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Os Olímpicos

Prévias Pequim-2022 – Luge

Competição de altíssimo risco, o luge é uma das 3 modalidade de descida em trenó dos Jogos Olímpicos de Inverno, ao lado do bobsled e do skeleton. A diferença é que no luge os atletas descem deitados de barriga para cima, pilotando basicamente com os movimentos do corpo, das pernas e dos ombros. É um dos esportes mais perigosos, pois a velocidade do trenó chega a mais de 130km/h e o centro de gravidade é mais alto que o do skeleton, onde o atleta desce de barriga para baixo. Já tivemos mortes na modalidade, incluindo o falecimento do georgiano Nodar Kumaritashvili dias antes dos Jogos de Vancouver-2010, num treinamento na pista olímpica. Existem disputas individuais, de duplas e um revezamento.

A modalidade é disputada nos Jogos Olímpicos desde Innsbruck-1964 e tem a Alemanha como a grande potência. Se somarmos as Alemanhas Ocidental, Oriental e Unificada, são ao todo 34 ouros em 47 disputados.

Como funciona

O luge será disputado na pista de Yanqing, com 1.615m de comprimento e 16 curvas, com uma queda vertical de 121m. Nas disputas individuais, cada atleta faz 4 descidas, nas duplas 2 e no revezamento uma única vez. Os tempos são somados e não há descartes. O comprimento das provas pode mudar, pois homens, mulheres e duplas saem de pontos diferentes da pista.

O atleta larga já sentado no trenó, segurando em dois apoios fixos. Após movimentos de vai-e-vem, ele se lança para a frente, fazendo impulsos com as mãos no chão. As luvas possuem centenas de micro agulhas que o ajudam a dar o impulso no gelo da pista. O atleta deita e faz sua descida pilotando o trenó com leves movimentos dos ombros, pés, pernas e cabeça. Cada descida dura por volta de 1min.

Individual masculino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – David Geirscher (AUT); Prata – Chris Mazdzer (USA); Bronze – Johannes Ludwig (GER)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Roman Repilov (RUS); Prata – Felix Loch (GER); Bronze – David Gleirscher (AUT)

Disputado nos Jogos desde Innsbruck-1964, já tivemos 15 disputas olímpicas do luge e um alemão venceu por 10 oportunidades, seja ocidental, oriental ou da Alemanha unificada. Georg Hackl é o único tricampeão olímpico individual no esporte, dominando de Alebrtville-1992 até Nagano-1998. O italiano Armin Zöggeler levou o ouro em Salt Lake City-2002 e em Turim-2006, mas subiu ao pódio por incríveis seis vezes seguidas entre 1994 a 2014, somando 2 ouros, 1 prata e 3 bronzes.

O alemão Felix Loch é o principal nome do luge masculino da última década. Sete vezes campeão da Copa do Mundo, Loch soma 3 ouros olímpicos (individuais em Vancouver-2010 e Sochi-2014) e 13 mundiais (6 na prova individual). Ele tem 49 vitórias individuais em Copas do Mundo, sendo 41 em provas regulares e 8 em provas de Sprint. Na temporada passada 2020-21, Loch dominou por completo, vencendo 8 das 9 etapas nas provas regulares. Nesta conseguiu alguns pódios, mas longe de repetir o feito. Seu principal adversário é seu compatriota Johannes Ludwig. Líder com folga da Copa do Mundo, ele venceu 4 etapas nesta temporada. Ele foi bronze individual em PyeongChang-2018 e ouro no revezamento, mas só tem um bronze individual em Mundiais.

Os austríacos são as principais ameaças aos alemães. Wolfgang Kindl tem 2 vitórias e 5 pódios na temporada e foi campeão mundial em 2017. Já o atual campeão olímpico David Gleirscher, apesar do bronze no Mundial de 2021, não vem fazendo boa temporada, tendo como melhor resultado dois quartos lugares. O russo Roman Relipov é o atual bicampeão mundial e tem dois títulos gerais da Copa do Mundo. Outros nomes que brigarão pelo pódio são o do italiano Dominik Fischnaller e do letão Kristers Aparjods.

Minha aposta: Ouro – Johannes Ludwig (GER); Prata – Felix Loch (GER); Bronze – Wolfgang Kindl (AUT)

Individual feminino

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Natalie Geisenberger (GER); Prata – Dajana Eitberger (GER); Bronze – Alex Gough (CAN)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Julia Taubitz (GER); Prata – Natalie Geisenberger (GER); Bronze – Dajana Eitberger (GER)

O domínio alemão no feminino é ainda maior que no masculino. Em 15 disputas olímpicas, são 11 vitórias de atletas alemãs, incluindo as últimas 6 Olimpíadas. A italiana Gerda Weissensteiner em Lillehammer-1994 foi a última não-alemã a vencer.

O maior nome dos últimos 15 anos é de Natalie Geisenberger. A alemã de Munique tem 4 ouros olímpicos (bicampeã individual e no revezamento em 2014 e 2018) e mais um bronze de 2010. São ainda 9 títulos mundiais, sendo 4 individuais e 8 títulos gerais da Copa do Mundo. Ela dominou o circuito por ano, vencendo ao todo 52 provas (48 regulares e 4 de Sprint) e com 116 pódios, fora os obtidos em revezamentos. Isso mesmo parando uma temporada neste ciclo quando engravidou. A também alemã Julia Taubitz acabou pegando o lugar de Geisenberger nos últimos anos. Foi campeã na temporada 2019-20 quando sua adversária não competiu e lidera nesta temporada com boa vantagem, após 4 vitórias e 8 pódios em 10 provas disputadas. É a atual campeã mundial da prova.

