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Diário Esportivo: a coluna desta sexta do Diário de S. Paulo já está no ar

Phelps x Thiago é um duelo sem espaço para surpresas

O ano de 2007 foi uma coleção de sucessos para o nadador brasileiro Thiago Pereira. Alçado à condição de estrela do esporte nacional ao conquistar seis medalhas de ouro, uma de prata e uma de bronze nos Jogos Pan-Americanos do Rio, Thiago atingiu o ponto máximo ao quebrar o recorde mundial dos 200m medley em piscina de 25m (depois superado pelo húngaro Laszlo Cseh). Para completar, recebeu o prêmio Brasil Olímpico como melhor atleta do ano no país.

Todo este currículo foi o que bastou para boa parte da mídia brasileira, em sua busca incessante por novos heróis, colocasse o nadador de Volta Redonda na condição de favorito a brigar pela medalha de ouro nos Jogos de Pequim, tanto nos 200 quanto nos 400m medley. Só se esqueceram de um pequeno detalhe: para atingir este objetivo, Thiago terá que superar um fenômeno chamado Michael Phelps, o astro americano que é candidato a quebrar o recorde histórico de Mark Spitz de sete ouros numa mesma edição de Jogos Olímpicos. E para tornar a tarefa ainda mais complicada, basta lembrar aos fanáticos de plantão que nas vezes em que competiram juntos, Thiago nunca conseguiu bater Phelps.

Na casa do inimigo
Quis o destino que o primeiro confronto no ano entre os dois ocorra já neste final de semana e em um terreno muito conhecido por Phelps: o 2 Grand Prix do Missouri (EUA), com mais de 600 atletas inscritos representando 15 países, uma bela prévia do torneio olímpico de natação em Pequim. Os nomes dos dois nadadores aparecem na lista de inscritos na prova dos 400m medley, cuja eliminatória está marcada para amanhã. Embora Thiago tenha terminado o ano como o quarto do ranking mundial nos 400m medley e eleito o melhor nadador de 2007 pela revista “Swimming World”, é bom ninguém ficar muito otimista: a melhor colocação do brasileiro numa prova dos 400m medley ao lado de Phelps foi um 17 lugar, nos Jogos Olímpicos de Atenas-04.

Pequena diferença
Mas há quem defenda a tese de que a distância entre Phelps e Thiago não é tão gigantesca assim. Um estudo coordenado por Paulo Cezar Marinho, doutor em ciência do desporto, mostra que a grande vantagem do americano em relação ao brasileiro está em seu desempenho no nado livre, enquanto que nos outros estilos eles estão praticamente empatados.

E a respiração?
A diferença está na respiração, que provoca problemas na mecânica do nado do brasileiro e, como conseqüência, perda de preciosos segundos. O otimismo da CBDA está no fato de que Thiago, de acordo com os números, ainda tem muito a evoluir. Se vai conseguir superar Phelps é outra história.

Crédito da foto: Sátiro Sodré/CBDA

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