Siga o OTD

Paralimpíada Todo Dia

Que estreia! Carol Santiago conquista 2º. ouro no Mundial

Carol Santiago foi a mais rápida nos 100m livre, na tarde desta sexta-feira (13), e o Brasil chega à quinta medalha dourada no Parque Aquático da capital inglesa. Competição se encerra no domingo (15)

Alê Cabral / CPB

Ela não para! Em sua estreia no Mundial Paralímpico e na sua segunda competição internacional, Maria Carolina Santiago garantiu mais uma medalha de ouro para o Brasil. O feito da nadadora brasileira aconteceu nessa sexta-feira (13), em Londres, na prova dos 100m livre da categoria S12 (para atletas com baixa visão) com 59s66. Carol Santiago soma, só na competição Mundial, três medalhas: dois ouros e uma prata. Além disso, o Brasil também subiu ao pódio mais duas vezes: prata para Cecília Araújo e bronze para Wendell Belarmino. O Brasil soma 13 medalhas após cinco dias de competição, cinco delas de ouro, quatro de prata e quatro de bronze.

+ INSCREVA-SE EM NOSSO CANAL DO YOUTUBE

Ucrânia, Itália e Grã-Bretanha rivalizam no topo do quadro de medalhas, com 14 ouros cada um, mas os ucranianos lideram porque somam 40 no total, contra 36 dos italianos e 33 dos donos da casa. O Mundial conta com mais de 650 atletas de 81 países e entra na reta final. Este sábado será o penúltimo dia de provas, e oito dos 27 nadadores brasileiros caem na água em provas individuais a partir das 6h (de Brasília).

Carol Santiago dominou os 100m livre desde o início. Antes mesmo de subir no bloco de partida, ela já tinha a melhor marca entre as finalistas, quase um segundo à frente da russa Anna Krivishna, a segunda mais rápida das eliminatórias, pela manhã.

Elas rivalizaram em outras duas oportunidades no Mundial londrino. Nos 100m costas, na segunda-feira, 9, primeiro dia de provas, a russa foi campeã, e a brasileira, prata. Na quarta-feira, 11, Carol deu o troco nos 50m livre. E esta veio com emoção, por apenas um centésimo de diferença.

O roteiro do ouro nos 100m livre foi mais tranquilo. A pernambucana largou forte, manteve o ritmo, sentiu um pouco o peso da maratona de provas no terceiro quarto da distância, mas conseguiu administrar a vantagem para tocar a borda em 59s66. Krivishna chegou com 15 centésimos de diferença. O bronze foi para a americana Rebecca Meyers (1min00s72). A paraense Lucilene Sousa também disputou a final e concluiu em sexto, com 1min01s89.

Este ouro vem um dia após Carol experimentar a frustração de terminar em quarto lugar os 100m peito, sua prova preferida. Ela já foi detentora do recorde mundial neste estilo, porém, foi superada pela alemã Elena Krawzow, contra quem rivalizou um embate à distância pelo melhor tempo do planeta em abril.

“Viemos de um dia muito ruim, que foi do quarto lugar nos 100m peito. Esta prova de hoje (sexta-feira) foi contra adversárias muito bem preparadas, um errinho poderia custar a medalha, mas estou muito feliz. Eu não gosto de aprender durante uma competição, mas quando o resultado é ruim, a gente tem que tirar alguma coisa. Consegui dar a volta por cima e ser campeão mundial”, comentou Carol, entre sorrisos, na zona mista.

A pernambucana de 34 anos descobriu o esporte paralímpico recentemente. Ela nasceu com síndrome de Morning Glory, alteração congênita na retina que reduz seu campo de visão. Competiu em provas de natação com atletas sem deficiência até o fim de 2018, quando migrou para o esporte paralímpico. Este é seu primeiro Mundial. Há quase 15 dias, ela também estreou em Parapans. Nos Jogos de Lima 2019, Carol nadou em cinco provas e conquistou quatro ouros.

O primeiro pódio brasileiro nesta sexta-feira na piscina do Parque Olímpico de Londres veio com a potiguar Cecília Araújo, nos 50m livre da classe S8. Ela encarou de igual para igual a grande sensação deste Mundial, a britânica Alice Tai. A anfitriã bateu em primeiro com 29s55, e a brasileira, em seguida, com 30s45. Foram nove centésimos de diferença para a terceira colocada, Claire Supiot, francesa de 51 anos de idade. “Entrou água no óculos no final da prova no olho esquerdo, eu baixei a cabeça, nem vi a chegada, só bati a mão na borda. Mas deu certo”, relatou a atleta, que tem paralisia cerebral por falta de oxigenação no cérebro na hora do parto.

Na versão masculina dos 50m livre da classe S8, o paulista Gabriel Cristiano terminou em quarto, com 27s31, depois de se classificar com o segundo melhor tempo para a final. O ouro foi do grego Dimosthenis Michalentzakis (26s54).

Para encerrar a participação brasileira nesta sexta-feira, o brasiliense Wendell Belarmino foi bronze nos 100m livre da classe S11 (para cegos). É a segunda medalha do atleta nascido em Sobradinho, região administrativa do Distrito Federal, nesta estreia em Mundiais. Na segunda-feira, 9, primeiro dia de competição, ele garantiu o ouro nos 50m livre. “Nadei bem consciente, com os ajustes que tive que fazer desde as eliminatórias para agora de tarde, coloquei em prática todas as orientações do meu treinador, Marcus Lima. Eu vim sem expectativa de medalha, estou com sensação de missão cumprida”, disse Wendell, que nasceu com glaucoma.

O campeão foi o chinês Dongdong Hua (57s43), acompanhado do russo Kirill Belousov (57s84), e Wendell pegou o bronze com 59s09. O catarinense Matheus Rheine foi o quarto colocado (1min00s81).

Resultados dos brasileiros nas finais desta sexta-feira, 13:

50m livre (S8): Gabriel Cristiano – 4º lugar

50m livre (S8): Cecília Araújo – Prata

50m livre (S6): Laila Suzigan – 6º lugar

100m livre (S12): Maria Carolina Santiago – Ouro

Lucilene Sousa – 6º lugar

100m livre (S11): Wendell Belarmino – Prata

Matheus Rheine – 4º lugar

Programação dos brasileiros nas eliminatórias deste sábado, 14:

6h21 150m medley (SM3): Bruno Becker

6h37 50m costas (S5): Daniel Dias

7h01 200m medley (SM14): Beatriz Carneiro, Débora Carneiro e Ana Karolina Soares

7h47 100m livre (S7): Italo Pereira

8h27 50m borboleta (S6): Talisson Glock

8h33 50m borboleta (S6): Laila Suzigan

8h39 50m livre (S3): Bruno Becker

8h51 Revezamento 4x100m livre S11-13 (deficientes visuais)

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

Mais em Paralimpíada Todo Dia