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Elizabeth Rodrigues faz história na 2ª etapa do Circuito Brasil

Daniel Zappe/CPB/MPIX

Depois de conseguir bater quatro vezes o recorde mundial, Elizabeth Rodrigues alcançou a melhor marca da história da classe F52 na segunda etapa do Circuito Brasil de atletismo paralímpico

Ela conseguiu novamente. Após bater quatro recordes mundiais nas últimas competições, Elizabeth Rodrigues registrou neste sábado, 4, a melhor marca da história do arremesso de peso, classe F52, na abertura da segunda etapa do Circuito Brasil de atletismo paralímpico, no CT Paralímpico, em São Paulo. A atleta paulista de Santos alcançou 7,72m em sua quarta tentativa – 31 centímetros a mais do que ela havia obtido na primeira etapa nacional do evento, em junho.

Ao todo, 296 atletas de 19 estados e do Distrito Federal estão inscritos no evento. São Paulo é a unidade da federação com o maior número de representantes, 125. Esta será a última oportunidade para os atletas obterem vagas para o Campeonato Brasileiro da modalidade, que ocorrerá no fim de setembro, também no CT Paralímpico. O Brasileiro reunirá os melhores atletas do ano por Índice Técnico Competitivo (ITC) e os melhores do ranking nacional.

Desta maneira, além dos dois recordes mundiais do arremesso de peso, Beth acumula mais três quebras somente em 2018. Ainda na primeira nacional, em junho, ela fez o recorde do disco, com 16,44m. A marca não permaneceria por muito tempo, já que duas semanas mais tarde, no Grand Prix de Paris (França) do IPC, ela melhorou ainda mais e alcançou 16,82m. Por fim, no Grand Prix de Berlim (Alemanha), no início de julho, ela obteve o recorde mundial do dardo, com 14,16m.

“Eu treinei bastante nestas últimas semanas, me dediquei ao máximo nas semanas de avaliação do Comitê Paralímpico Brasileiro e estava preparada para fazer uma boa prova. Graças a Deus, aconteceu de vir o recorde mundial. Estou muito feliz com o meu desempenho. Quero agora melhorar as minhas marcas nas outras provas também”, disse a atleta de 53 anos, que foi diagnosticada com esclerose múltipla em 1993, quando tinha 27 anos. Após uma piora clínica em sua doença, em novembro de 2017, a atleta vem passando por adaptações, devido a uma lesão em seu lado esquerdo do corpo.

Na parte da tarde, Elizabeth competiu novamente, mas no lançamento de disco. Ela venceu com a marca de 16,37m. No domingo, 5, no encerramento da competição, ela fará a prova do dardo.

A sequência de bons resultados tem um sabor ainda mais especial já que, em 2016, o Comitê Paralímpico Internacional submeteu Beth a uma avaliação de classe funcional, que divide os atletas de acordo com o nível de funcionalidade. A despeito da perda gradual de mobilidade, a santista passou de F54 para F55, para atletas com menor nível de deficiência. Na nova classe, ela não conseguiu vaga nos Jogos Paralímpicos do Rio 2016. No entanto, às vésperas do Open 2018, no CT Paralímpico, em São Paulo, em abril deste ano, passou por nova banca de classificação funcional e, desta vez, os avaliadores do IPC constataram a perda de alguns movimentos de Beth. Isso a reposicionou na classe F52, para competidores com maior grau de comprometimento.

O recorde de Elizabeth não foi o único do dia. Marivana Oliveira registrou 9,33m em sua quinta tentativa e cravou o recorde das Américas do arremesso de peso, classe F35. A antiga marca era dela própria, com 9,28m. Outros 12 recordes brasileiros foram quebrados nesta manhã.

Além de atletismo, o Circuito Nacional ainda contempla disputas de esgrima em cadeira de rodas, halterofilismo e natação. A segunda etapa nacional de natação acontecerá nos dias 18 e 19 de agosto. Em outubro, acontecerão os Campeonatos Brasileiros das três modalidades.

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