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COB

Do blog do José Cruz

Texto retirado do ótimo blog do jornalista José Cruz, mostrando que não será nada fácil a vida da imprensa crítica e que não adere à turma do oba-oba até 2016…

Censura olímpica
Luiz Roberto Magalhães é um repórter muito atento na cobertura em que trabalha.

Ele foi destacado pelo Correio Braziliense para ir à Dinamarca. De lá envia diariamente excelente material. Sem exageros.

Hoje, ele foi à coletiva da delegação brasileira e fez uma pergunta oportuna e inteligente ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Mais ou menos assim:

“Depois de ter sido vaiado na cerimônia de abertura dos Jogos Pan-americanos, em 2007, como o Senhor se sente retornando vitorioso ao Rio de Janeiro, tendo participado ativamente da campanha carioca que levou à conquista da sede olímpica?”

Lula começou a responder e foi, abrupta e indelicadamente, interrompido pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, que passou a falar em nome da maior autoridade do país.

O constrangimento de Lula ao ser interrompido foi visível.

Censura
Pior veio depois da coletiva, quando o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, censurou Luiz Roberto, criticando-o severamente, pela pergunta.

O repórter deu uma resposta elementar para quem convive com a liberdade de imprensa:
“Eu simplesmente fiz uma pergunta jornalisticamente correta”.
E complementou:
“Sua esposa (Márcia Peltier), que também é jornalista, sabe bem sobre isso”

Márcia não gostou do comentário e, solidária ao marido, engrossou a censura.

Amostra
Na festa da conquista carioca à sede dos Jogos de 2016 tivemos uma amostra de como a imprensa nacional será tratada daqui para frente.

Ou se faz perguntas dentro do roteiro pré-estabelecido ou seremos censurados em público.

A democracia brasileira que o COB exaltou na argumentação da candidatura do Rio não vale para as relações com a imprensa.

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