A austríaca Madeleine Egle vem fazendo uma boa temporada com 4 vitórias e segue na cola de Taubitz na classificação geral. Campeã mundial em 2021 no revezamento, ela também fez parte da equipe bronze em PyeongChang-2018. Também brigam por pódio a alemã Anna Berreiter, bicampeã mundial sub23, a russa Tatiana Ivanova, pentacampeã europeia, e a americana Summer Britcher.

Minha aposta: Ouro – Julia Taubitz (GER); Prata – Natalie Geisenberger (GER); Bronze – Madeleine Egle (AUT)

Duplas masculinas

Toni Eggert e Sascha Benecken (GER)

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Tobias Wendl/Tobias Arlt (GER); Prata – Peter Panz/Georg Fischler (AUT); Bronze – Toni Eggert/Sascha Benecken (GER)

Pódio último mundial (2021): Ouro – Toni Eggert/Sascha Benecken (GER); Prata – Tobias Wendl/Tobias Arlt (GER); Bronze – Andris Šics/Juris Šics (LAT)

Com risco de parecer repetitivo, novamente é a Alemanha que manda nas duplas. Em 15 disputas olímpicas, foram 11 vitórias de alemães. Diferente das provas individuais, a disputa de duplas tem apenas duas descidas na pista de Yanqing, e não quatro. Tirando o revezamento, esta é a única disputa em todos os esportes de trenó que conta com apenas duas etapas, e não quatro.

Duas duplas alemãs dominaram os últimos anos da categorias: Tobias Arlt e Tobias Wendl e Toni Eggert e Sascha Benecken. Os Tobias são os atuais bicampeões olímpicos, tem três títulos mundiais e cinco gerais da Copa do Mundo. Já Eggert/Benecken foram bronze em PyeongChang-2018, levaram os últimos quatro títulos mundiais e tem quatro títulos de Copa do Mundo no currículo. Juntos, somam dezenas de títulos de etapas de Copas do Mundo. Wendl/Arlt tem 46 vitórias e 101 pódios enquanto Eggert/Benecken venceram 49 provas no circuito e somam 98 pódios.

Apesar do amplo domínio histórico, as duas duplas têm tido dificuldades de manter o domínio. Os austríacos Thomas Steu/Lorenz Koller foram os campeões gerais da Copa do Mundo passada e já venceram duas provas nesta temporada, com 6 pódios ao todo. Já os irmãos letões Andris e Juris Šics tem mostrado grande evolução e também são presença constante nos pódios, muitas vezes a frente das duas duplas alemãs. Dificilmente as medalhas ficarão com alguma outra dupla.

Minha aposta: Ouro – Toni Eggert/Sascha Benecken (GER); Prata – Andris Šics/Juris Šics (LAT); Bronze – Tobias Wendl/Tobias Arlt (GER)

Revezamento misto

Pódio PyeongChang-2018: Ouro – Alemanha; Prata – Canadá; Bronze – Áustria

Pódio último mundial (2021): Ouro – Áustria; Prata – Alemanha; Bronze – Letônia

Prova olímpica mais nova do luge, o revezamento foi disputado pelo primeira vez nos Jogos em Sochi-2014, quando a equipe da Alemanha venceu, assim como em PyeongChang-2018. Nas duas ocasiões Natalie Geisenberger foi a representante feminina e Tobias Wendl e Tobias Arlt formaram a dupla.

Nesta prova dinâmica e muito interessante, cada equipe é formada por um trenó feminino, um masculino e um de duplas, que descem um na sequência do outro. A equipe com o menor tempo após as 3 descidas, é campeã. Só há uma chance. A primeira a descer é a mulher e, quando ela passar na linha de chegada, ela precisa bater numa placa que fica acima dela. Só quando ela bate que o trenó masculino é liberado para descer. Ele também precisa bater nesta placa ao cruzar a linha de chegada e o trenó da dupla é liberado. Se alguém não bater na placa, a equipe é desclassificada e fica sem tempo. É uma disputa bem interessante e muito dinâmica.

Cada país só pode montar uma equipe e, como esta prova será a última a ser disputada, normalmente se escolhem os melhores atletas de cada país nas disputas individuais. Por isso, muitos  grandes atletas ficam de fora, incluindo alguns medalhistas. A Alemanha chega, claro, como grande favorita. Muito provavelmente chegará para esta prova com 3 ouros no luge e terá na sua formação apenas trenós campeões olímpicos. A prova foi incluída neste formato no Mundial de 2008 e, em 10 disputas, foram 8 vitórias alemãs.

A Áustria é a atual campeã mundial, levando o título em solo alemão em Königssee em 2021, e tem boas chances de atrapalhar o desempenho tedesco. Provavelmente contará com 2 ou 3 trenós medalhistas em Pequim e virá com ótimas chances. A Letônia é outra forte equipe, principalmente por conta dos irmãos Šics que disputam o trenó de duplas. Itália, Estados Unidos e Rússia também entram na briga.

Minha aposta: Ouro – Alemanha; Prata – Áustria; Bronze – Letônia

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