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Tênis de Mesa

Monteiro sonha com Tóquio, mas sabe que chances são difíceis

Quarto melhor brasileiro do tênis de mesa, Thiago Monteiro não quer criar expectativas para uma convocação para Olimpíadas de 2020

Thiago Monteiro - Foto: Daniel Zappe CBTM
Foto: Daniel Zappe CBTM

Discreto, Thiago Monteiro anda de um lado para o outro em meio à grande estrutura do 53º Campeonato Brasileiro de tênis de mesa, disputado no Centro Paralímpico Brasileiro, em São Paulo. Apesar de jogar apenas no sábado, Thiago aproveitou para chegar antes no local da competição para treinar e visitar amigos. Natural de Fortaleza, no Ceará, Monteiro tem muitos companheiros que jogaram o torneio de seleções estaduais na manhã desta quarta-feira (11). “Mas se eu fosse jogar hoje, eu teria que jogar por Santa Catarina.”, lembra o atleta, que é federado pelo estado sulista.  

Em meio a mais de mil jogadores, entre amadores e profissionais, muitos param para pedir uma foto a Thiago. Especialmente as crianças. “Acho que o pessoal conhece um pouco a minha história. Eu sei que durante algum tempo fui uma referência, não sei como é hoje. Geralmente, os técnicos das equipes sabem um pouco sobre minha carreira e as vezes acabam falando para os jogadores, e eu sempre sou muito aberto, o pessoal me aborda, eu sempre converso,”, explica o jogador, que atualmente mora na França, onde defende o Angers Vaillante

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Com 38 anos, Thiago Monteiro tem experiência de sobra no tênis de mesa e na seleção brasileira. Já conquistou 8 medalhas em Jogos Pan-Americanos, sendo 4 de ouro. Atualmente é o número 68 do ranking mundial, o 4º melhor brasileiro, atrás de Hugo Calderano (6º), Gustavo Tsuboi (41º) e Vitor Ishiy (59º).  Com tanta experiência, Thiago tem gabarito para sonhar com Tóquio-2020. Mesmo assim, sabe que a disputa é muito difícil.

“Olimpíada é um objetivo. Hoje, o Calderano, além de já estar classificado pelo Pan, é indiscutível na seleção. Aí, o que me foi dito é que o segundo melhor pelo ranking mundial tem a grande chance de ir e a outra vaga para compor a equipe seria indicação do técnico. Eu estou fazendo o possível para ir, mas não estou querendo criar muita expectativa, porque eu fiquei de fora de todos os outros. Mesmo jogando bem, eu não fui para o Pan-Americano e até aquele momento eu tinha tido bons resultados. Teve Copa do Mundo por equipe e eu não fui convocado, o último mundial por equipe eu não joguei.”, lembra o jogador.  

Questionado se a escolha da Confederação priorizava jogadores mais jovens, Thiago Monteiro afirmou: “A questão da idade geralmente é ligada à perda de performance. As vezes, o jogador não se prepara tão bem como antes, não treina, fisicamente não aguenta. Mas eu estou bem, estou treinando. É uma pena que vejam apenas por essa questão e não analisem também a parte técnica. Mas é escolha deles, no momento, é decisão do técnico, tem que respeitar. Eu estou fazendo tudo que eu posso, é o meu objetivo principal, mas nesse momento eu não posso criar tanta expectativa. Eu tenho só que jogar bem os torneios internacionais, ir longe, ter resultados que não deixem nenhuma dúvida.”

Thiago Monteiro conversa com fãs nas arquibancadas do CPB. (Foto: Marina Panizza)

Apesar de ficar de fora dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, Thiago Monteiro teve um bom ano. Começou o ano como número 78 do ranking e subiu 10 posições. Fez sua parte e participou de campeonatos. Esteve recentemente no Aberto da América do Norte, onde foi o melhor brasileiro na disputa, caindo na segunda rodada.

“É sinal que eu melhorei em consistência, porque o ranking ainda é muito isso, consistência, são resultados de um ano inteiro. Eu estou satisfeito com a minha evolução no ranking e como eu estou jogando. Do que eu comecei o ano para o que eu terminei, eu estou bem melhor, jogando melhor. Estou num lugar que eu lutei muito para estar, então estou feliz.”, comemora.

Para terminar 2019 ainda melhor, Thiago Monteiro disputa o Campeonato brasileiro a partir do próximo sábado (14). “Eu sei que eu faço parte dos que tem chance de ir longe na competição. Ao mesmo tempo, também tem o pessoal mais novo jogando bem. Hoje em dia eu não fico pensando muito longe, estou bem tranquilo, me preparo bem, tenho treinado bem, jogando melhor, mas quando eu vou para competição eu vou jogo a jogo, bem tranquilo.”

Bem tranquilo. Da mesma forma com que caminha por entre as mesas do CPB e atende os admiradores que sabem de sua linda história no tênis de mesa.

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