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Agora é hora de fiscalizar

Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 9 de outubro do Diário de S. Paulo

Seria até redundante repetir aqui o que já vem sendo escrito e falado desde a última sexta-feira, quando o esporte olímpico brasileiro obteve a maior vitória de sua história, a eleição para a sede dos Jogos de 2016, no Rio. Mas nunca é demais ressaltar a importância deste feito, conquistado após três candidaturas frustradas e que teve no Presidente Lula seu melhor e mais importante cabo eleitoral. O triunfo, não há como negar, muda radicalmente o status do Brasil na geopolítica esportiva. Nos próximos sete anos serão organizadas por aqui as Olimpíadas e também uma Copa do Mundo. Nada mal, hein?

Passada a euforia, é necessário botar os pés no chão e encarar a dura realidade. Chega de fazer festa e vamos trabalhar! E trabalho, neste caso, também significa fiscalizar com muita atenção a forma como serão aplicados os R$ 25,9 bilhões que estão orçados para bancar os Jogos. E a preocupação nesta atenta fiscalização deve-se especialmente pelo péssimo exemplo dado nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, que após inúmeros estouros no orçamento acabaram custando R$ 3,8 bilhões.

E antes de ser taxado como ranzinza ou antipatriótico, uma lembrança: nesta semana, o Tribunal de Contas da União (TCU) condenou o chefe do comitê da Rio-2016, Ricardo Leyser Gonçalves, a devolver aos cofres públicos R$ 18,4 milhões, por superfaturamento durante o Pan de 2007, que Leyser também ajudou a organizar. Por isso, precisamos estar atentos para não transformar o sonho do Rio-2016 num grande pesadelo.

A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sexta-feiras no Diário de S. Paulo

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