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Rúgbi

CBRu pretende regionalizar rugby e aumentar número de estados nas competições

A Confederação Brasileira de Rugby (CBRu) lançou, nesta terça-feira (16), os novos uniformes da Seleção Brasileira. Além disso, o CEO da CBRu, Agustín Danza, falou ao Olimpíada Todo Dia sobre a expansão da influência da confederação dentro do Brasil, já que até o momento apenas seis estados têm federações filiadas (SP, RJ, MG, PR, SC e RS).

Danza acredita que é inevitável que o rugby cresça para além do eixo sul-sudeste e revelou parte do planejamento para incentivar a prática do esporte no resto país. “Acabamos de fazer um trabalho de seis meses nos torneios de primeira e segunda divisão nacional para que eles possam ser regionalizados, o que vai permitir a inserção de estados fora desse eixo histórico para que possam competir nos torneios”, afirmou Danza.

Além disso, o estatuto da CBRu pode sofrer uma reforma para facilitar o ingresso de federações na confederação. “O Brasil apresenta uma dificuldade por causa do tamanho continental, então embora a gente queira abraçar tudo, temos restrições orçamentárias e operacionais”, lamentou.

Uma das formas de aumentar a presença da CBRu é através de um canal disponibilizado  na internet, lançado na última sexta-feira (12). A Brasil Rugby TV terá jogos ao vivo, programas inéditos, conteúdos exclusivos e todos os bastidores do rugby brasileiro disponíveis.

“O canal foi desenhado para ser próprio, não tem planos de colocar na televisão, ele vai ter conteúdo especial para quem faz rugby brasileiro. Já temos um entendimento do que eles gostariam de assistir, vamos mostrar bastidores, como os atletas treinam, o dia-a-dia dos clubes… É mais um serviço que a gente quer dar para os fãs”, disse Danza.

Inspirados em arte tupi, os novos uniformes serão estreados já neste final de semana, durante o torneio Sul-Americano de Rugby XV. A seleção masculina jogará contra o Uruguai, em Montevidéu, no sábado (20).

“É um uniforme que carrega a simbologia tupi nas mangas com a arte tribal. Além disso, só tem o escudo tupi na camisa porque queremos reforçar nosso vínculo com eles. Levamos isso para os outros países com muito orgulho, por toda a tradição guerreira que eles representam”, afirmou Danza, após o evento.

A camiseta, que terá as opções verde e amarela, terá pela primeira vez um modelo feminino. Juliana Esteves, a Juca, foi uma das atletas que participou do lançamento, elogiou a nova peça: “O legal da camiseta é que tem esse formato que lembra os tupis, que é o nosso apelido e é legal a gente ter isso na nossa ‘armadura’, que é nossa camisa”.

Competições

A seleção feminina de rugby sevens disputa na temporada 2016/2017 pela primeira vez o circuito mundial da modalidade. Depois de quatro etapas, a melhor colocação do país foi o nono lugar conquistado em Sydney, na Austrália. A equipe volta a jogar nos dias 27 e 28 de maio na etapa de Langford, no Canadá, e encerra a participação nos dias 24 e 25 de junho em Clermond-Ferrand, na França.

Juca, que joga como pilar na seleção, lembrou que a vaga foi consequência de um trabalho que cresceu ao longo dos anos, com a equipe conquistando sete sul-americanos (o último de forma invicta) e a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015.

“Nas Olimpíadas, fizemos uma boa campanha, ganhando vaga no circuito mundial. A gente nunca tinha conquistado uma vaga, mas conseguimos. A vaga foi conquistada por nós mesmas e isso mundialmente é muito bem visto mesmo, porque foi com o nosso próprio suor”, disse. Lesionada, Juca não vai poder participar da competição, que será disputada no Canadá a partir do dia 27.

Danza também fez uma projeção para o futuro do rugby. “Nossas expectativas são altas, queremos estar no nível das seis melhores nações nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Fazendo um bom jogo contra elas já podemos ter chance de uma medalha. É difícil hoje dizer que vamos ser medalhistas porque todas essas do top 6 estão treinando tão duro quanto a gente”, disse.

Patrocínio

Além do lançamento da camisa, o evento serviu também para o anúncio da renovação do patrocínio máster da CBRu com o Bradesco, até 2020. CEO da CBRu, Agustin Danza comemorou o sucesso da parceria. “O Bradesco começou junto com a gente, quando não tínhamos nada. Hoje em dia entregamos jogos em grandes estádios e conseguimos marcas expressivas dentro de campo”, afirmou Danza.

O diretor de marketing Márcio Parizotto recebeu uma placa comemorativa em nome do Brasdesco e também avaliou o momento do esporte no Brasil. De acordo com ele, o que incentiva o patrocínio não são os resultados, mas sim a possibilidade de inspirar os jovens a obter valores. “Valores como respeito, amizade e excelência se traduzem dentro do esporte. O rugby é um exemplo de modalidade inspiradora, onde a individualidade dá lugar ao coletivo”, declarou. Parizotto ainda elogiou a gestão da confederação, por ser focada em resultados de longo prazo, o que facilitaria a manutenção do patrocínio.

Jornalista baiana, soteropolitana, faconiana. Mestrado em jornalismo esportivo pela St. Mary's University, do Reino Unido. Bolsista Chevening 2015/2016.

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