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O estreante e o descamisado

Pódio da prova do trampolim 3 m, com o jamaicano Yona Knight-Wisdom (esq.) terminando com a prata, e o mexicano Rommel Pacheco, medalha de ouro, proibido de usar o uniforme do país. Crédito: Alexandre Loureiro/Divulgação

Pódio da prova do trampolim 3 m, com o jamaicano Knight-Wisdom (esq.) e o mexicano Pacheco (centro) proibido de usar o uniforme do país. Crédito: Alexandre Loureiro/Divulgação

A etapa da Copa do Mundo de saltos ornamentais, que está sendo realizada no Rio de Janeiro e serve como evento teste para os Jogos Olímpicos Rio-2016, promoveu uma cena inusitada na última segunda-feira, na cerimônia de premiação da prova masculina do trampolim 3 metros.

A primeira foi a do ganhador da medalha de prata pertencer a um país sem qualquer tradição na modalidade. Ao ficar em segundo lugar na competição, o jamaicano Yona Knight-Wisdom, de 20 anos, fez muito mais do que obter uma medalha inédita para seu país. Ele também tornou-se o primeiro jamaicano da história a conseguir vaga nos saltos ornamentais em uma Olimpíada.

O país do Caribe, conhecido pelos velocistas do atletismo, em especial o quase sobrenatural Usain Bolt e suas seis medalhas de ouro olímpicas, só teve uma única represente nos saltos ornamentais na história, Betsy Sullivan, nos Jogos de Munique 1972.

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Nascido na Inglaterra, filho de pai jamaicano e mãe natural de Barbados, Knight-Wisdom quase seguiu carreira em outro esporte, a ginástica. Ele também ficou dividido sobre qual país competir. “Meu técnico achou que eu tinha potencial para me classificar para os Jogos e eu pesei qual país poderia me dar um suporte melhor. Eu poderia ter escolhido qualquer um dos dois, foi uma decisão muito difícil, mas escolhi Jamaica. Também ter alguém como Usain Bolt na equipe foi algo que pesou na minha decisão”, disse Knight-Wisdom.

A segunda imagem pouco comum no pódio do Maria Lenk era a do vencedor da prova. Considerado um dos principais saltadores do mundo, dono de três medalhas de ouro em Jogos Pan-Americanos, o mexicano Rommel Pacheco surpreendeu por não trajar o uniforme de seu país, mas sim com uma camiseta do personagem dos quadrinhos Popeye Tampouco viu ser hasteada a sua bandeira. O motivo estava fora das piscinas.

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No final de janeiro, a Fina (Federação Internacional de Natação) suspendeu a federação mexicana de qualquer competição internacional, como uma forma de punição em razão da desistência do país em organizar o Campeonato Mundial de esportes aquáticos de 2017. A pena restringe a participação do México nestas competições oficiais, mas não impede que os atletas possam competir individualmente, sob a bandeira da Fina. Não está descartada que a punição se estenda até a Rio-2016.

“Eu teria adorado ver a bandeira verde, vermelha e branca tremulando. Mas no fim das contas, o sabor é o mesmo. Estou muito feliz pelo resultado. Foi minha primeira medalha de ouro em copas do mundo”, disse Pacheco, que ainda não sabe se estará “descamisado” em agosto, durante a Olimpíada.

A Copa do Mundo de saltos ornamentais, que vale como parte da série de eventos-testes para a Rio-2016, termina nesta quarta-feira. Hoje (23), o brasileiro Hugo Parisi assegurou mais uma vaga para o Brasil na delegação dos Jogos, na prova da plataforma 10 metros.

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