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Quando o assunto é doping, a Rússia realmente não se ajuda

Um possível caso de doping no curling envolvendo um dos integrantes da OAR (Atletas Olímpicos da Rússia) agita os bastidores na Olimpíada de PyeongChang

Alexander Krushelnytsky (à direita), comemora o bronze no curling de duplas mistas em PyeongChang: medalha ameaçada por doping (Crédito: COI)

Em dezembro de 2017, o COI (C0mitê Olímpico Internacional) baniu a Rússia da Olimpíada de Inverno de PyeongChang. O motivo: o envolvimento do comitê olímpico do país, com anuência de autoridades do governo, de um esquema gigante de doping, desvendado por relatórios da Wada (Agência Mundial Antidoping) e do COI. Para evitar uma crise ainda maior, permitiu-se que atletas sem histórico de envolvimento com doping pudessem viajar para a Coreia do Sul. Eles disputam os Jogos sob bandeira do COI e com a estranha sigla OAR (Atletas Olímpicos da Rússia).

E não é que aparece uma suspeita de doping justamente com um dos integrantes da tal OAR?

Neste domingo (18), surgiu a informação que Alexander Krushelnytsky, medalha de bronze em duplas mistas no curling ao lado da mulher Anastasia Bryzgalovoy, teria sido flagrado em um teste fora de competição com a substância Meldonium.

Proibido pela Wada desde 2016, o Meldonium, segundo estudos, aumenta a capacidade de produzir energia a partir da queima de carboidratos, melhora da recuperação após o exercício e melhora a memória e aprendizado motor. Diversos atletas da Rússia e de outros países do Leste da Europa tiveram atletas flagrados com uso de Meldonium. O caso mais famoso foi o da tenista Maria Sharapova.

Oficialmente, a divisão antidoping que julga casos de doping em PyeongChang diz que não foi informada de nada, mas a federação internacional de curling e o porta-voz da delegação da OAR confirmaram o resultado positivo de um teste feito pelo COI. Nesta segunda-feira, uma contraprova será aberta e haverá uma posição oficial sobre o caso.

O casal Krushelnytsky e Bryzgalovoy fez sua preparação para a Olimpíada de Inverno no Japão. E o atleta russo teria dito aos dirigentes que desconfia que alguém possa ter “batizado” sua bebida antes dele fazer o teste. Um enredo sensacional para filmes de espionagem, cá entre nós.

Caso seja confirmado o doping, deve ir água abaixo a chance de a Rússia desfilar na cerimônia de encerramento dos Jogos Olímpicos, no próximo domingo (25), com sua bandeira e símbolos do comitê nacional, numa espécie de reabilitação oficial. Seria uma demonstração de boa vontade do COI em reconhecer os esforços russos no combate ao doping em seu país.

Inacreditável como a Rússia não se ajuda quando a questão diz respeito a doping.

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