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Beth e Claudiney batem recordes e conquistam ouro no Mundial

Beth Gomes, com recorde mundial, e Claudiney Batista, com recorde do campeonato, conquistam ouros no Mundial de Paris

Beth Gomes emocionada e com a bandeira do Brasil após ouro no Mundial de atletismo paralímpico - recorde mundial Jogos Parapan-Americanos de Santiago-2023
Beth Gomes emocionada com seu primeiro ouro em Paris (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Mais dois ouros na conta! Beth Gomes e Claudiney Batista brilharam na manhã desta quarta-feira (12) e conquistaram medalhas de ouro no Mundial de atletismo paralímpico, em Paris, na França. O destaque maior ficou por conta de Beth, que triunfou no arremesso do peso na classe F53 e voltou a bater o recorde mundial da prova, com 7,75m. Já Claudiney foi campeão no lançamento de disco F56, com 46,07m, novo recorde do campeonato. Com os resultados, o Brasil já acumula quatro ouros e assim subiu para o terceiro lugar no quadro geral de medalhas da competição.
+ Confira o quadro de medalhas do Mundial

Competindo em sua primeira prova neste Mundial, Beth Gomes brilhou. Ela arremessou o peso em 7,75m em sua quinta tentativa para conquistar o ouro e bater o recorde mundial da prova. A paulista ultrapassou os 7,16m que ela mesma havia feito no Campeonato Brasileiro de atletismo paralímpico, em São Paulo, no último mês. Em Paris, a uzbeque Nurkhon Kurbanova ficou com a prata, com 7,38m, enquanto a chilena Francisca Mardones levou o bronze, a 7,37m.

Beth Gomes durante quebra de recorde no arremesso de peso no Mundial de atletismo paralímpico em Paris
Beth Gomes em ação na prova do arremesso do peso (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

“Fiz [na prova] o que eu venho treinando. Com isso, pude conquistar a minha medalha de ouro. A minha lição de casa foi feita e colocada em campo. Bater o recorde mundial aqui em Paris, que será o palco dos Jogos em 2024, é maravilhoso, mas é só o começo. Eu, Beth Gomes, sempre estarei aqui para incentivar a nossa juventude que o esporte pode mudar a nossa vida”, afirmou Beth Gomes, que foi diagnosticada com esclerose múltipla nos anos 1990.

Reclassificação

Vale destacar que Beth passou por uma reclassificação funcional em março, durante a disputa do Grand Prix Internacional de Marrakech de atletismo paralímpico. A banca de classificação internacional entendeu que Beth teria tônus muscular no tronco, portanto, deveria ser reclassificada para uma classe acima – passou de F52 para F53. No Mundial de Paris, ela ainda vai competir no lançamento de disco, prova que é atual campeã paralímpica, e no lançamento de dardo.

Claudiney Batista no topo outra vez

Claudiney Batista com a bandeira do Brasil após recorde e medalha no Mundial de atletismo paralímpico
Claudiney Batista com a bandeira do Brasil após mais uma conquista mundial (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Quem também confirmou o favoritismo para levar a quarta medalha de ouro para o Brasil em Paris foi o bicampeão paralímpico Claudiney Batista. Ele venceu o lançamento do disco da classe F56 com sobras, marcando 46,07m, novo recorde da competição. Foi seu segundo título mundial seguido, após o ouro em Dubai 2019. O indiano Yogesh Kathuniya ficou com a prata, com 43,17m, enquanto o eslovaco Dusan Laczko completou o pódio, com 42,70m.

“A sensação é de alívio, de dever cumprido. Trabalhei muito nesse ano. Vim muito confiante, a preocupação era com o indiano que havia se aproximado das minhas últimas marcas. Mas sempre procuro evoluir para buscar me manter no alto do pódio”, disse Claudiney Batista, que também havia sido medalhista de ouro no lançamento de disco nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e bateu o recorde mundial da prova há menos de um mês.

Claudiney Batista no pódio do Mundial de Paris com braço erguido
Claudiney agora é bicampeão paralímpico e bicampeão mundial (Foto: Alessandra Cabral/CPB)

Com as conquistas douradas, o Brasil chegou à marca de quatro ouros, duas pratas e cinco bronzes no Mundial de atletismo paralímpico, totalizando assim 11 medalhas. Dessa forma, o país subiu para a terceira colocação do quadro geral. Agora, está atrás da China, com oito ouros, seis pratas e quatro bronzes, e dos Estados Unidos, com quatro ouros, três pratas e sete bronzes.

Outras provas

Outras duas brasileiras participaram de finais nesta manhã no Mundial de atletismo paralímpico, mas acabaram fora do pódio. Jardênia Félix ficou em quinto lugar nos 400m T20 (atletas com deficiência intelectual), marcando 59s23. A estadunidense Breanna Clark foi ouro, com 55s12, recorde mundial da prova. Já Suzana Nahirnei ficou em 15º lugar no lançamento de dardo F46 (amputados de braço), com 22,41m. A vencedora foi a britânica Hollie Arnold, com 41,06m.

Yeltsin Jacques no Mundial de atletismo paralímpico
O campeão paralímpico Yeltin Jacques classificou para mais uma final (Foto: Alexandre Schneider/CPB)

Entre as disputas eliminatórias, Júilio César Agripino e Yeltsin Jacques avançaram para a final dos 1.500m T11 (cegos), com os tempos de 4min12s10 e 4min12s83, respectivamente. A decisão ocorrerá na quinta-feira (13), às 4h46 (horário de Brasília). Lorena Spoladore (12s23), Jerusa Geber (12s56) e Thalita Simplicio (12s54) avançaram para as semifinais dos 100m T11 (cegas), que ocorrerão às 13h58 desta quarta-feira.

Paulistano de 22 anos. Jornalista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Estou no Olimpíada Todo Dia desde 2022. Cobri os Jogos Mundiais Universitários de Chengdu e os Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.

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