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Basquete

Gerson Victalino morre da luta contra a “ELA”

Pivô que mais usou a camisa da seleção brasileira morreu na madrugada desta quarta, em Minas Gerais

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O basquete brasileiro amanheceu de luto nesta quarta-feira (29). Gerson Victalino, um dos jogadores que mais vezes vestiu a camisa da seleção brasileira de basquetee que ajudou o Brasil na histórica conquista do ouro dos Jogos Pan-Americanos de 1987, faleceu na madrugada, em Minas Gerais, vítima da Esclerose lateral amiotrófica (ELA), doença sem cura que afeta o sistema nervoso, enfraquece os músculos e afeta as funções físicas.

Gerson começou no basquete aos 18 anos, mas primeiro se destacou no futebol por conta de sua altura. Fez sua estreia como profissional em 1979, pelo Ginástico, em Minas Gerais.

Em 1981, atuou pela primeira vez na seleção brasileira, e desde então, vestiu a camisa verde e amarela 63 vezes, contando apenas Mundiais, Olimpíadas e Jogos Pan-Americanos. Se levarmos em conta todas as vezes em que ele entrou em quadra com a camisa da seleção, o número beira os 300 jogos.

O jogador defendeu o Brasil em três Olimpíadas – Los Angeles 1984, Seul 1988 e Barcelona 1992 – e em dois campeonatos mundiais – O da Espanha de 1986, quando o Brasil terminou na quarta colocação, e o de 1990, quando o Brasil ficou em quinto. Foi um dos ícones do basquete brasileiro ao lado de Oscar Schimidt, Marcel de Souza e outros nome dos anos 1980.

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O momento mais marcante de Gerson com a camisa da seleção, entretanto, foi a conquista da medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianapolis de 1987. Aquela ocasião marcou a primeira vez que a seleção norte-americana de basquete perdeu um jogo em casa, a primeira vez que foi derrotada em finais e a primeira vez que tomou mais de cem pontos diante de seus torcedores. Gerson contribuiu com 12 pontos. Oscar foi o cestinha com 46.

Gerson Victalino lutava contra a doença há quatro anos. Em fevereiro, foi homenageado pela Confederação Brasileira de Basquete (CBB) como um dos nomes das Conferências do Campeonato Brasileiro Adulto, com um selo comemorativo.  Feliz com a homenagem, falou sobre a sensação.

“Me senti lisonjeado com esta homenagem. Ser escolhido dentre tantos nomes que fizeram e fazem história no nosso basquete. Quando recebi essa notícia, fiquei em êxtase, pois sei a importância de ter o nome vinculado a um evento da CBB,” disse Gerson.

FORA DO PADRÃO Gerson Victalino, lenda da seleção brasileira de basquete, morre vítima da doença ELA
(arquivo CBB)

Forte, o ex-jogador da seleção brasileira não se mostrou abalado com a doença até o final. Como um verdadeiro campeão e guerreiro das quadras, lutou bravamente contra a doença sem cura.

“Passo por um problema temporário. Sei da gravidade, mas também sei que as lutas vem na nossa vida para lutarmos e mostrarmos nossas forças. Para os médicos, a cura da ELA não existe, mas não posso me apegar no que eles pensam e sim na minha certeza que há um caminho para a cura. Imagina uma coisa até tempos atrás que não tinha cura e hoje tem. Com certeza eu vou ser o primeiro desta moléstia (risos) porque tenho fé em Deus e não me entrego facilmente.” revelou Gerson Victalino em entrevista a CBB.

O ex-atleta defendeu Monte Líbano, Corinthians, Lençóis Paulista, Jales, Manresa-ESP, Sport-PE e Remo, onde se aposentou em 2002. Nos últimos anos, Gerson trabalhava como auxiliar técnico no Clube Ginástico, primeiro clube pelo qual jogou basquete. Gerson O ex-jogador deixa a mulher e dois filhos em Belo Horizonte, Minas Gerais.

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