Fogo amigo? A esgrimista americana Ibtihaj Muhammad diz ter sido barrada em um aeroporto dos Estados Unidos por duas horas (Crédito: AFP)
Onze dias depois do episódio de um atleta da Islândia do taekwondo, de origem muçulmana, ter sido barrado na imigração, a lei de imigração de Donald Trump fez uma nova vítima no esporte. Só que desta vez, foi contra uma atleta dos Estados Unidos!
O estúpido decreto presidencial que dificulta a entrada no país de pessoas de sete países muçulmanos (Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen) teve um efeito de “fogo amigo” e atingiu uma medalhista americana na Olimpíada Rio-2016. Ibtihaj Muhammad, medalha de bronze na prova do sabre por equipes, foi também a primeira americana a competir usando o hijab, vestimenta típica da cultura islâmica.
Ela nasceu nos Estados Unidos, na cidade de Maplewood, estado de Nova Jersey. Isso não impediu que fosse barrada por cerca de duas horas em um aeroporto americano. O motivo? Ela mesma não sabe dizer qual foi.
Em entrevista ao site ‘Popsugar’, a esgrimista contou não ter entendido o que ocorreu no aeroporto (ela não citou na entrevista o local nem a data do incidente). “Não sei dizer o que houve. Mas eu sou muçulmana, tenho um nome árabe. E mesmo representando a equipe olímpica dos Estados Unidos, não tenho como mudar a forma como as pessoas me encaram”, disse Muhammad.
“Fiquei triste, desanimada e decepcionada, mas reitero que é preciso ser forte. Devo encontrar forças e representar quem não consegue encontrar a mesma força”, disse a esgrimista.
Oficialmente, nem mesmo o USOC (Comitê Olímpico dos EUA) ou mesmo o governo americano fez qualquer comentário sobre o caso. Mas podemos esperar que cenas como esta irão se repetir muitas vezes nos próximos anos. Tristes tempos.
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