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Taekwondo

Netinho não tem outra opção além do bi no taekwondo

E isso é um dos trunfos que ele tem para enfrentar não só todos os adversários, mas talvez também um ginásio inteiro na luta pela segunda medalha de ouro consecutiva

Netinho taekwondo Santiago 2023 Jogos Pan-americanos
(Gaspar Nóbrega/COB)

Santiago – Netinho só tem uma opção em Santiago 2023 e não é nada do que ele já não tenha feito na carreira. Ser campeão na categoria até 68 kg no taekwondo dos Jogos Pan-americanos. Bicampeão, no caso, pois ele levou a medalha de ouro há quatro anos, em Lima-2019. E não é apenas a defesa do título que praticamente o obriga a voltar ao topo do pódio das Américas. Em sua planilha de planejamento da corrida olímpica rumo a Paris-2024 estão reservados os 40 pontos no ranking que a competição chilena oferece.
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Mas o que parece uma pressão além da medida é combustível para Netinho, também conhecido como Edival Pontes. “Eu acho que sou um dos favoritos e aproveito muito disso. Até falo para os meus amigos: ‘vocês têm de saber quem vocês representam ali na hora. Tem de entrar sabendo que o cara tá ali respeitando, o cara sabe quem é o favorito. Fico mais calmo sabendo que ele está com a preocupação de lutar comigo. Me ajuda bastante”, disse, nesta terça-feira (16), o atleta de 26 anos logo após uma sessão de treinamentos no Centro de Deportes de Contacto, localizado no complexo do Estádio Nacional do Chile, o principal espaço esportivo de Santiago 2023.

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“Se a gente ficar se diminuindo, todo mundo vai sentir. Quando a gente chega no alto rendimento é mais a cabeça do atleta no momento. Quem vai estar mais confiante, mais feliz, curtindo o momento. Se ficar muito preocupado com quem vai lugar, o que vai fazer (não dá certo)”, complementa o vice-campeão Mundial de 2022.

Olho no recorde

O combustível para superar os adversários será necessário. Netinho é uma das três medalhas de ouro com que conta a Confederação Brasileira de Taekwondo para superar os dois da campanha histórica de Lima. Além dele, Milena Titoneli, que não está no Chile, colocaram o hino para tocar. No Peru, foram sete medalhas no total, a maior campenha da história brasileira na modalidade. “É a competição mais importante do ano pra nós“, diz. “A gente quer bater esse recorde e nada é impossível. É uma competição que dá muita visibilidade e estamos precisando para o nosso esporte.”

Contra a casa inteira

Que ninguém confunda a mentalidade de Netinho com excesso de confiança. Há muita preparação e planejamento. Como o estudo dos adversários que ele terá pela frente. Desta forma, um deles parece estar mais na alça de mira. “Tem o chileno, da casa, muito bom na categoria. Já lutei com ele diversas vezes e perdi nos Jogos Sul-Americanos a final pra ele”, lembra. A derrota incomoda, mas nada que o faça subir na quadra achando que ele não é o favorito. “É um adversário complicado, mas de oito lutas eu ganhei sete”. Netinho cita, ainda, os estadunidenses e os mexicanos como principais rivais.

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Corrida olímpica

Bicampeonato e ponta de lança para o recorde de medalhas do taekwondo parece objetivo suficiente para um atleta só, porém tem mais. Edival está na fase final da corrida olímpica via ranking. Assim, os Jogos de Santiago 2023 são fundamentais para que ele chegue em Paris 2024. “Tá essa loucura, tem de medalhar nas competições, nos grand prix que estamos lutando. E aqui tem de ser ouro, tem de conseguir os 40 pontos. É uma competição que está no meio das que eu tenho de ir bem”, diz. “Os seis primeiros do ranking olímpico vão (pra Paris 2024) e em dezembro definimos com o grand prix final, que vale 60 pontos. Estou em sétimo agora e, como já aconteceram jogos asiáticos e europeus, serão 40 pontos que ninguém vai ter.”

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e Santiago

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