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Brasileira Marina Tuono conquista três medalhas no monobob

Atleta brasileira do monobob conquista uma prata e dois bronzes nas corridas da temporada internacional em Park City, nos EUA

Marina Tuono conquistou três medalhas no monobob
Brasileira Marina Tuono com a medalha de prata na prova de monobob nos EUA (Divulgação/IBSF)

O monobob vai fazer sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022, e uma brasileira iniciou muito bem sua caminhada pela vaga inédita. Marina Tuono participou de suas três primeiras provas nesta temporada e conquistou três medalhas. As provas foram realizadas na pista de Park City, nos Estados Unidos.

O melhor desempenho de Marina foi justamente na primeira prova, em 15 de janeiro de 2020. Ela terminou na segunda colocação, com o tempo combinado de 1min49seg70. Ficou pouco mais de um segundo atrás da norte-americana Nicole Vogt, vencedora – Riley Compton, também dos Estados Unidos, completou o pódio.

Nas duas provas do fim de semana, a brasileira levou dois bronzes. No sábado,16 de janeiro, ela completou as duas descidas em 1min49seg64 – Vogt venceu mais uma e a jamaicana Carrie Russell foi a segunda colocada. No dia seguinte, ela obteve a marca de 1min49seg83, atrás de Russell, a vencedora, e Vogt, medalhista de prata.

Com o bom desempenho nas três provas realizadas nos Estados Unidos (e a divisão do calendário com provas europeias no mesmo período, esvaziando as corridas na América do Norte), Marina Tuono assumiu a vice-liderança no ranking internacional do monobob nesta temporada. Ela possui 314 pontos e está atrás apenas de Nicole Vogt, com 350.  

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As três medalhas certamente impulsionam ainda mais a preparação da brasileira na busca pela classificação olímpica. A temporada ainda reserva mais duas disputas nos Estados Unidos, nos dias 1º e 2 de fevereiro, em Lake Placid.  

O que é o Monobob?

Trata-se da mais nova disciplina de bobsled regulamentada pela Federação Internacional de Bobsled e Skeleton (IBSF). Como o próprio nome sugere, consiste em um trenó com apenas um ocupante. Ou seja, o atleta é o responsável por empurrar na largada, pilotar e frear após cruzar a linha de chegada.  

O trenó do monobob era (e ainda é) utilizado em aulas de formação de pilotos nas pistas autorizadas pela IBSF. Com a criação dos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno, em 2012, passou a ser uma das disciplinas para auxiliar na adaptação dos jovens atletas à rotina e aos equipamentos do bobsled.

O sucesso foi tão grande que, para os Jogos Olímpicos de Pequim-2022, o COI resolveu incluir a nova modalidade também para as mulheres. A medida faz parte da política de equidade de gênero do Comitê Internacional – ainda que a maioria das atletas femininas quisesse a criação do 4-woman em vez do trenó individual.  

Marina Tuono entrou nos esportes de gelo por ‘acaso’

Em 2018, Marina Tuono comentou ao Brasil Zero Grau: “é um mundo diferente, um esporte que me encanta a cada temporada”. Ela tem motivos para se surpreender a cada competição. Afinal, conheceu os esportes de gelo quase que por acaso e tem menos de cinco anos de experiência nas pistas de bobsled.

Não que ela não fosse ligada ao esporte. Marina foi ginasta por quase 13 anos. Saiu da modalidade aos 19 anos e começou a praticar o crossfit parra conciliar com estágio e a faculdade de Direito. Até que o personal trainer do seu tio, que estava no Canadá, comentou que a equipe brasileira de bobsled liderada por Heather Paes precisava de uma atleta.

Marina Tuono no Monobob
Brasileira Marina Tuono em disputa no monobob (Divulgação/IBSF)

O objetivo era conseguir a classificação aos Jogos Olímpicos de PyeongChang, em 2018. A vaga não veio, mas abriu oportunidades. Ela foi convidada pela CBDG para iniciar os treinamentos no skeleton, ao lado da Nicole Silveira. Até que a inclusão do monobob em 2022 a fez migrar para esta nova modalidade.

Como é a classificação olímpica para 2022?

Estivéssemos em uma situação normal, os pontos que Marina Tuono conquistou nestas três provas já seriam válidas para a classificação aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim-2022. Contudo, a pandemia de covid-19 fez a IBSF “congelar” seu ranking internacional para a próxima temporada.

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Contudo, as regras do monobob são praticamente as mesmas do bobsled e skeleton. As atletas precisam cumprir o requisito mínimo, com cinco corridas em duas pistas diferentes ao longo da temporada 2021/2022. Elas deverão somar pontos para o ranking internacional, que fecha em 16 de janeiro de 2022.  

Uma boa notícia é que, diferentemente das outras duas disciplinas, nenhum país levará três atletas – o que abre mais vagas individuais em jogo. Pelas regras da IBSF, quatro países poderão levar duas atletas, enquanto que 12 nações conseguirão classificar representantes para Pequim-2022.  

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