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Tênis de Mesa

Liderado por Hugo Calderano, Brasil disputa Mundial por equipes

Com Hugo Calderano, Eric Jouti, Gustavo Tsuboi e Vitor Ishy, Seleção Brasileira vai para disputa do Mundial de Tênis de Mesa

Chegar à Halmstad, na Suécia, e ver o Brasil com equipes de ambos os naipes para a disputa do Campeonato Mundial por Equipes é motivo de satisfação. Para o técnico Jean-René Mounie, certamente, é ainda mais. Ele participou ativamente do processo de evolução do tênis de mesa brasileiro, que estará completo na elite da modalidade pela primeira vez.

“É verdade que estou satisfeito de ver meninas e meninos participando do Mundial contra os melhores. Acho que o Brasil evoluiu bastante nos últimos anos e ter a oportunidade de defender as cores do país na Primeira Divisão é um privilégio que os jogadores merecem. Vai ser emocionante para as pessoas que torcem para o tênis de mesa brasileiro”.

Com o desenvolvimento, naturalmente aumenta a ambição por resultados mais expressivos. O treinador, porém, ressalta que o aprendizado é a meta principal para um time jovem.

“A atuação na Copa do Mundo foi ótima. Gostei da ideia de ver um time onde cada jogador encara a sua responsabilidade. Já conseguimos alcançar duas vezes as quartas de final durante os dois últimos ciclos olímpicos e uma vez com real chance de vencer o Japão. O resultado na Inglaterra confirma a evolução da equipe. No entanto, a meta principal vai ser aprender, porque é complicado colocar um objetivo preciso quando temos três jogadores entre 21 e 23 anos. Aprender, porém, não significa que não dá para obter alguma coisa boa ou muito boa… os jovens têm de chegar “fome” ao campeonato”, explicou.

Há uma diferença de perfil do time masculino atual. Ele é mais jovem em relação ao que disputou o Mundial passado, em Kuala Lumpur, quando o Brasil jogou a Segunda Divisão. Isso, porém, não necessariamente gerará dificuldades para a equipe.

“O que poderia ser mais difícil gerir é mais relacionado com a experiência do que com a idade. Ser jovem significa ter energia, vontade, imprudência necessária para acreditar. Depende bastante do que os quatro jogadores e mais o Paco (Francisco Arado, treinador) vão criar juntos. Ambição e simplicidade são palavras chave para conseguir ir bem nesse Mundial”.

A equipe Brasileira

Hugo Calderano

Hugo Calderano é, novamente, o carro-chefe da Seleção Brasileira. O desafio que bate à porta é, talvez, o maior de todos: o Mundial por Equipes, maior teste para a evolução do tênis de mesa brasileiro, que começa neste domingo (29/4), em Halmstad, na Suécia. A equipe estreia às 8h (horário de Brasília), contra a República Tcheca. Grande esperança do Brasil para puxar o time em direção a um resultado histórico, o carioca já é reconhecido como um dos maiores do mundo na atualidade.

Embora a força dos adversários seja reconhecida, os progressos do time brasileiro mostram que sonhar alto é, sim, permitido.

“O Mundial é uma competição muito difícil. As equipes vão com sua força total e na Primeira Divisão não há times fracos. Nosso time mostrou que pode surpreender. Estamos treinando juntos essa semana na Alemanha e chegaremos à Suécia prontos para o que vier”, enfatizou Hugo.

Mesmo muito jovem, Calderano tem mais experiência na Seleção do que outros companheiros de time, como Eric Jouti e Vitor Ishiy, ambos estreantes em Mundiais por Equipes. O debut dos parceiros não preocupa, já que o entrosamento e a amizade falam mais alto.

“Nós três jogamos juntos há muitos anos, então já temos essa troca regularmente. Os dois já participaram do Mundial Individual e têm bastante experiência. Tenho certeza de que, se conseguirmos jogar nosso melhor tênis de mesa, poderemos fazer uma participação muito boa nesse Mundial”.

 

 

Eric Jouti 

Quando Eric Jouti começou a jogar tênis de mesa, grandes campeonatos, Seleção Brasileira e grandes conquistas não eram vislumbrados pelo atleta que completa 24 anos nesta quinta-feira (26/4). Hoje, no entanto, a realidade, felizmente, é outra. Depois de vários desafios bem-sucedidos, como a participação na Copa do Mundo e medalhas obtidas em campeonatos importantes pelo Brasil, como o ouro individual no Campeonato Latino-Americano, o paulistano tem o Campeonato Mundial de Equipes como o maior desafio da carreira até aqui.

