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Ginástica Artística

“Notas no mundial serão mais baixas”, afirma Zanetti

Campeão olímpico, mundial e pan-americano explica que mudanças no código de pontuação e aumento do rigor dos árbitros vão derrubar a nota final dos ginastas. “Não quer dizer que o nível da ginástica caiu”.

Um novo código de pontuação, árbitros mais rigorosos e, como consequência, notas finais mais baixas. Essa é a equação anunciada pelo campeão olímpico, mundial e pan-americano das argolas, Arthur Zanetti, para o primeiro Mundial de Ginástica Artística do ciclo olímpico para Tóquio/2020, que começa no próximo dia 2 de outubro, em Montreal (Canadá). 

“As notas não vão ser mais absurdas. Antigamente, dependendo do aparelho, era normal tirar 16.000, 16.500. Agora vai ser muito mais difícil. Não quer dizer que o nível da ginástica caiu. Esse vai ser o normal agora, por causa de todas as mudanças”, esclarece o ginasta de 27 anos. Ele vai disputar o quinto Mundial da carreira – Arthur foi campeão na Antuérpia (BEL), em 2013 – após o ouro olímpico de Londres/2012 -, e vice-campeão em Tóquio/2011 (JAP) e Nanning/2014 (CHI).

A principal mudança é a do código de pontuação, estabelecido pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) após a Olimpíada do Rio e que valerá até Tóquio. Na ginástica, a nota final dos atletas é definida pela soma da nota de partida (total dos valores dos elementos que compõem a série) e da nota de execução (valores atribuídos pelos árbitros à realização da série pelo ginasta).

Com o novo código, Arthur Zanetti explica o que mudou: “Antes existiam cinco grupos de elementos (movimentos que compõem as séries). Agora, são só quatro. Por isso, todo mundo perdeu meio ponto na nota de partida”, explica Arthur Zanetti. “Elementos que eram parecidos e que antes estavam em grupos diferentes agora estão no mesmo grupo. Além disso, mudaram os valores de alguns elementos. Uns caíram, outros subiram de valor.”

Além de um código renovado, a ginástica tem árbitros ainda mais atentos para as séries apresentadas pelos atletas. “Os árbitros estão muito mais rigorosos, criteriosos, nada mais passa despercebido. É uma orientação da FIG, para diferenciar os atletas. Os descontos (na execução) estão absurdos. Antes, no que eles tinham dúvida em tirar 0,10, agora tiram 0,30, sem choro. Por isso que a nota final vai diminuir: além da nota de partida ter caído, os descontos também aumentaram.”

Mesmo local dos Jogos Olímpicos de 1976

O Mundial de Montreal, que será realizado no local que recebeu os Jogos Olímpicos de 1976, será disputado entre os dias 2 e 8 de outubro. No sorteio feito pela organização, o Brasil está na subdivisão 4 – a equipe masculina, formada por Arthur Zanetti, Arthur Nory Mariano e Caio Souza, estreia no segundo dia de competições (3/10/2017).

Confira o programa do Mundial de Montreal.

Jornalista formada pela Cásper Líbero. Apaixonada por esportes e boas histórias.

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