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Crônicas Olímpicas

Olhar para o futuro

Percebi algo diferente quando conversei pela primeira vez com André Calvelo. Desinibido e articulado, nem parecia um cara tão jovem ao falar bem aos 18 anos. O paulista de Praia Grandre é um espelho de uma geração. São jovens que nasceram a partir dos anos 2.000. Agitado, Calvelo é um promissor nadador e também um ótimo comunicador. Basta assistir os seus vídeos no seu canal Calvelo Crazy no YouTube.

O paulista é um dos 79 brasileiros que disputam os Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, na Argentina. O evento é uma espécie de laboratório Olímpico. Local de testar novidades, transmitir esperança e disseminar a cultura esportiva entre os jovens do mundo. É um olhar para o futuro.

Em 2018, o evento reúne atletas da chamada geração Z, que nasceram conectados. São futuros atletas que disputarão possivelmente os Jogos Olímpicos de Paris em 2024. Na última edição do evento, disputadas em Nanquim, na China, o Brasil voltou para casa com 15 medalhas. Foram 6 ouros, 8 pratas e 1 bronze. Há oito anos, em Cingapura 2010, foram 7 medalhas no total (2 ouros, 3 pratas e 2 bronze). Na Argentina, o país espera repetir o bom desempenho de pódios.

Um coisa é certa: não é fácil conciliar a juventude com a responsabilidade de uma rotina intensa de um atleta profissional. São jovens com idade entre 15 e 18 anos, período de descobertas e de tomar decisões profissionais. Muitos que estão hoje em Buenos Aires não serão atletas de alto rendimento no futuro. A vida vai levar para outros caminhos. Outros já têm uma rotina de profissional. Bruna Takahashi, 18 anos, é a única do Time Brasil que já disputou Jogos Olímpicos de adultos. Foi em 2016, no Rio de Janeiro. Jogadora de tênis de mesa, ela pretende subir ao pódio na capital portenha.

As gerações mudam e o olhar sobre os esportes também. Os Jogos Olímpicos da Juventude são marcados pela difusão de valores humanos. Na edição de 2018, os jovens estão vivenciando diretamente a bandeira da igualdade. Pela primeira vez, um megaevento esportivo reúne o mesmo número de meninos e de meninas: são 2.006 homens e 2.006 mulheres. A proposta não fica só no campo das ideias, mas nas disputas. E foi justamente numa prova que une meninas e meninos que o Brasil conquistou a sua primeira medalha nos Jogos Olímpicos da Juventude, em Buenos Aires, na Argentina. André Calvelo, Lucas Peixoto, Ana Carolina Vieira e Rafaela Raurich conquistaram a medalha de prata no revezamento 4x100m misto na natação.

O nadador André Calvelo faz parte de uma turma que tem em suas mãos o futuro do esporte brasileiro. Agora, nos resta torcer para que esses garotos continuem perseverando para elevar o patamar do esporte de alto rendimento do Brasil.

Breno Barros, 33 anos, gosta de olhar os diferentes esportes olímpicos de forma leve. Participei da cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, dos Jogos Olímpicos da Juventude de Argentina 2018 e da China 2014, dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, de Toronto 2015 e de Guadalajara 2011. Estive também nas coberturas dos Jogos Sul-Americanos da Bolívia 2018 e do Chile 2014.

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