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Judô

Fora do Pan, Baby foca em se recuperar a tempo do Mundial

Após fratura na mão esquerda e ausência em Lima, judoca realiza treinamento adaptado antes do Campeonato Mundial e almeja vaga olímpica

Depois de conquistar a medalha de prata em Guadalajara 2011, Rafael Silva, o Baby, sofreu com lesões às vésperas das edições seguintes dos Jogos Pan-Americanos e teve de ser cortado por duas vezes consecutivas. Com uma contusão no músculo peitoral, não participou do torneio em Toronto 2015. Já nesta temporada, com uma fratura na mão esquerda, sofrida em junho, também ficou de fora de Lima 2019. Apesar da ausência, o maior objetivo do ano gira em torno do Campeonato Mundial de judô, que será realizado entre agosto e setembro. Com um período de dois meses e meio para se recuperar, a expectativa é de que o atleta brasileiro tenha condições de disputar a competição. Em conversa com o Olimpíada Todo Dia, o judoca de 32 anos projeta a continuação do trabalho.

Antes de se machucar, Rafael Silva fazia parte da equipe do Brasil que realizava treinamentos na Universidade de Kokushikan, no Japão. Mesmo não estando plenamente apto fisicamente, ele mantém as atividades e o foco nos próximos compromissos. “A lesão é sempre ruim, mas eu vou conseguir voltar em tempo para o Mundial. Estou me recuperando e treinando de uma maneira adaptada. Eu consigo fazer musculação e usar o outro braço, além de executar os exercícios de perna. Estou me preparando muito para o Mundial. Eu vou conseguir fechar a mão e realmente fazer força em uma data bastante próxima da competição. No entanto, ao mesmo tempo, vou estar bem treinado e vou conseguir um bom resultado”.

“A vitória para mim é, quando eu pisar no tatame, estar compromissado e engajado em dar o meu melhor. Mesmo com a mão fraturada, eu levo isso para a minha vida. Estou totalmente focado na minha recuperação e dando o meu melhor em cada momento, incluindo também as horas em que eu vou descansar e que eu estou planejando o outro dia. A lesão é um obstáculo para deixar tudo mais bonito lá no final”, complementou.

Ausente na capital peruana, Baby manda recado para a delegação brasileira que estará no Pan. “Aproveitem, é uma chance ímpar. Eu tinha muita vontade de disputar os Jogos Pan-Americanos de Lima, justamente por ter ficado de fora em Toronto 2015. Ao mesmo tempo, estou feliz, meus companheiros vão conseguir lutar bem e representar o judô brasileiro da melhor maneira possível, além dos outros esportes. Vai ser uma grande festa e o Brasil vai conseguir um ótimo resultado. Deem o seu melhor, aproveitem muito. É uma competição muito boa e uma experiência grande para quem almeja chegar nos Jogos Olímpicos”.

Na carreira, Rafael Silva frequentou o pódio no Campeonato Mundial por três oportunidades. A sequência de grandes atuações continuou nas Olimpíadas de Londres 2012 e Rio 2016, quando o sul-mato-grossense fechou duas vezes com a medalha de bronze. Como não poderia ser diferente, a ansiedade por Tóquio 2020 fala cada vez mais alto. “A expectativa é grande. Falta praticamente um ano para os Jogos Olímpicos. Estamos em um momento de briga pela vaga olímpica, são muitas competições valendo pontos. Até maio do ano que vem essa briga vai ser bastante acirrada. Ao mesmo tempo, essa dificuldade e pressão são as motivações do atleta. Eu acho que eu estou pronto para, primeiro, conquistar a vaga e, depois, ter um desempenho muito bom na casa do judô, que é o Japão. Estou bastante motivado”.

“A preparação foi evoluindo ao longo dos ciclos. Essa experiência (de ser medalhista olímpico) me deu uma base para mudar bastante coisa e colocar muita qualidade no que eu venho fazendo. O que mais mudou foi o valor que eu dei ao aprendizado. A evolução diária de cada treino, de cada sessão, de cada momento que eu tenho com a minha equipe. Eu estou aprendendo a trabalhar em equipe cada vez mais, aprendendo a treinar com mais qualidade, aprendendo que nos detalhes as medalhas são conquistadas. Esses detalhes são comer melhor, descansar melhor, usar a tecnologia a meu favor”, completou o judoca, atualmente o terceiro colocado no ranking mundial na categoria acima dos 100kg.

Com muitas indefinições na corrida pelas vagas, resta garantir a melhor preparação possível, finaliza Rafael ‘Baby’ Silva. “Nós estamos em um ano chave. A Olimpíada é um evento totalmente diferente dos demais. Para quem já vivenciou ou conseguiu assistir, com certeza sentiu que é diferente. É um ano de muita expectativa. A gente se sente muito bem treinando e competindo no Japão. Para o atleta é um pouco complicado. Por mais que falte pouco mais de um ano, parece que é muito tempo. É um negócio meio maluco. A gente fica bastante ansioso. Estamos prontos para dar o nosso melhor. Fazendo isso, os bons resultados virão lá em Tóquio”.

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