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Tênis de Mesa

Após Lima 2019, Calderano vira unanimidade nas Américas

Eleito um dos 19 nomes do último Pan, brasileiro passa a ser referência para o tênis de mesa nas Américas e sua fama se espalha até fora do esporte

Jonne Roriz/COB

É hora do ouro do Hugo Calderano! Era desta forma que soava o alerta para dezenas de pessoas se dirigirem ao Ginásio Polideportivo 3 da Villa Deportiva Nacional, em Lima, no Peru, quando o brasileiro se preparava para disputar alguma final. Jornalistas, membros de delegações, torcedores, todos disputavam um lugar (raro) nas arquibancadas para ver o craque das mesas. E não foi um fenômeno isolado no Peru.

Pode-se dizer que Hugo Calderano vai se consolidando não como um nome do tênis de mesa apenas. Nestes Jogos, sua fama ultrapassou os limites da modalidade. Enquanto trabalha para superar os poucos recordes que ainda não possui (ser o melhor das Américas incluindo o período antes do ranking mundial e ser o recordista de medalhas do tênis de mesa no Pan, por exemplo), o brasileiro virou referência inclusive para quem não acompanha de perto.

Na noite de 7 de agosto, quando decidiu a medalha de ouro individual do Pan, vencendo o “chinês dominicano” Jiaji Wu, Hugo Calderano chegou a ser o oitavo assunto mais comentado do Twitter. Algo muito emblemático, em se tratando de um esporte que não é habitual dos brasileiros na TV e concorrendo em uma noite com jogos de futebol importantes em Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo, além de outros assuntos fora do ambiente esportivo.

O mesa-tenista é apontado por especialistas como a grande aposta para o Brasil conquistar sua primeira medalha na modalidade nos Jogos Olímpicos. “Como ele evoluiu muito rapidamente, já dá para sonhar. Mas acredito que o melhor nível de maturidade dele será em 2024, em Paris”, lembra o seu técnico Jean-René Mounie, tentando frear a empolgação da torcida.

Mas é difícil não acreditar que este sonho seja possível ser concretizado agora. No ranking olímpico, Calderano é o quarto colocado no mundo (são quatro chineses nas primeiras colocações do ranking mundial, mas o país só pode inscrever dois nos Jogos Olímpicos). Se isso se mantiver até 2020, o brasileiro só cruzaria com um chinês na semifinal e, mesmo que perca, brigaria pelo bronze. Se vencer, certamente o seu nome passará a ser referência para sempre.

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