine Grael e Kahena Kunze  escreveram seus nomes na história da vela brasileira nos Jogos Olímpicos Rio 2016. Na última regata da competição, disputada na Baía de Guanabara, a dupla venceu a medal race da classe 49er FX, apenas dois segundos à frente das neozelandesas Alex Maloney e Molly Meech, e garantiu a medalha de ouro. Com pontuação valendo em dobro e só dez barcos na raia, Martine e Kahena fizeram uma prova perfeita e ultrapassaram as rivais ao contornar a quinta perna.


“Desde que saímos para a água, a gente se abraçou e decidiu que, independente das nossas decisões, iríamos focar na nossa prova e não nas nossas rivais e fazer uma boa regata. No final deu tudo certo. Usamos uma estratégia diferente das neozelandesas, que estavam na frente, e optamos em ir para o outro lado da raia, o que foi decisivo. Ultrapassamos elas no último contravento e passamos a focar para chegar. E foi emocionante cruzar em primeiro”, contou Kahena, de 25 anos, que, assim como sua companheira, é estreante em Jogos Olímpicos.

“Todos velejaram de igual para igual, nenhuma equipe sabia mais do que a outra. Talvez, em algum momento, tenha havido alguma vantagem por causa do vento, mas nada decisivo. Em momento nenhum pensei na melhor colocação. Eu queria fazer a melhor regata, uma perna de cada vez da melhor forma possível”, completou Martine, que também tem 25.

Martine Grael e Kahena Kunze são campeãs mundiais da 49er FX e medalhistas de prata nos Jogos Pan-americanos Toronto 2015. Elas chegaram aos Jogos Rio 2016 como favoritas, mas souberam lidar com a pressão. Nas 12 regatas classificatórias, as brasileiras tiveram como pior desempenho um 11º lugar.

“É indescritível esse momento. Ouvir o grito da torcida, de familiares, amigos e voluntários que fizeram esse momento maravilhoso. Não tem preço, ainda mais na minha primeira Olimpíada. Estou muito feliz. Aqui é nosso jardim, porque nos duas começamos a velejar na Baia de Guanabara. Ainda não caiu a ficha. Quero parar, respirar um pouco e admirar essa medalha, que é maravilhosa”, disse Kahena.

Para chegar ao lugar mais alto do pódio olímpico, Martine Grael e Kahena Kunze tiveram que aprender, nos últimos quatro anos, a transformar a amizade em uma parceria de sucesso nas águas.

“Eu faria tudo de novo nesses últimos quatro anos. Foram momentos incríveis que tivemos uma com a outra. Momentos de muito aprendizado, obviamente com altos e baixos. A Martine é uma pessoa incrível, admiro muito ela”, afirmou Kahena.

“É muita amizade, um pouco de compreensão. Tivemos uma mudança grande no nosso relacionamento, uma profissionalização. Antes, éramos amigas do peito. Agora, além de amigas, somos parceiras. Eu não poderia ter feito esse resultado com mais ninguém”, finalizou Martine.

A niteroiense Martine conquistou a oitava medalha para a família Grael. O pai, Torben, soma cinco medalhas, sendo duas de ouro, enquanto o tio, Lars, tem dois bronzes. A paulista Kahena também é filha de um ex-velejador: Claudio Kunze, campeão mundial da classe Pinguim, na década de 70.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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