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Georgia Dome é demolido e uma parte da história olímpica vai embora com ele

Palco de grandes eventos nos esportes dos Estados Unidos, o Georgia Dome, implodido nesta segunda-feira, teve papel importante na história da Olimpíada

 

Um dos palcos mais badalados do esporte dos Estados Unidos virou um monte de entulho e ferro retorcido nesta última segunda-feira (20). O Georgia Dome, arena localizada em Atlanta e que recebia as partidas do Atlanta Falcons, da NFL, foi demolido para dar lugar a um outro ginásio. Foram necessárias mais de duas toneladas de explosivos para derrubar o gigante que tinha capacidade para receber mais de 70 mil pessoas. Ao todo, foram necessários 15 segundos para que a implosão fosse concluída. Os mesmos 15 segundos que levaram por terra parte da história dos Jogos Olímpicos.

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A Olimpíada de Atlanta, em 1996, está longe de ser uma das mais memoráveis. Para começar, a própria vitória da cidade americana foi cercada de controvérsia. Há quem sustente que os dólares da Coca-Cola, cuja sede se encontra em Atlanta, seduziram mais os membros do COI do que Atenas, que poderia festejar o centenário do renascimento dos Jogos Olímpicos..

Houve ainda um terrível atentado, em pleno Parque Olímpico e que deixou um saldo de dois mortos. Falhas no sistema de transporte e no centro de imprensa serviram também para aumentar as críticas sobre a Olimpíada de Atlanta-1996.

O Georgia Dome, contudo, foi palco de alguma das mais belas páginas desta Olimpíada. O ginásio havia sido inaugurado em 1992, ou seja, já fazia parte da estrutura esportiva da cidade. Mesmo tendo sido consagrado para uma das grandes paixões dos Estados Unidos (o futebol americano), o local virou símbolo de passagens olímpicas marcantes.

Dor e ouro

Foi lá que o segundo Dream Team, formado por Shaquile O’Neal, Gary Payton e remanescentes do time de 1992 (Karl Malone, Charles Barkley, Scottie Pippen) voltaram a conquistar o ouro olímpico no basquete masculino. O Georgia Dome viu ainda uma dramática prova de amor ao esporte. Na final da prova por equipes, Kerri Strug lesionou o tornozelo no salto sobre a mesa. Na segunda tentativa, ela protegeu o local da lesão e executou um novo salto. Ao cair, cravou o salto com uma perna só. Depois, com uma tala na perna e carregada pelo técnico Béla Karolyi, recebeu a medalha de ouro ao lado das companheiras de time. Foi o primeiro ouro olímpicos dos Estados Unidos na prova de equipes.

Para o Brasil, o Georgia Dome também traz lembranças especiais. O ginásio foi palco do último jogo oficial de Oscar Schmidt com a camisa da Seleção Brasileira. A derrota para a Grécia por 91 a 72, na decisão do quinto lugar, marcou a despedida emocionante do Mão Santa pelo time brasileiro. Fica a imagem marcante de Oscar sendo saudado num círculo por todos os jogadores da Seleção.

O basquete feminino brasileiro também viveu no Georgia Dome seu maior momento olímpico. Campeã mundial dois anos antes, a Seleção feminina de Hortência, Paula, Janeth e cia realizou uma campanha brilhante e terminou com a medalha de prata, após ser derrotada pelos Estados Unidos por 111 a 87. Foi o último grande resultado do basquete brasileiro.

É ou não para ter saudades do velho Georgia Dome?

Confira como foi a implosão do Georgia Dome, nesta segunda-feira, em vídeo publicado na página do Atlanta Falcons no Instagram:

The final moments from the Georgia Dome.

Uma publicação compartilhada por Atlanta Falcons (@atlantafalcons) em

 

 

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