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Futebol

Federação revoga proibição de protesto durante hino nos EUA

Após pressão da seleção feminina de futebol, Federação revogou a política e ainda admitiu o erro e pediu desculpas aos jogadores

Rapinoe - Protestos - Protesto - Hino - US Soccer / Copa do Mundo Feminina
Rapinoe é a capitã da seleção campeã mundial em 2019 (Brad Smith/USWNT)

Depois de sofrer pressão da seleção de futebol feminina, a US Soccer (Federação de Futebol dos Estados Unidos) tomou um passo importante e revogou a política que proibia os jogadores de fazerem protestos durante a execução do hino nacional antes das partidas.

Liderados por Megan Rapinoe, a seleção pediu ainda que a US Soccer admitisse o erro e pedisse desculpas. E o pedido foi acatado. “A US Soccer votou para revogar a Política 604-1, que exigia que nossos jogadores permanecessem durante o hino nacional. Ficou claro que essa política estava errada e prejudicou a importante mensagem de ‘vidas negras importam’. Não fizemos o suficiente para ouvir – especialmente nossos jogadores – para entender e reconhecer as experiências reais e significativas de negros e de outras comunidades minoritárias em nosso país”, disse a US Soccer em nota.

+Atletas da seleção exigem direito de protesto durante hino nos EUA

Pedimos desculpas aos nossos jogadores – especialmente nossos jogadores negros – funcionários, fãs e todos os que apoiam a erradicação do racismo. O esporte é uma plataforma poderosa para o bem, e não usamos nossa plataforma com a mesma eficácia que deveríamos ter. Podemos fazer mais sobre essas questões específicas e faremos”, completou.

Movimento toma força

A revogação da política anti protestos no hino da US Soccer veio após um movimento semelhante da NFL. O comissário da liga de futebol americano, Roger Goodell, divulgou um vídeo pedindo desculpas pela posição anterior da liga em pacíficos protestos em campo na semana passada.

Além disso, os protestos em todo o mundo provocaram mais um debate sobre o direito de protesto dos atletas. De acordo com regras do COI (Comitê Olímpico Internacional), “nenhum tipo de demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial é permitida nas arenas olímpicas, instalações e outras áreas”, cabendo punição para quem descumprir a regra.

Presidente do COI, Thomas Bach, revelou, no entanto, que esta regra pode ser revista, alegando que a Comissão de Atletas da entidade “dialogará com atletas de todo o mundo para explorar maneiras diferentes de como eles podem expressar seu apoio à causas”.

Início dos protestos nos EUA

Tudo começou quando a capitã da seleção, Megan Rapinoe, se ajoelhou durante o hino em duas partidas da equipe em 2016. O motivo era expressar solidariedade ao jogador Colin Kaepernick. Na época, ele se ajoelhou durante o hino no jogos da NFL para, assim, aumentar conscientização sobre a brutalidade policial e injustiça racial.

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A Federação de Futebol dos EUA aprovou, então, uma política em fevereiro de 2017 que afirmava que os jogadores “devem permanecer em pé respeitosamente” durante os hinos nacionais.

O protesto de Kaepernick recebereu fortes críticas do presidente Donald Trump à época, e o levou ao ostracismo na NFL. Hoje, no entanto, tornou-se um símbolo dos protestos nos Estados Unidos e no mundo, após o assassinato do de George Floyd por um policial branco.

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