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Motociclista que atropelou Luisa Baptista é condenado e nove anos de prisão



Motociclista que atropelou Luisa Baptista é condenado a 9 anos de prisão. Triatleta pede leis mais duras para crimes de trânsito



Motociclista que atropelou Luisa Baptista é condenado a nove anos de prisão
Reprodução EPTV

O motociclista Nayn José Sales foi condenado a nove anos e quatro meses de prisão em regime fechado por tentativa de homicídio com dolo eventual pelo atropelamento da triatleta Luisa Baptista, ocorrido em dezembro de 2023, em São Carlos (SP). O julgamento, realizado nesta quarta-feira (15) no Fórum Criminal da cidade, durou mais de dez horas. “A justiça foi realmente feita, finalmente aconteceu, e a gente colocou um ponto final nessa história. Ainda bem que aconteceu e realmente tô muito satisfeita “, afirmou a atleta.

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De acordo com a decisão do Tribunal do Júri, o réu assumiu o risco de causar a morte ao conduzir a moto de forma imprudente, trafegando na contramão, sem Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e após dormir apenas quatro horas na noite anterior. O cumprimento da pena é imediato, e Nayn foi levado a uma penitenciária da região após o julgamento. A defesa informou que irá recorrer.

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Medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, a atleta transformou sua trajetória em uma causa pela segurança no trânsito e pelo respeito aos ciclistas. “Felizmente eu tive um final feliz, mas não é o mesmo que ocorre com diversos ciclistas”, disse Luisa Baptista em vídeo publicado após o julgamento em suas redes sociais. “Agora começa uma segunda competição: buscar por leis mais rígidas para que outros casos como o meu não aconteçam”, disse.

“Espero que essa lei seja criada”, diz Luisa Baptista

Luisa Baptista defende mudanças na legislação de trânsito para punir de forma mais rigorosa casos como o dela. “Hoje ocorreu o júri popular e o Nayn realmente foi considerado culpado. O crime configurou tentativa de homicídio com dolo eventual por conta das sérias infrações que ele cometeu — ele podia ter acabado com a minha vida”, afirmou.

“Na verdade, hoje eu não brigo só por mim. São inúmeros os casos de ciclistas que acabam falecendo no trânsito por conta de motoristas que cometem esse tipo de infração. A lei tem que mudar. Quando uma pessoa comete uma infração e atropela alguém, ela assume o risco — e isso é dolo eventual. Eu espero que essa lei seja criada e que, pouco a pouco, haja uma melhora na educação no trânsito para que o que aconteceu comigo não aconteça com outras pessoas”, completou a triatleta.

Caso ocorreu durante treino para os Jogos Olímpicos

Luisa Baptista foi atropelada em 23 de dezembro de 2023, na Estrada Municipal Abel Terrugi, em Santa Eudóxia, distrito de São Carlos. A atleta se preparava para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 quando o motociclista invadiu a contramão e a atingiu.

A triatleta ficou em coma por dois meses e passou 167 dias internada em quatro hospitais diferentes. Desde então, segue em processo de reabilitação e já declarou que não acredita conseguir retornar às competições de alto rendimento.

Defesa alegou “fatalidade”, mas júri entendeu dolo eventual

Durante o julgamento, a defesa de Nayn José Sales argumentou que o caso se tratou de uma fatalidade de trânsito, sem intenção de causar o acidente. O advogado Roquelaine Batista dos Santos sustentou que o réu foi imprudente, mas sem dolo.

O júri, composto por quatro homens e três mulheres, não acatou a tese e reconheceu o dolo eventual — quando o motorista não tem intenção direta de matar, mas assume o risco de causar a morte com sua conduta.

Em depoimento, o réu afirmou que tentou ultrapassar outro veículo e entrou na contramão. Disse ainda que havia ido a uma festa, dormido por volta de quatro horas e pilotava a cerca de 60 km/h, mas não soube precisar a velocidade. Declarou estar arrependido.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia Jornalista esportivo desde 1997 com experiência em coberturas de Jogos Olímpicos, Copas do Mundo, Mundiais, Jogos Pan-Americanos e muito mais. Teve passagens por ESPN, Portal Terra, TV Gazeta, Gazeta Esportiva, Agora São Paulo e Agência Estado

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