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Ginástica Artística

Guia – Mundial de Ginástica Artística de 2022: Individual Geral

Rebeca Andrade, Caio Souza, Flávia Saraiva e Diogo Soares devem competir no individual geral no Mundial de ginástica artística em Liverpool

Mundial de ginástica artística: montagem com fotos de Rebeca Andrade fazendo coreografia na trave e Caio Souza na posição de cruz nas argolas
Rebeca Andrade e Caio Souza (Fotos: Ricardo Bufolin/CBG)

Nos dias 3 e 4 de novembro iremos conhecer os ginastas mais completos do mundo. Nesses dias, serão realizadas as finais do individual geral no Campeonato Mundial de Ginástica Artística em Liverpool, no Reino Unido. O Brasil tem postulantes ao pódio tanto no feminino, quanto no masculino. Conheça abaixo os principais concorrentes às medalhas do individual geral.

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Feminino

A principal chance de medalha do Brasil no individual geral é com Rebeca Andrade. Atual vice-campeã olímpica da prova, ela tem a melhor combinação de notas entre as atletas que vão ao Mundial, com os 58.100 do Campeonato Brasileiro deste ano. E Rebeca ainda tem potencial para aumentar a sua nota. Este ano, ela ainda não competiu com seu salto mais difícil: o Cheng (Yurchenko com meia volta, seguido de mortal para frente com uma pirueta e meia). É o salto que ela fez na campanha da prata em Tóquio-2020. Ela também não fez sua dificuldade completa no solo este ano e pode aumentar sua nota de partida nas barras assimétricas para levar o ouro em Liverpool.

Quem aparece como a principal adversária de Rebeca Andrade é Shilese Jones, dos Estados Unidos. A ginasta, que vai para seu primeiro Mundial, foi vice-campeã nacional este ano e ganhou a seletiva para Liverpool-2022. Ela tem boas séries nas barras assimétricas e no solo, além de um Yurchenko com dupla pirueta no salto que lhe rende boas notas. O calcanhar de Aquiles da norte-americana é a trave, onde ela apresenta um grau de dificuldade menor e não tem a mesma consistência comparando com os outros aparelhos.

Briga pelo bronze

Após Rebeca e Shilese, há um grupo grande de atletas com potencial para tirar entre 55 e 57 pontos no individual geral. Os Estados Unidos ainda não definiu a escalação completa da equipe (quem irá competir em cada aparelho), mas uma das que devem competir em todos os aparelhos é Jordan Chiles. Atleta olímpica em Tóquio-2020, ela foi a terceira colocada no campeonato nacional deste ano e tem o salto e o solo como suas melhores provas.

Campeã pan-americana, Flávia Saraiva também tem chance de uma medalha no individual geral este ano. A brasileira tem um Yurchenko com dupla pirueta no salto, uma série forte no solo e uma trave com alto grau de dificuldade. Flávia pode parar no pódio se acertar sua série de trave e cometer poucos erros nas barras assimétricas.

Flávia Saraiva fazendo coreografia no solo. Ela levanta uma mão e aponta outra para o chão, vestindo um collant preto
Flávia Saraiva se apresentando no solo (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

A China deve ter Ou Yushan e Tang Xijing na briga pelo pódio. Ambas têm boas de trave e conseguem notas boas no solo e nas barras assimétricas. Mas elas não são muito fortes no salto. Ou e Tang tentam recuperar suas duplas piruetas (que causaram problemas para a equipe chinesa em Tóquio-2020) para ter uma chance de medalha. 

A Itália vai apostar suas fichas em Martina Maggio e em Alice D’Amato, campeã e vice no campeonato italiano algumas semanas atrás. Vale ficar de olho também em duas atletas que ainda não fizeram os quatro aparelhos este ano: a belga Nina Derwael e a francesa Mélanie de Jesus dos Santos.

Masculino

Entre os homens, a disputa pelo ouro terá os mesmos atores do Mundial de 2021. O japonês Hashimoto Daiki (atual campeão olímpicos) e o chinês Zhang Boheng (atual campeão mundial) devem brigar ponto a ponto pela medalha de ouro. Os dois tem notas próximas no solo, salto, barras paralelas e barra fixa. Hashimoto leva vantagem no cavalo com alças, enquanto Zhang é melhor nas argolas.

Na briga pelo bronze, devem ficar um grupo de atletas com potencial para tirar acima de 85 pontos na soma dos seis aparelhos. Os donos da casa apostam em Joe Fraser, que levou o ouro na prova no Europeu deste ano. Joe é campeão mundial das barras paralelas e também tem notas competitivas nos outros aparelhos.

Os turcos Ahmet Önder e Adem Asil (prata e bronze no Europeu) também tem provas fortes em todos os aparelhos, mas não são tão fortes no cavalo com alças. Outros candidatos incluem o chinês Sun Wei (4º lugar em Tóquio-2020), o estadunidense Brody Malone (atual campeão nacional) e o ucraniano Ilia Kovtun (bronze no Mundial de 2021).

Os brasileiros

A principal chance de medalha do Brasil na prova é com Caio Souza. Ele mostrou que tem potencial para alcançar o pódio do individual geral no Mundial de 2021, onde ficou a maior parte da final entre os três primeiros colocados. Na ocasião, o brasileiro não fez uma boa apresentação no solo e teve uma queda no cavalo com alças, o que derrubou Caio na classificação geral para o 13º lugar. Mas se acertar nas seis provas, Caio tem potencial para brigar por lugares mais altos.

Caio Souza e Diogo Soares posam para foto. Caio faz o número 1 com a mão e Diogo mostra um três, após levarem ouro e bronze em uma prova
Caio Souza e Diogo Soares nos Jogos Sul-Americanos (Foto: Ricardo Bufolin/CBG)

Quem também deve competir em todos os aparelhos é o jovem Diogo Soares. Após o 20º lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ele busca manter a evolução. Diogo tem aumentado aos poucos a dificuldade das suas séries para melhorar sua posição na classificação geral.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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