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Surfe

Para Medina, geração brasileira incomoda rivais internacionais

Fernanda Silva / Olimpíada Todo Dia

Sorte ou destino, Gabriel Medina teve uma vida diferente se seus amigos. Ele sabe disso. Enquanto uns iam jogar futebol, ele abria mão das peladas e festas para acordar cedo e ir pegar onda. O resultado: aos 25 anos, completados neste sábado (22), ele é bicampeão mundial de surfe, conquistado na última segunda-feira.

E é aí onde a sorte aparece. Trabalhar com o que se ama é uma alegria pra poucos. E disso, ele também sabe. “Tem uma hora da sua vida eu tem que tomar uma decisão: se é isso que você quer para o resto dela. Graças a Deus, tenho esse dom de surfar” destacou Gabriel. “São poucas pessoas que podem escolher seu trabalho e trabalhar como que gosta. Fui privilegiado com isso e desde o começo”.

Disciplinado, Gabriel vê o surfe brasileiro em uma crescente. “Hoje, temos 11 atletas, conseguimos três títulos mundiais. Me sinto feliz de ter participado disso, de ter mudado a história do surfe no nosso pais”, destacou.

História essa que tem crescido o bastante a ponto de incomodar os adversários mundo afora. “Mick Fanning estava cobrando, como não apareceu uma nova geração na Austrália. E ele queria saber o que estava acontecendo no Brasil. Então, a cada ano que passa, os gringos se incomodam mais e isso é bom”.

Pai e treinador de Gabriel, Charles Medina acredita que toda essa boa onda que arrasta os brasileiros pro topo do surfe mundial tem relação com seu filho. “O surfe brasileiro vive grande fase, podemos até chamar de era Medina. O Gabriel abriu essa porta e outros começaram a acreditar”, analisou. “De 2014 até agora, em cinco anos, ele se manteve entre os três melhores do mundo. Os vices e os campeões vão mudam, ele puxou o nível do surfe brasileiro para cima. Mostrou que o brasileiro tem talento para praticar esporte”.

Desde que ganhou seu primeiro mundial, Medina mudou muito. Segundo ele, o ponto chave foi a experiência. “Foram alguns anos no tour, anos que foram difíceis, que bati na trave, de vitórias, de derrotas, e querendo ou não, você vai aprendendo”, analisou Gabriel.
“Acho que em 2014, tudo era muito novo querendo ou não, depois do título, eu dei uma relaxa. Curti mais”.

“A gente não tinha um título mundial ainda. Eu estava indo disputar como Fanning e Slater, tinha noite que eu não conseguia nem dormir”, relembrou o bicampeão. “Esse ano foi um pouco diferente. Pela lição nos dois últimos anos batendo na trave, eu me dediquei um pouco mais. Mas todo esforço valeu a pena”, ressaltou.

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