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Surfe

Com Tempestade Brasileira em peso, WCT inicia em Gold Coast

Iniciando a temporada em Gold Coast, na Austrália, Mundial de Surfe terá Tempestade Brasileira em peso, despedida de Mick Fanning e inauguração de piscina de ondas.

A temporada 2018 do Circuito Mundial está a poucos dias de entrar na água. A partir deste sábado, dia 11 de março, os principais nomes do surfe iniciam a saga pelo título mundial. Dando largada na chamada “Perna Australiana”, em Gold Coast, o Circuito Mundial promete emoções. Além da despedida do tricampeão mundial, o australiano Mick Fanning, na segunda competição, o WCT deste ano ainda terá a estreia da piscina de ondas de Kelly Slater (EUA) e um número recorde de brasileiros na elite, com 11 participantes.

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Além disso, este será o último do atual formato do Circuito, já que, para 2019, a Liga Mundial de Surfe (WSL) anunciou mudanças. O calendário da elite da modalidade iniciará em fevereiro, com fim em setembro. Com o fim desta fase, os seis primeiros colocados disputarão o título mundial em um evento, previsto para ocorrer na Indonésia. Os outros meses serão dedicados à realização do QS, divisão de acesso.

Tempestade Brasileira é maioria no WCT

A temporada 2018 da elite do surfe mundial promete fortes emoções à torcida brasileira. Neste ano, a Tempestade Brasileira será a maioria no Circuito. Com 11 representantes, o Brasil supera a Austrália, que terá nove surfistas. O WCT, composto pro 34 participantes, ainda conta com cinco americanos, quatro havaianos, dois franceses, um sul-africano, um português, um japonês e um taitiano.

No Circuito, a Tempestade Brasileira contará com Gabriel Medina, Adriano de Souza, Filipe Toledo, Caio Ibelli, Ítalo Ferreira, Jessé Mendes, Thomas Hermes, Yago Dora, Willian Cardoso, Michael Rodrigues e Ian Gouveia. Os cinco primeiros, ficaram no top-22 do WCT, garantindo uma vaga na elite deste ano. Após excelente exibição na última etapa de 2017, Ian foi convidado – assim como o americano Kelly Slater – a integrar o Circuito. Já Jessé, Thomas, Yago, Willian e Michael ficaram entre os dez primeiros no QS e asseguram vagas na elite. Além disso, eles disputam o prêmio de “Calouro do Ano”, dado ao melhor estreante no CT.

Na última temporada, cinco das 11 paradas do Circuito Mundial foram conquistadas por brasileiros. O primeiro a levantar o caneco foi Adriano de Souza. De forma invicta, Mineirinho assegurou, em Saquarema, o bicampeonato do torneio. Na sequência, foi a vez de Filipinho Toledo faturar as etapas de J-Bay, na África do Sul, e Trestles, nos EUA, esta com direito a dobradinha, já que Silvana Lima faturou o caneco no feminino. Por fim, na reta final do campeonato, Gabriel Medina faturou a “Perna Europeia” do Tour, com o tricampeonato do Pro France e o primeiro em Portugal.

Quem vai brigar pelo título mundial?

Após grande equilíbrio na última temporada do Circuito Mundial, a edição de 2018 deve seguir o mesmo roteiro. Entre os brasileiros, os principais candidatos ao título são Gabriel Medina e Filipe Toledo. Dono do primeiro título mundial de surfe do Brasil, Medina está com o bicampeonato engasgado. Depois de amargar o vice-campeonato em 2017, Gabriel procura um bom desempenho na Perna Australiana para a arrancada rumo a mais um mundial. Nas últimas temporadas, natural de Maresias enfrentou problemas nas primeiras etapas do Tour. Seu melhor resultado nessas águas foi o título de Gold Coast em 2014.

Já Filipe Toledo vêm em uma crescente. Com 100% de aproveitamento em finais, o natural de Ubatuba vem preparando tanto a parte física quanto a mental para esta temporada. Em suas redes sociais, o surfista compartilha seus treinamentos e momentos de meditação. Com um surfe moderno e repleto de manobras aéreas, Filipinho pode, este ano, levantar, pela primeira vez na carreira, o título mundial

Entre os estrangeiros, o havaiano John John Florence, atual bicampeão mundial, está entre os cotados. Com um surfe regular e competitivo, ele pode, este ano, igualar a marca de seu compatriota Andy Irons, tricampeão mundial de forma consecutiva (2002, 2003 e 2004). Além dele, o sul-africano Jordy Smith, após deixar escapar o caneco na última temporada, e o australiano Julian Wilson buscarão seu primeiro mundial.

O que não perder no WCT 2018

Com início na etapa de Gold Coast (AUS), o Circuito Mundial de 2018 já tem alguns momentos em seu calendário que prometem fazer história. Um deles será a oitava parada do Tour, o Surf Ranch Open, realizada na piscina de ondas do dono de 11 títulos mundiais, Kelly Slater, na Califórnia, nos Estados Unidos. Após receber um evento-teste no ano passado, vencido por Gabriel Medina, o local entrou na programação oficial da WSL. As ondas artificiais assumiram o lugar da etapa de Trestles (EUA). Nesta temporada, também foi incluído o Bali Pro Keramas, na Indonésia, no lugar do Fiji Pro.

Antes de ser palco do WCT, o Surf Ranch recebe, em maio, o Founders’ Cup, uma competição de equipes mistas representando o Brasil, Estados Unidos, Austrália, Europa e Mundo. Medina será o capitão do time verde e amarelo na competição que terá dois dias de duração.

Além de novos palcos, a temporada assistirá a despedida de Mick Fanning do surfe profissional. Aos 36 anos, o australiano anunciou que, após a etapa de Bells Beach – local onde conquistou seu primeiro título – se aposentará. Tricampeão mundial, Fanning alegou que não se sente tão competitivo quanto antes, mas que a paixão pelo surfe segue inabalada.

Entre os novatos brasileiros, tem uma estreia que é muito aguardada, a de Yago Dora. Após uma exibição de gala no Rio Pro, onde derrotou três campeões mundiais – John John Florence (HAV), Gabriel Medina e Mick Fanning – o estreante deixou um belo cartão de visitas para esta temporada. Yago participou da competição em Saquarema após vencer a triagem (torneio paralelo para definir os convidados para disputar a etapa).

Pensando nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, Kanoa Igarashi defenderá, a partir desta temporada, o Japão. Até então, o surfista defendia as cores dos Estados Unidos. Com a alteração, Igarashi é o único representante da próxima sede olímpica no WCT.

Por fim, esta pode ser a despedida do Havai no Circuito Mundial. Após divergências entre a prefeitura de Honolulu e a WSL, quanto a data de realização do Pipe Masters, ficou definido, até o momento, que, em 2019, a etapa não fará parte do calendário da elite do surfe. O desentendimento deveu-se a mudança no Circuito Mundial no próximo ano, pois a organização desejava que Pipeline fosse palco da abertura do Tour, em fevereiro, ao invés de encerrá-lo, como é tradicionalmente feito. Além disso, a WSL perdeu o prazo de inscrição, exigida pela prefeitura havaiana, para a realização da etapa.

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