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Atletismo

Alison dos Santos volta ao palco do Mundial para receber seu ouro

No dia seguinte de sua consagração como campeão mundial de atletismo, Alison dos Santos voltou ao estádio de Eugene para colocar no peito a medalha de ouro

Alison dos Santos medalha de ouro mundial de atletismo
Carol Coelho/CBAt

Alison dos Santos recebeu nesta quarta-feira (20/7) de maneira formal no pódio do Estádio Hayward Field, em Eugene, a medalha de ouro da prova dos 400 m com barreiras do Campeonato Mundial do Oregon, na cidade de Eugene. Piu, como é conhecido, tem 22 anos e venceu a prova de maneira excepcional nesta terça-feira (19/7), com o tempo de 46s29, recordes sul-americano e do Campeonato Mundial e tempo que também coloca o brasileiro no topo do ranking mundial de 2022.

A comemoração pela medalha de ouro, ainda na terça-feira (19/7), ocorreu na Track Town Pizza, uma pizzaria icônica de Eugene, onde Steve Prefontaine, um dos melhores atletas da cidade, comia depois de suas competições. Piu e o campeão olímpico Joaquim Cruz (nos 800 m, em Los Angeles-1984), chefe da delegação brasileira, brindaram a conquista com água e suco de laranja. Na pizzaria, todas as referências são todas sobre o atletismo, desde símbolos, cardápios e fotos na parede.

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No local, Alison dos Santos pôde ver a prova pela primeira vez pelo celular. Ele foi aplaudido pelos presentes quando entrou no restaurante que é pequeno e aconchegante. Treinadores, árbitros, atletas e familiares têm comemorado sempre o final dos dias na Track Town.

Alison dos Santos pose de 'bad boys' com os norte-americanos Rai Benjamim, medalha de prata (46.89), e Trevor Bassitt, de bronze (47.39).
Carol Leite/CBAt

Nesta quarta-feira (20/7) foi a vez de pegar a medalha na cerimônia oficial do Mundial do Oregon, que também está distribuindo medalhas na pista, informalmente, logo que o atleta acaba sua prova. Ouviu o Hino Nacional do Brasil e depois puxou uma foto em pose de ‘bad boys’ com os norte-americanos Rai Benjamim, medalha de prata (46.89), e Trevor Bassitt, de bronze (47.39). 

Disse que dormiu muito pouco, cerca de uma hora – “a soneca dos justos”. “A vida está corrida, está na agenda”. Alison retornará ao Brasil – chega nesta sexta-feira (vôo Delta Air Lines – LA 6345) no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, São Paulo (desembarque previsto para às 5:40). Mas será uma passagem rápida, de poucos dias apenas. Vai para São Joaquim da Barra rever a família, que não encontra há quase seis meses e a sobrinha que nasceu e ainda não conhece. Na sua passagem pelo país disse que é obrigatório ter churrasco e um “truco na casa do Biscoitinho”, seu amigo. “É passar o máximo de tempo que eu conseguir com a minha família porque dez dias depois estou viajando de novo.”

Alison dos Santos retorna para a Europa no dia 3 de agosto. Compete em mais três etapas da Diamond League nos 400 m com barreiras: 6/8, em Silesia, Polônia, no Kamila Skolimowska Memorial; 2/9, em Bruxelas, Bélgica, no Memorial van Damme; e 8/9 a final, em Zurique, Suíça. Correrá também um prova dos 400 m rasos no dia 8/8, no Grand Prix da Hungria Gyulai István Memorial.

“Foi um dia histórico para o atletismo brasileiro, com a medalha de ouro de Alison dos Santos, o nosso Piu, a quem temos de agradecer pelo empenho, dedicação e pertencimento. Mostrou que ama o País e que se entrega de corpo e alma”, comentou o presidente do Conselho de Administração da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Wlamir Motta Campos. “Temos de agradecer também ao Felipe de Siqueira, seu técnico atual, e a treinadora Ana Fidélis, que trouxe o Alison, menino, do judô para o atletismo em São Joaquim da Barra.”

“Alison provou que vai competir e conquistar tudo o que quiser. Tem uma capacidade impressionante de concentração. Conversei com Joaquim Cruz, o Zequinha Barbosa e o próprio Piu”, pouco depois da final. “É importante ter essa sinergia entre o passado e o futuro, com um campeão olímpico e um campeão mundial.”

Wlamir faz questão de frizar que o Mundial ainda prossegue. “Temos o Thiago Braz, no salto com vara, Caio Bonfim nos 35 km, o revezamento 4×100 m masculino. Peço que todos os brasileiros torçam para a delegação brasileira”, concluiu.

Joaquim Cruz e Zequinha Barbosa, campeão mundial indoor dos 800 m, que é delegado na seleção, agradeceram a torcida por Piu, mas também lembraram que o Mundial ainda não acabou. “Continuem mandando energias positivas”, disse Joaquim. “O Alison correu aqui em ‘casa’ – considero essa pista a minha casa -, teve uma boa vitória e conquistou o carinho do público.”

ELIMINAÇÕES

Neste sexto dia de disputas no Mundial do Oregon, Jucilene Sales de Lima competiu no Grupo A e não se qualificou para a final do lançamento do dardo, com 57,13 m (foi 19ª na classificação geral). A atleta, que tem como melhor marca 62,89 m, disse que poderia avançar com um lançamento de 60 m. “Eu não estava muito bem (dor nas costas) e estaria mais feliz se tivesse passado. É treinar para ir melhor no próximo Mundial.” 

Tabata Vitorino ficou em 8º lugar na série 1 da semifinal dos 400 m com o tempo de 52.42, 24ª na classificação geral. “O objetivo de chegar a semifinal foi alcançado, mas o resultado não foi tão bom. Então, espero trabalhar duro até o próxmo Mundial. Agradecer a torcida de todos, que é muito importante para nós”, disse Tabata.

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