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Após medalhas, Isabel Barbosa quer se firmar na Seleção

Isabel Barbosa
Ricardo Bufolin/CBG

Após medalhas na etapa de Melbourne da Copa do Mundo, Isabel Barbosa, nova promessa da ginástica artística brasileira, quer dificultar séries para se firmar na equipe principal da Seleção.

Medalha de prata nos aparelhos que mais gosta de competir na etapa de Melbourne da Copa do Mundo de Ginástica Artística, Isabel Barbosa encara com bons olhos o título de “jovem promessa” da ginástica artística brasileira. No último domingo de fevereiro (25), na Austrália, a ginasta somou 12.666 na trave, e 12.600 no solo. Tímida, a atleta falou, com exclusividade ao Olimpíada Todo Dia, sobre a estreia na categoria adulto internacionalmente. “Senti um pouquinho de pressão”, disse.

“Eu sempre deixei ela bem à vontade em relação à competição. Falo para ela ter tranquilidade, não ficar nervosa, e que ela não precisa provar nada a ninguém. O mais importante é se apresentar bem e passar uma boa imagem para o público, e o resultado acontece naturalmente. Isso vem acontecendo há muitos campeonatos”, contou o técnico da atleta, Danilo Bornea.

Mostrando consistência, Isabel se apresentou na Austrália com as mesmas séries que competiu em 2017. Passado o campeonato, buscando aprimoramento e competitividade, os planos agora são outros. “Temos um planejamento de aumentar as dificuldades dos aparelhos. Não deu tempo de aumentar nesse começo do ano, e ela acabou competindo com as mesmas séries do ano passado, não foi uma dificuldade muito maior. O objetivo maior agora é aumentar essa dificuldade”, projetou o treinador.

“Ela competiu agora com as chinesas, que são as melhores. Então, para mim, foi super bom ver onde eu tenho que chegar, o que eu preciso preparar mais para ela. Eu quero que ela esteja em uma Olimpíada, então eu preciso melhorar essas dificuldades de trave e de solo para ficar de igual para igual, porque senão eu não consigo ter uma nota de partida alta”, considerou Danilo Bornea.

 

Fora do segundo estágio de 2018

Depois da competição na Austrália, porém, a brasileira ficou de fora do segundo estágio de 2018, no Rio de Janeiro – que servirá como seletiva para o Trofeo Città di Jesolo, na Itália, que acontecerá entre os dias 14 e 15 de abril. Para o técnico da ginasta, a não participação não prejudica a temporada de Isabel.

“Ela não vai porque está com uma dor nas costas, e a gente está poupando ela. Ela passou pela médica do COB (Comitê Olímpico do Brasil), que fez alguns exames e disse que era melhor ela não ir para se recuperar direito. Eu falei com o coordenador, o Marcos Goto, expliquei a situação e a médica fez um ofício”, revelou o treinador, também em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia. “Não adianta eu forçar agora uma situação que pode causar uma lesão desnecessária”, completou.

Danilo também falou sobre o torneio de Jesolo. “Ela tinha grandes chances de estar nesse campeonato, grandes chances de se firmar na Seleção, mas eu não tenho como ter tudo. Eu acho que ela tem potencial para estar lá, mas eu preciso de tempo para recuperar e colocar elementos novos na série dela, para que ela tenha um nível melhor, considerou. “A Seleção está em formação. Ainda tem algumas vagas, e mesmo que elas sejam preenchidas, elas são flutuantes”, acrescentou.

 

10 anos de carreira

Hoje, aos 15 anos, a atleta relembrou a carreira no esporte. “Comecei com cinco anos, eu morava em Mogi das Cruzes e foi lá, em uma academia”, disse Isabel. Apenas três anos depois, ela já passou a representar o Esporte Clube Pinheiros e, com 14 anos, competiu pela primeira vez pela Seleção Brasileira.

“Ela veio pra o Pinheiros por meio de um teste. A gente aplicou alguns testes para saber como era a parte de força e flexibilidade dela, e isso nos chamou atenção. Geralmente, dessa idade para o infantil, a gente não se preocupa muito com a ginástica, mas sim com as condições físicas. Ela é uma menina pequena e que tinha uma habilidade física muito boa, então a gente já ficou de olho aberto”, contou o técnico de Isabel Barbosa no Pinheiros, Danilo Bornea. “Ela é uma menina que veio crescendo. A gente pegou ela bem crua, ela não tinha tanto a parte acrobática desenvolvida”, completou.

Até os dez anos de idade, a ginasta fez parte da categoria pré-infantil. Dos 11 aos 12, já participou da infantil. Quando completou 13 anos, entrou na juvenil, mas podendo competir também pela adulto – que, formalmente, começa para Isabel a partir do dia 4 de outubro, quando completa 16 anos. “Com 13 anos ela já tinha um certo nível de ginástica, a responsabilidade de competir numa categoria que é muito forte, que já é da elite” relembrou o treinador.

Para isso, entretanto, a rotina é dura – Isabel treina de segunda a sexta-feira das 14h às 20h, e aos sábados das 8h ao meio-dia. Assim, Isabel busca conciliar treinos, competições e estudos. “É difícil, mas a gente consegue conciliar. A escola é de manhã, mas eu estudo, faço lição, trabalhos à noite”, afirmou.

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