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Taekwondo

Maicon Andrade e técnico sofrem ataque racista em competição

Maicon Andrade e treinador Pan Am Series III
Maicon Andrade e seu treinador (Foto: Arquivo pessoal)

O medalhista olímpico Maicon Andrade e seu treinador, Rafael Tadeu Valério, sofreram um ataque racista durante a disputa do Pan Am Series III, encerrado no último domingo (18), em São Paulo. Segundo denunciado pelo atleta em suas redes sociais, ele o técnico receberam a foto de um macaco em seus celulares após a premiação do evento, em que saiu vencedor.

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De acordo com Maicon e seu treinador, os dois receberam uma foto de um macaco em seus aparelhos celulares pessoais via “AirDrop”, serviço de compartilhamento de arquivos via Wi-Fi desenvolvido pela Apple, logo após a cerimônia de premiação do Pan Am Series III. Maicon conquistou a medalha de ouro no torneio da categoria acima de 87kg. Ainda segundo eles, o aparelho que enviou a foto estava identificado como “Moto G5”.

“Provavelmente a conquista do Maicon incomodou alguém e tentou atingir a gente. Mas um recado para quem mandou: se cada vez que tivermos uma conquista, você vai ter que mandar muito mais foto de macaco. Pode mandar foto de banana, qualquer coisa. Só abra a sua mente um pouco. Se a vitória de uma pessoa te incomoda, vá procurar fazer um tratamento. Já estamos em 2022. Racismo é crime e qualquer forma de discriminação é crime”, disse Rafael Valério.

CBTKD emite nota

De acordo com Maicon e Rafael, um boletim de ocorrência foi feito logo após o episódio. O caso foi registrado como injúria (Art. 140). Maicon e Rafael também protocolocaram queixa na Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD), na Comissão de Atletas da CBTKD e na ouvidoria do Comitê Olímpico do Brasil (COB). A CBTKD emitiu nota de repúdio sobre o caso nesta quarta-feira (21).

“A CBTKD repudia qualquer tipo de atitude que vá contra o ser humano, independente do gênero, raça ou opção sexual. O esporte é uma ferramenta inclusiva e deve permanecer como tal, oportunizando a descoberta de novos talentos e ensinando valores para toda a comunidade esportiva”, escreveu a entidade.

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“A CBTKD se solidariza com o atleta e técnico, bem como todos que tem sofrido algum tipo de constrangimento e discriminação, e reafirma o compromisso com a promoção da igualdade, nos mais diferentes âmbitos, por meio de seu representante legal, repudia as práticas racistas sofridas por seus atletas, técnicos, treinadores assim como por quaisquer pessoas da sociedade”, concluiu a CBTKD.

Sediado no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo, o Pan Am Series III de taekwondo contou com a participação de 380 atletas de 14 países. Anfitrião, o Brasil dominou as disputas do parataekwondo e do convencional, faturando 81 pódios. Além de Maicon, atletas olímpicos como Netinho, Ícaro Miguel e Milena Titoneli também participaram.

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