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Petrúcio Ferreira renova energias após ouro no Parapan

Petrúcio Ferreira pensou em desistir do atletismo antes do Parapan. Mas após o ouro, o atleta renovou suas energias para brigar pelo ouro em Paris

Petrúcio Ferreira comemora após levar o ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago
(Foto: Cris Matos/CPB)

Uma máxima constante nos esportes acaba sendo repetida como um mantra por vários atletas: “Chegar no topo é difícil. Se manter no topo é mais ainda”. Um dos principais atletas do Brasil sentiu isso em 2023. Petrúcio Ferreira, o atleta paralímpico mais rápido da história, sentiu o peso de algumas cobranças internas antes dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, pensando em desistir do esporte de alto rendimento. Mas após conquistar o ouro no Chile, o atleta renovou suas energias para brigar por mais um ouro na Paralimpíada de Paris.
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Atual recordista mundial dos 100m rasos na classe T47 (para atletas com deficiência nos membros superiores), com 10s29, Petrúcio Ferreira é atualmente o atleta mais rápido do desporto paralímpico. Em Santiago, o paraibano ganhou duas medalhas. Além de uma prata no revezamento 4x100m misto, Petrúcio confirmou o favoritismo para levar o ouro nos 100m, com um tempo de 10s34, chegando bem próximo do seu recorde mundial.
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“Eu não consegui fazer uma ótima largada, mas consegui fazer um ótimo final de prova. Para quem corre 100m, são detalhes que fazem o resultado. Mas estou feliz em conquistar o meu tricampeonato pan-americano, ainda mais no Chile. Foi aqui onde fiz minha primeira competição internacional, pela seleção de jovens em 2014, quando eu conheci o atletismo. Foi quando o atletismo abraçou o Petrúcio Ferreira, trazendo do interior para conhecer o mundo e a magia do esporte”, disse o atleta em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.

A chama reacendeu

Atletas cruzam a linha de chegada nos 100m T47 no Parapan de Santiago
(Foto: Marcelo Hernandez/Santiago 2023 vía Photosport)

Petrúcio Ferreira passou por alguns problemas mentais antes de vir aos Jogos Parapan-Americanos de Santiago. Com algumas cobranças internas, o velocista pensou em abandonar a sua carreira no atletismo: “próximo da minha convocação para o Parapan eu me peguei em alguns momentos meio difíceis da minha vida e da minha carreira. Não falo fisicamente, mas difícil mentalmente. Questão de me cobrar muito. Então eu estava bem fisicamente, mas não mentalmente e algumas vezes pensando em parar, em desistir. Já estou há 10 anos de muito trabalho e sofrimento.”

Porém, com a medalha de ouro nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, Petrúcio Ferreira renovou as suas energias e está pronto para os próximos desafios. “Mas estar aqui na competição junto com esses caras, sentindo essa adrenalina, eu consegui botar minha cabeça no lugar. Andei desfocado, mas agora pode esperar em um Petrúcio melhor. O Petrúcio agora está focado, está renovado. Aquela chaminha acendeu!”, finalizou o atleta.

Pódio triplo em Paris?

Além de Petrúcio Ferreira, o Brasil conta com outros dois atletas fortes nos 100m T47, podendo sonhar até com um pódio 100% brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Paris. Washintgon Alves, o Shitão, foi ao pódio em Santiago ao lado de Petrúcio, ficando em segundo lugar na prova com um tempo de 10s63. “No Mundial deste ano eu não estava bem fisicamente. Mas são águas passadas e hoje estou bem mentalmente e 100% fisicamente e graças a Deus consegui fazer a segunda melhor marca da minha vida. É muito gratificante correr ao lado do Petrúcio e do José. O Brasil é uma potência na classe T47 e pode esperar que ano que vem o Shitão vai estar na melhor forma possível para brigar pelo pódio em Paris”, afirmou o velocista que levou o bronze na prova nos Jogos Paralímpicos de Tóquio.

Atletas cruzam a linha de chegada nos 100m T47 no Parapan de Santiago
(Foto: Marcelo Hernandez/Santiago 2023 vía Photosport)

O José que Shitão mencionou é José Alexandre Martins. O curitibano de apenas 19 anos ficou apenas em quinto lugar nos Jogos Parapan-Americanos, mas conquistou a medalha de prata no Mundial deste ano, fazendo uma dobradinha com Petrúcio. O jovem atleta estava se recuperando de uma lesão e por isso não estava na melhor forma física no Chile. Mesmo assim, José Alexandre quer buscar o pódio na Paralimpíada do ano que vem. “Acho que o Parapan foi uma experiência boa, correr ao lado do Petrúcio e do Shitão. Eles me ensinam muita coisa. Em Tóquio eu estava assistindo eles na televisão e agora estou correndo com eles. Fico feliz em terminar o ano sem nenhuma lesão, podendo voltar para casa e já me preparar para o ano que vem que vai ser muito importante”, afirmou.

Jornalista formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e viciado em esportes

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