Conservatória – O Rio de Janeiro é um celeiro de bons ciclistas. Prova disso foram os Jogos Olímpicos de Paris-2024, em que os dois atletas que representaram o ciclismo estrada brasileiro vieram do estado fluminense: Vinicius Rangel, natural de Cabo Frio, e Tota Magalhães, da capital. Para mostrar ainda mais o seu potencial, o estado promoveu a formação de uma equipe própria para disputar o Tour do Rio: a Seleção do Rio de Janeiro, recheada de jovens atletas, que está competindo neste final de semana, no distrito de Conservatória, na cidade de Valença.
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A ideia de criar a equipe surgiu por parte da própria Federação de Ciclismo do Estado do Rio de Janeiro (FECIERJ), em uma ação inédita envolvendo a entidade. O escolhido para ser o chefe de equipe foi Gláucio “DUbem”, assim chamado por ter uma equipe de ciclismo do mesmo nome. Ele costuma trabalhar com jovens, como é o caso da filha, Manuella, tricampeã brasileira infanto-juvenil, e de Guilherme Katraquinha, atual campeão pan-americano júnior e que hoje está em Portugal.
“Por sermos o local que está recebendo esses atletas de fora e as outras equipes do Rio, resolvemos montar o time da Seleção do Rio de Janeiro para representar o nosso estado”, explicou Gláucio. “Eu fui pegando essa garotada jovem mesmo e consegui montar um time. Trouxe o Vitinho, que estava correndo no Valverde, da Espanha; o Gustavo, que corre lá em Portugal também; o Mateuzinho, que é um menino de Resende escalador; e o Thalles, que corre na equipe do UCRJ. Tudo ‘molecada’ nova, forte e do Rio. Também trouxe o Latino, que é o mais experiente”, falou Gláucio.
Os integrantes da equipe
A Seleção do Rio de Janeiro presente no Tour do Rio de ciclismo estrada conta com os cinco nomes citados por Gláucio: Victor César de Paula, o Vitinho, que tem 21 anos; Gustavo Costa, que também tem 21; Matheus Siqueira, de 22 anos e participa de sua primeira competição internacional; Thalles Degli Esposti, de 20 anos; e Anderson Cordeiro, o Latino, com 48 anos. A média de idade da equipe é de 26,4 anos, “inflada” pelo número de Latino, atleta mais experiente da competição.
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Os cinco cinco atletas da Seleção concluíram a primeira etapa do Tour do Rio, disputada na sexta-feira (1º). Vitinho foi o melhor deles, ficando em 33º lugar, a 14min41s do vencedor, o colombiano Sergio Henao (Nu Colombia). Matheuzinho e Thalles ficaram em 40º e em 41º, respectivamente, enquanto Gustavo concluiu a prova em 57º lugar. Latino também fechou o percurso de 141km, mas com o tempo de 04h35min20s, acima do permitido para a etapa, e acabou cortado para a sequência da competição.
“Fizemos um briefing antes da competição porque sabemos do alto nível e que a garotada é muito nova, acabou de sair do júnior recentemente. Tem um gap muito grande do júnior quando você bate com essa realidade da elite. Tem atletas aqui muito experientes, da Colômbia por exemplo, que já correram o World Tour. Acho que, no contexto geral, foi super positivo a gente ter completado o pelotão na primeira etapa”, comentou o chefe de equipe.
Alto nível do Tour do Rio
Voltando ao calendário internacional depois de nove anos de ausência, o Tour do Rio conta com algumas das principais equipes do mundo e atletas que estão habituados a disputar o World Tour. Além de Herao, vencedor da primeira etapa, são os casos do espanhol Oscar Sevilla (Team Medellin), que já foi vice-campeão da Vuelta a España, Wilmar Paredes (Team Medellin), medalhista de bronze no Pan-Americano deste ano, Rodrigo Contreras (Nu Colombia), campeão continental em 2022, e Hector Quintana (Plus Performance-Solutos), dono de três ouros pan-americanos no contrarrelógio sub-23.
Por conta do alto nível, a participação dos jovens atletas do Rio de Janeiro é muito importante para ganhar experiência e construir uma bagagem pensando em seus desenvolvimentos. E, para Gláucio DUbem, que revelou o desejo por ser presidente da FECIERJ em breve, o foco na base e a lapidação de talentos, como é o caso da formação de uma equipe de jovens, devem ser melhores aproveitados para o crescimento do ciclismo no Brasil.
“Temos a ideia de montar muitos projetos voltados para a juventude, que nos últimos anos veio se perdendo um pouco. No meu ponto de vista, a federação tem que cuidar exclusivamente dos atletas. Focar nisso para a gente ter futuros talentos no Brasil. Vemos que estamos ficando e fora dos Jogos Olímpicos. A gente sabe que o Brasil é um celeiro muito bom de atletas, mas realmente falta incentivo. Viemos com a ideia empresarial, com o apoio político que estamos tendo do Rio agora, de trazer isso com força para o nosso estado e para o nosso país”, finalizou.