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Gerações do goalball feminino se unem em busca de inédito pódio paralímpico

Reformulada em relação a 2016, seleção brasileira testa renovação em Tóquio e sonha com primeira medalha

Seleção feminina de goalball - Jogos Paralímpicos de Tóquio estados unidos
(Divulgação)

Mais de uma década e quatro participações em Paralimpíadas separam Carol Duarte, 34 anos, de Moniza, 23. A mais velha e a mais nova da seleção feminina de goalball são a síntese da equipe que vai estrear nos Jogos Paralímpicos de Tóquio no dia 25, contra os EUA: uma mescla de experiência com ímpeto para levar as mulheres a um pódio paralímpico pela primeira vez na história.

Até hoje, a melhor colocação da seleção feminina de goalball no evento foi o quarto lugar na Rio 2016, conquistado com um grupo bastante modificado em relação ao atual. Se há cinco anos o grupo contava com diversas atletas rodadas, desta vez, a renovação natural da modalidade culminou em um ciclo que trouxe várias caras novas ao conjunto. Tanto que, das seis convocadas, apenas duas – além de Carol, Victoria Amorim – já conhecem o gostinho de disputar uma Paralimpíada.

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“Na Rio 2016, tínhamos um grupo de cinco atletas com participações em Paralimpíadas. Desta vez, temos apenas duas, que terão um papel importante em passar toda a experiência vivida e o conhecimento para as companheiras sobre como jogar bem num evento desse porte”, explicou o técnico Dailton Nascimento. “De qualquer forma, temos em quase todo o grupo atletas que participaram de campeonatos mundiais, Parapan-Americanos e torneios internacionais, então, acreditamos que isso nos proporcione um equilíbrio”.

Caberá à dupla mais experiente do goalball transmitir, dentro e fora das quadras, os ensinamentos necessários para que as novatas se sintam confiantes no torneio. “Desde 2017, a gente vem nessa renovação de atletas com as entradas da Jéssica, da Moniza. Depois, vieram Gaby e, agora por último, a Kátia. A gente sempre procura passar nossa experiência, motivá-las, isso faz toda a diferença. Tento transmitir confiança, digo para elas focarem no potencial de cada uma”, conta Carol, que disputou todas as edições desde Atenas 2004.

Conselhos valiosos

Aparentemente, os conselhos das veteranas têm surtido efeito. Moniza, por exemplo, demonstra serenidade ao falar sobre a estreia: “Não me sinto nervosa. Estou bem tranquila, só com um friozinho na barriga que é normal a qualquer atleta. Mas estou tranquila até porque temos do nosso lado a Carol e a Vic com mais experiência. Então elas nos dão força, dicas, contam suas histórias e isso nos dá um gás. Elas transmitem muita energia positiva”.

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A sintonia é tamanha que a missão de liderar o jovem grupo da seleção feminina de goalball acaba ocorrendo naturalmente. “As meninas são muito maduras. Não me vejo numa posição de liderança, elas que puseram essa confiança em mim. Fico muito feliz em contribuir, aprendo diariamente com elas”, explicou Carol.

Vale lembrar que Victoria Amorim e Jéssica fazem parte do grupo de 52 pessoas da delegação paralímpica brasileira que precisaram ficar em isolamento na cidade de Hamamatsu após contato com um indivíduo que testou positivo para o coronavírus na chegada ao Japão. Mas, desde a última quarta-feira (11), elas puderam sair para treinar separadamente. E a expectativa é de que possam se reunir novamente com a seleção feminina de goalball já na Vila Paralímpica.

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