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Saiba porquê o levantamento de peso corre risco de ser cortado das Olimpíadas

COI dá advertência ao levantamento de peso por seus problemas sem fim com o doping. O preço a ser pago pode ser a exclusão dos Jogos Olímpicos

Lasha Talakhadze, da Geórgia, ficou com o outo na categoria + 105 kg do levantamento de peso na Rio-2016 (Crédito: AFP)

A Assembleia Geral do COI (Comitê Olímpico Internacional), semana passada em Lima (Peru), foi um evento que no jornalismo chamamos de “sem lead”. Trata-se de algo em que não há uma notícia, uma grande novidade. Ou seja, de pouca atração para o público. O grande motivo para a realização da 131ª Sessão era a definição das sedes dos Jogos de 2024 e 2028. Só que nem isso seria inédito. Já se sabia há quase três meses que Paris ficaria com 2024 e Los Angeles receberia os de 2028. Mas houve sim, uma grande novidade: a ameaça para o levantamento de peso de ser cortado do programa esportivo olímpico.

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Na sexta-feira (15), o comitê executivo do COI deu uma espécie de “cartão amarelo” para a modalidade, por entender que ela vem se mostrando incompetente no combate ao doping. Ficou acertado que a IWF (Federação Internacional de levantamento de peso, na sigla em inglês) tem até dezembro deste ano para mostrar medidas efetivas de combate ao doping. Se isso não ocorrer, a modalidade estará fora dos Jogos de Paris preventivamente. Uma decisão será tomada em 2019. Para a Olimpíada de Tóquio-2020, nada muda – o levantamento de peso estará presente, embora com menos categorias.

Não é a primeira vez que o COI dá este tipo de ultimato para uma de suas modalidades olímpicas. Em fevereiro de 2013, por motivos diversos relacionados ao desenvolvimento da modalidade, o comitê executivo do COI recomendou a exclusão do wrestling (antigamente chamada luta olímpica). A federação iniciou um lobby muito forte, mas realizações mudanças que mantiveram o esporte no programa de Tóquio-2020.

No caso específico do levantamento de peso, os problemas são bem mais sérios. Desde que explodiu o escândalo do doping encoberto dos atletas da Rússia, o COI e a Wada (Agência Mundial Antidoping) fizeram reanálises de exames antidoping nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012. Os resultados são assustadores.

Até 24 de abril deste ano, data da última atualização dos reexames, foram apontados 111 casos positivos (65 de 2008 e 46 de 2012). Destes 49 foram do levantamento de peso. São 54,4% dos casos positivos pertencendo somente a uma modalidade.

Por mais que a IWF publique em seu site ações de combate ao doping em suas competições, a realidade se mostra diferente. Segundo o site “Inside the Games”, há o risco de nove países, entre eles China e Rússia, potências da modalidade, serem excluídos do próximo Campeonato Mundial, marcado para Anaheim (EUA). O motivo: os casos positivos apontados para estes países nos Jogos de 2008 e 2012.

O COI, que tenta limpar sua imagem em razão de diversos problemas éticos de seus integrantes, decidiu abrir uma cruzada radical contra o doping. Cabe ao levantamento de peso fazer sua lição de casa se ainda pretende seguir como esporte olímpico.

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