“Quando comecei a praticar eu não pensava em jogar nenhum desses torneios, mas estou contente que evoluí muito e estou tendo bons resultados graças a um grupo de pessoas boas me ajudando a alcançar meus objetivos. Acredito que os abertos recentes me ajudaram a recuperar a confiança”, destaca o jogador, que ganhou competitividade jogando torneios e vivendo no Velho Continente. Ele é vizinho da Suécia, a sede do Mundial.

“Tive um bom resultado no Aberto da Eslovênia, chegando nas quartas de final, perdendo um jogo que tive muita chance de ganhar, mas sempre uso a vitória e a derrota como motivação para poder melhorar cada vez mais. A Europa é um dos melhores polos para se treinar, estou muito satisfeito com os treinos na Dinamarca e espero ficar um bom tempo por lá”.

Eric foi o calouro do time na Copa do Mundo deste ano, na qual o Brasil venceu adversários tradicionais e ficou muito perto de uma medalha. Para o Mundial, ele chega mais experiente, sente o time – e ele próprio – bem preparados e acredita que o voo do Brasil pode ser ainda maior em Halmstad se mantiverem a união apresentada na Grã-Bretanha.

“Minha expectativa é de sempre dar o meu melhor, independentemente do torneio. Nosso time está bem preparado e temos grandes chances de bater as melhores equipes. Também estou muito feliz em fazer parte dessa equipe da nova geração e de jogar um torneio grande como esse. Será importantíssimo repetir a união da equipe apresentada na Copa do Mundo. Jogando como um todo podemos ir mais longe”.

Vitor Ishy

Quando o Campeonato Mundial por Equipes começar, no próximo domingo (29), na Suécia, um jovem de 22 anos vai estar realizando um sonho que, de início, parecia impensável. Esse é Vitor Ishiy, 126º no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF), na sua estreia nesta competição.

Como todo estreante, Ishiy está cheio de expectativas, e se diz honrado com esta oportunidade. Já que, no início da vitoriosa carreira, não imaginava voar tão alto num curto espaço de tempo:

“Para falar a verdade, quando comecei a jogar não imaginava chegar tão longe. Mas, quando passei a me dedicar mais ao esporte, com certeza quis representar o Brasil em um torneio tão importante como esse e fico honrado que isso esteja acontecendo”, comenta.

E o ano de 2018 tem sido muito mais que um sonho. Ishiy vem de ótimos resultados. Está cada vez mais perto do Top-100 no ranking mundial, fez um bom Latino-Americano e chegou às quartas de finais no Aberto da Espanha. O ano ainda promete, vislumbrando vitórias. Ele se mostra muito confiante:

“Nesta temporada consegui alguns resultados bons. Acho que atuar bastante na Europa tem me ajudado a melhorar. Sinto que estou num ritmo bom de jogo”.

Ishiy sabe que o Brasil não irá encontrar moleza na Suécia. Para isso, ele acredita que a melhor maneira de superar os adversários é não queimar etapas:

“Nosso grupo está difícil. Mas em um Mundial não existe grupo fácil. Acho que temos boas chances de avançar para a próxima fase, pensando jogo por jogo”, explica, emendando em elogios aos companheiros:

“Temos uma grande equipe e estamos todos numa fase boa. Hugo (Calderano) é o número 12 do mundo, o Eric (Jouti) e o Gustavo (Tsuboi) também chegaram às quartas do Aberto da Eslovênia recentemente”.

Com tantos jovens de talento disputando e competindo entre os melhores do mundo, a modalidade tem crescido em retorno e interesse, já que a visibilidade é naturalmente maior. Vitor Ishiy comemora o bom momento de sua geração e popularização do esporte:

“Difícil dizer se a nossa geração vive o melhor momento até hoje, porque não vivi as outras gerações. Mas, sim. Nossa geração vive um momento bom, nosso esporte está cada vez mais conhecido”, reconhece.

A Seleção masculina estreia neste domingo, às 8h, contra a República Tcheca. A equipe feminina joga sua primeira partida pouco antes, às 5h, contra a Alemanha. Confira a tabela completa do Brasil na primeira fase (com horários de Brasília):

 

FEMININO
29/4 – 5h – Brasil x Alemanha
29/4 – 15h – Brasil x Hong Kong
30/4 – 11h – Brasil x Luxemburgo
1º/5 – 5h – Brasil x Tailândia
1º/5 – 14h – Brasil x Coreia do Sul

MASCULINO
29/4 – 8h – Brasil x República Tcheca
30/4 – 5h – Brasil x Portugal
30/4 – 14h – Brasil x China
1º/5 – 8h – Brasil x Coreia do Norte
2/5 – 5h – Brasil x Rússia

 

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