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Nado Artístico

Sincronia Fla-Flu nas águas por uma vaga em Tóquio-2020

Com Luísa Borges, do Fluminense, e Laura Miccuci, do Flamengo, Nado Sincronizado brasileiro irá buscar uma vaga no pré-olímpico

Nado Sincronizado vai de dueto Fla-Flu na busca pela vaga em Tóquio Luísa Borges e Laura Miccuci
Dueto Luísa Borges e Laura Miccuci nos Jogos Pan-Americanos Lima 2019 - Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

A cultura poliesportiva de Flamengo e Fluminense faz com que seus representantes também se cruzem fora dos gramados do futebol, seja na terra ou na água. E, às vezes, até jogando do mesmo lado, como no nado artístico, onde Luísa Borges é a metade tricolor do dueto e Laura Miccuci o complemento rubro-negro na busca por Tóquio-2020.

Em reportagem para a “Agência Brasil”, as duas falaram sobre a caminhada para buscarem uma vaga em Tóquio-2020 e como lidam com a rivalidade Fla-Flu.

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Tradicionais no nado sincronizado, o campeão brasileiro Flamengo e o vice Fluminense formaram a base da seleção nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 (Peru) e no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju (Coreia do Sul), no ano passado. E o dueto que vem treinando para disputar vaga na Olimpíada de Tóquio-2020 (Japão) tem, justamente, uma atleta de cada agremiação.

Fla-Flu

Aos 24 anos, Luísa Borges, nadadora do Fluminense, representou o Brasil na Rio-2016 com Duda Miccuci, hoje no Flamengo e à época da Olimpíada na agremiação das Laranjeiras. “Ser uma do Flamengo e a outra do Fluminense não atrapalha nada, até porque a gente quer a mesma coisa e torce pela mesma vitória. Tive outros duetos com meninas do Flamengo. Brincadeira sempre acontece, mas é saudável e tudo bem.”

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Dupla Fla-Flu disputará vaga nos Jogos de Tóquio no pré-olímpico, de 4 a 7 de março de 2021, na capital japonesa – Abelardo Mendes Jr/rededoesporte.gov.br

Quatro anos depois, a parceira é outra, mas segue rubro-negra e de sobrenome Miccuci. Irmã de Duda, Laura Miccuci virou titular do dueto em julho, substituindo Maria Clara Lobo. Também do Flamengo, Lobo testou positivo no Mundial para a substância furosemida, diurético vetado pela Agência Mundial Antidoping (Wada).

Com apenas duas semanas de treino, a dupla já caiu na água para disputar o Pan. O quarto lugar em Lima foi bem vindo. “Foi um desafio grande, mas sempre foi um objetivo meu [chegar ao dueto]. O resultado ajudou muito na nossa confiança”, conta Laura, de 19 anos.

Na espera

Longe das piscinas desde março, o dueto Fla-Flu aguarda a liberação das atividades na água. “Nunca fiquei tanto tempo fora da piscina. Sinto muita vontade de ter essa rotina de treino, até porque estávamos em um ritmo pesado, tempo integral, para competir no pré-olímpico. Estava muito focada e sigo focada”, afirma Luísa Borges.

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“Acredito que o fato de cada uma estar em sua casa na quarentena ajuda para que o processo não demore tanto. Temos o objetivo de conseguir essa vaga e buscar uma final olímpica”, completa Laura Miccuci.

A volta às atividades presenciais é uma incógnita, pois depende de liberação das autoridades sanitárias da cidade e do estado do Rio de Janeiro.

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“Temos o nosso protocolo, mas, obviamente, é preciso estar alinhado com outros. Precisamos ver como será o protocolo do COB para retorno ao Maria Lenk [Centro de Treinamentos do Time Brasil) e acompanhar as ordens judiciais. Faremos tudo com a máxima responsabilidade”, garante o supervisor de Nado Artístico da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), Maurício Pradal.

‘Nadando’ sem piscina

A pandemia da Covid-19 forçou Luísa e Laura a se adaptarem a uma rotina difícil para quem depende da água para treinar e competir. “A gente está se reinventando”, explica Twila Cremona, técnica do dueto do nado sincronizado, à “Agência Brasil”.

“As meninas têm se encontrado muitas vezes na semana, por videoconferência. Temos feito a marcação da coreografia fora d’água, cada uma em sua casa. Os preparadores do COB (Comitê Olímpico do Brasil) passam atividades físicas diariamente a elas. Estamos fazendo também a zala, que consiste em exercícios de flexibilidade e alongamento referentes ao nado, e até aula de dança”, detalha.

Segundo a técnica, o período longe da piscina serve também para as duas atletas aprimorarem a parte teórica do nado sincronizado. “Temos estudado a coreografia, o que podemos melhorar, analisando os adversários e isso tudo está sendo válido. Tem o lado negativo, que é estarmos paradas há muito tempo e o retorno será complicado. Mas, olhando o copo meio cheio, isso está servindo para nos unir e melhorarmos juntas”, analisa Twila, que conhece bem as duas pupilas: treinadora de Luísa no Fluminense, ela foi uma das primeiras a trabalhar com Laura quando a jovem, mais nova, ainda nadava pelo Tricolor.

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