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Sob nova direção, Yaras buscam desafiar as melhores do mundo

Neozelandesa Crystal Kaua chegou em outubro para o comando da seleção feminina de rúgbi e já capitaneou o time para a melhor campanha da história na Série Mundial de Sevens

Crystal Kaua técnica seleção brasileira de rúgbi feminino yaras vancouver
(@tomazphoto_)

Sob nova direção há menos de cinco meses, a seleção feminina de rúgbi fez uma campanha histórica na etapa de Vancouver da Série Mundial de Rúgbi Sevens. Saiu do Canadá com um inédito quinto lugar com direito à vitória, também inédita, sobre a toda poderosa Austrália. Foi o primeiro resultado concreto de um do principais objetivos colocados pela técnica Crystal Kaua, que assumiu o comando das Yaras em outubro do ano passado. “Nosso objetivo é e ser uma equipe que desafia consistentemente os melhores”, disse a neozelandesa em entrevista exclusiva para o Olimpíada Todo Dia.

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“A vitória contra a Austrália foi um momento especial, mostrando a nossa capacidade de competir com as melhores”, acrescentou Crystal Kaua. “Queremos continuar jogando rúgbi rápido, livre e destemido. Cada torneio é outra oportunidade de crescer, refinar nosso jogo e nos testar contra os melhores”, continuou. Acreditamos neste grupo e na direção que estamos seguindo. Este torneio (Vancouver) mostrou que quando confiamos em nosso jogo e permanecemos conectados, podemos competir em alto nível. Mas o que mais se destacou foi a resiliência da equipe ao longo do torneio. Estamos focados em construir consistência e este foi um passo positivo nessa direção”.

Crystal Kaua técnica seleção brasileira de rúgbi feminino yaras vancouver
(@tomazphoto_)

Capacidade atlética

Na parte técnica e tática, o início do trabalho tem tido foco em maximizar a capacidade atlética para jogar um estilo que permita às Yaras usarem os pontos fortes individuais. “Queremos rebater com determinação, manter a bola viva e jogar um jogo conectado e em ritmo acelerado. Vimos um crescimento real na forma como nos expressamos no ataque e na nossa capacidade de permanecer na luta contra equipes de ponta”, detalha Crystal Kaua. Por outro lado, a neozelandesa vê a necessidade de refinar “principalmente em termos de consistência defensiva e conexão.”

Briga pela classificação

A Série Mundial de Rúgbi Seves reúne as principais seleções do mundo na modalidade, que é olímpica. São 12 times disputando seis etapas com os oito melhores avançando para a etapa final. Faltam apenas duas paradas e o Brasil está em nono lugar, com a mesma pontuação da oitava colocada Fiji, atrás nos critérios de desempate. “Se nos concentrarmos no processo, os resultados cuidarão de si mesmos. Estamos mirando alto, mas é sobre construir consistência e continuar a crescer como um grupo. As performances que fizemos mostram que estamos no caminho certo.”

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Vitória histórica sobre a Austrália (SVNS Series)

Que campanha!

Fiji, diga-se, foi a única equipe que a seleção feminina de rúgbi não conseguiu fazer frente em Vancouver. Perdeu por 46 a 0 nas quartas de final. Nada, porém, que arranhe a campanha como um todo. “Fiji é um time de classe mundial com um forte histórico na World Series e disputou um torneio excelente, chegando à final. Para nós, o primeiro dia foi o melhor, vencendo a Austrália. Repetir isso no segundo dia foi um desafio. Não estávamos exatamente onde precisávamos contra Fiji, mas o que foi impressionante foi como mudamos isso no terceiro dia”.

Yaras durante o Circuito Mundial de Vancouver
(Confederação Brasileira de Rugby)

De fato, além da vitória sobre a Austrália, as Yaras derrotaram a Espanha e a Grã-Bretanha, essa última na disputa pela quinta colocação. Na estreia, derrota para as canadenses. “Continuaremos a focar no que podemos controlar — nossa preparação, nossa mentalidade e nosso comprometimento com nosso estilo de jogo. Se fizermos isso direito, as performances seguirão”, finaliza Crystal Kaua.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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