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Futebol

Técnicos rivais falam antes da grande final do Brasileiro feminino

Enquanto Arthur Elias descarta favoritismo do Corinthians expresso pelos números, Jorge e Barcellos enaltece trabalho a longo prazo feito pelo Avaí Kindermann

Dois dias antes de a bola começar a rolar para a decisão do Campeonato Brasileiro de futebol feminino, os técnicos de Corinthians e Avaí Kindermann, Arthur Elias e Jorge Barcellos, conversaram com a imprensa. A primeira final está marcada para domingo (22), às 20h, no estádio da Ressacada, em Florianópolis. A volta, em São Paulo, será em 6 de dezembro, às 20h, na Neo Química Arena.

Arthur Elias, apesar de ter com folgas os melhores números da competição, descartou o favoritismo. “A gente trabalha demais e não olha para o que fizemos lá atrás. A final está totalmente em aberto. Realmente, fizemos mais pontos que o Kindermann, assim como fizemos mais pontos que a Ferroviária no ano passado e perdemos o título. Agora é fazer nosso melhor, confio muito na nossa equipe para que sejamos merecedores de sermos campeões nessa final de Brasileiro.”

O Corinthians liderou com folgas a fase de classificação vencendo 17 dos 19 jogos que fez. Perdeu apenas um, para o São Paulo na quarta rodada, encerrando uma invencibilidade de 46 jogos. Como consequência, tem o melhor ataque com 52 gols e a melhor defesa, tomando apenas oito. No mata-mata, não encontrou muitas dificuldades para despachar o Grêmio com duas vitórias, 2 a 1 e 3 a 0, e o Palmeiras, com um 0 a 0 e um 3 a 0.

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Arthur Elias vai pra quarta final seguida com o Timão (Mariana Sá/CBF)

Sob a batuta de Arthur Elias, o Timão chega na quarta final consecutiva, recorde entre os clubes participantes do torneio. “Na hora que perder o frio na barriga, melhor parar (risos). Faz parte do esporte. Nos últimos anos, tive uma estrutura que me deu essa oportunidade, fomos competentes para aproveitar. A gente sabe da dificuldade que vai enfrentar do outro lado, uma equipe muito tradicional no futebol feminino, com um treinador experiente e excelentes jogadoras.”

Jorge Barcellos

Se o adversário fará a quarta final, o técnico do Avaí Kindermann, Jorge Barcellos, chega na primeira decisão do Brasileiro de futebol feminino. O currículo, porém, é rechado. Ele possui a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos do Rio 2007, o vice-campeonato da Copa do Mundo Feminino 2007 e a prata na Olimpíada de Pequim, em 2008.

A história dele no clube começou em 2017, quando assumiu o comando da equipe catarinense a convite do presidente Salézio Kindermann. Após quatro anos de trabalho, o treinador conseguiu alcançar a decisão. No ano passado, o time foi derrotado na semifinal.

“Para mim está sendo muito especial, já passamos por outras decisões, mas é sempre uma novidade. Batalhamos por quatro anos na reestruturação do clube e fomos aos poucos. No futebol, nós estamos acostumados com o imediatismo, mas com o tempo foi provado que dá para avançar, e ainda mais apostando nas pessoas certas. No final, nós fomos os facilitadores, mas quem executa são elas, as jogadoras, elas que merecem todos os elogios. Elas são sensacionais! Quando entram no campo, ela formam um grupo unido, e isto nos motiva muito”, disse Jorge Luiz Barcellos.

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Jorge Barcellos tem currículo invejável com a seleção brasileira (Mariana Sá/CBF)

Durante estes quatro anos, o Avaí/Kindermann buscou construir um trabalho importante a longo prazo, dando base a formação das atletas em sua equipe. Para o treinador, este foi o principal motivo para o time finalmente chegar à final do Brasileiro de futebol feminino.

“Toda final e toda derrota vai somando. Isto diminui o nervosismo e auxilia na tomada de decisões. Você ser exposto às decisões, este passado te dá um preparo. Eu sou um cara detalhista, é preciso ser engajado no que se quer fazer. Devemos saber conviver com a derrota e com a vitória. Este crescimento que tivemos nestas competições fez com que chegamos preparados para estas novas etapas”, concluiu Jorge Luiz Barcellos.

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