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Skatistas se manifestam a favor da CBSk nas redes sociais

Comunidade do skate se manifesta nas redes sociais em defesa da permanência da gestão da modalidade na CBSk

Rayssa Leal e outros skatistas se manifestam a favor da manutenção do skate sob a CBSk
(Foto: Alexandre Loureiro/COB)

A disputa política entre skate e roller sports ainda não tem nada definido. A Federação Internacional que rege as modalidades, a World Skate (WS), exige que a partir de 2024 cada país tenha apenas uma entidade nacional entre seus filiados. O Brasil conta atualmente com a Confederação Brasileira de Skate (CBSk) e a Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) dentro da WS. Temendo o risco de serem absorvidos por uma entidade que não a representa, a comunidade do skate brasileiro tem se movimentado para manter o skate sob cuidados da CBSk.
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Nesta terça-feira (12), vários nomes da comunidade do skate brasileiro postaram a mesma imagem nas redes sociais: um fundo preto com as marcações “#SomosTodosCBSk #SomosTodosSkateboarding”. Nos seus stories no Instagram, a campeã mundial Rayssa Leal explicou a situação a seus seguidores: “Nós skatistas entendemos que a CBSK é a entidade que nos representa desde sempre e não faz sentido pra gente ter outra federação para cuidar da nossa modalidade.”
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Entenda a situação

Quando o skate foi adicionado no programa olímpico em 2016, a entidade que o Comitê Olímpico Internacional (COI) estabeleceu como a responsável por conduzir o esporte foi a antiga Federação Internacional de Roller Sports (FIRS), que já cuidava de outros esportes de rodinhas, como a patinação e o hóquei sobre rodas. No Brasil, a entidade que já era filiada à FIRS era a CBHP. Porém, os skatistas não queriam estar vinculados à uma confederação que nunca havia trabalhado pela modalidade e se movimentaram para que o COB reconhecesse a CBSk como gestora da modalidade no Brasil.

Desde 2016, a FIRS mudou de nome e passou a se chamar World Skate (WS). E assim como no Brasil, a comunidade skatista de outros países também criou suas entidades próprias para gerar o skate. Mas uma mudança no estatuto da WS em 2022, determinou que cada país deve ter apenas uma federação nacional afiliada. E caso as duas federações do país não entrassem em um acordo, a WS iria consultar autoridades nacionais para escolher qual entidade seguiria filiada à ela.

Assim, a comunidade do skate no Brasil tem se organizado para tentar manter a modalidade dentro da CBSk. Em fevereiro de 2023, os skatistas refutaram a possibilidade de uma fusão com a CBHP, ressaltando que a entidade que os representam no Brasil é a CBSk. Mas como ainda não há uma definição sobre a disputa, os atletas voltaram a se manifestar temendo que o skate caia no colo da CBHP.

O OTD entrou em contato com a CBSk que disse que informou o COB da situação em março de 2023. Mas, até o momento, o Comitê Olímpico do Brasil ainda não deu alguma resposta. Nos últimos dias, a Confederação também informou o Ministério do Esporte sobre a situação e aguarda um posicionamento.

CBSk se posiciona

Junto da manifestação, a CBSk publicou um vídeo onde o seu presidente, Duda Musa, e o vice, Eduardo Dias defendem a soberania da entidade. “De novo estamos sofrendo um ataque de uma Confederação que não tem nada a ver com o skate querendo dominar e tomar posse do skate. O skate é dos skatistas. Vamos batalhar até o fim para que o skate na mão da CBSk”, afirmou Dias.

Já Duda Musa lembrou do trabalho feito pela CBSk pela modalidade nos últimos 24 anos. “Simplesmente querem colocar uma federação que não fez um evento se quer de skate e tirar a modalidade da CBSk que está há 20 anos cuidando do esporte. A CBSk vem fomentando a modalidade e com excelente resultados esportivos e gestão”, afirmou o presidente, lembrando que a Confederação Brasileira de Skate ficou em primeiro lugar no último ranking de prestações de conta do COB.

Além disso, Musa também cobrou união dos skatistas. “É um momento crucial na história do skateborading brasileiro e a união dos skatistas é fundamental. Principalmente para mandar um recado para aqueles que acham que em uma canetada podem mudar uma história e uma cultura de mais de 20 anos”, finalizou.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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